segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Final de Ano

Faltam quatro dias para terminar o ano de 2015. É altura de balanço.
Terminou um ciclo, no dizer do novo PM e agora é que vai ser. As famílias vão sentir que Portugal enriqueceu de repente, por milagre, ou outra extravagância inexplicável. Vão ter mais dinheiro no bolso e, consequentemente, podem gastar à tripa forra porque isso vai contribuir para o desenvolvimento da economia, criação de emprego, bem-estar e entrar na carruagem do comboio que transporta os países ricos da Europa.
Vai ser um regabofe. Eu até já estou a planear passar todo o ano de 2016 em férias em paraísos físicos e espirituais.
O mundo também vai entrar numa época de prosperidade inaudita. Nunca mais haverá mortes de crianças no mediterrâneo porque não haverá mais refugiados a querer chegar ao velho continente.
As medidas de preservação do ambiente vão ter aplicação imediata e radical. Não haverá mais sacos de plástico no chão, nem esgotos a céu aberto, muito menos se assistirá à extinção de qualquer espécie animal.
Não haverá degelo das calotas hemisféricas nem enxurradas que destroem casas, carros e vidas ceifadas num ápice.
Não haverá primeiras damas na Presidência da República Portuguesa nem viagem à custa do Zé Pagode e até o telefone será pago pelo novo Titular a exemplo do que aconteceu com o saudoso Manuel de Arriaga.
Não vão falir Bancos e nunca mais nos obrigarão a pagar os desvios dos milhares de milhões que os donos e os gestores se abotoaram e fizeram desaparecer sem deixar rasto. Alto! Temos que ressalvar o Montepio Geral que, embalado pela vertigem dos quatro Bancos que faliram e os portugueses pagaram, se anime a abrir falência, também.
O Sócrates será inocentado e o Povo obrigado a pagar uma choruda indemnização e a dar-lhe um canal televisivo para ele debitar a sua verborreia sem qualquer controle ou constrangimento.
O grande amigo, obviamente, será também inocentado e poderá continuar as suas falcatruas impunemente. O mesmo acontecerá ao Vara, ao Lima, ao Loureiro ao Costa, ao Salgado e a muitos outros que seria maçador enumerar.
As meninas do BE já andam a ensaiar um espectáculo, espécie de can-can do Moulin Rouge para apresentarem nos debates do Parlamento evitando, assim, que muitos deputados adormeçam.
O PCP fará questão e conseguirá os votos necessários para que no inicio de cada sessão parlamentar os deputados entoem com suas vozes canoras a Internacional.
A CGTP deixará de apresentar pré-avisos de greve por serem desnecessários. Quando lhes apetecer fazer greves nomeia piquetes e não deixa ninguém ir trabalhar e está feito. Para que andar com burocracias.
O PS com o seu sentido de equilíbrio dá uma no cravo e outra na ferradura, pede mais uns dinheiros ao BCE e depois vem para a rua com o traseiro despido, a exemplo do que fizeram muitos dos deputados e governantes de agora sobre as propinas no ensino superior e cantam bem alto "não pagamos, não pagamos".
O PSD mudará de nome para poder dar livre escolha aos seus deputados para poderem votar as Leis a favor do aborto, do "casamento" dos homossexuais, do fim dos exames e da promoção das passagens administrativas tipo Relvas para que os jovens não tenham que ir ao Psicólogo por traumas adquiridos na Escola e na Universidade.
O CDS deixará o Portas ir embora, ergue-lhe um busto no largo do Caldas e cria um Jornal tipo Independente para que ele se entretenha a destilar os seus ódios de estimação.
O PEV, que como Partido Independente não elegeria nenhum deputado, fica com a função de arrumar o Palco para as meninas do BE.
O Deputado do PAN será o único a trabalhar gizando Leis para que todos nós passemos a ser vegetarianos, nunca mais se mate nenhum animal, acabem as touradas, deixem-se desenvolver os piolhos nas cabeças das crianças e se estas morrerem por falta de asseio não faz mal. As crianças não fazem parte das prioridades do PAN.
Como podem ver meus amigos são tudo coisas para festejarmos e andarmos numa alegria constante e num Carnaval permanente.
E, para o ano que vem, cá estaremos, se pudermos, a fazer novo balanço do País e do Mundo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Esboço de História contemporânea


Decorriam as duas últimas décadas da monarquia constitucional, com um Rei intelectualmente superior, um investigador, um pintor, um homem da cultura e um governo que desde a Constituição de 1822 alternava entre dois Partidos Políticos devidamente legalizados.

Tempos conturbados, com um Partido Republicano com alguma importância e implantação em Lisboa, que tudo fazia para derrubar a Monarquia.

Havia inimigos internos do regime monárquico mas os externos ainda eram mais e com maior poder.

Daí que a vida do penúltimo Rei de Portugal não tenha sido nenhum mar de rosas. Ele que sofreu diversos contratempos num reinado que pretendia que fosse mais ligado aos prazeres da investigação marítima, à pintura, à caça e ao galanteio às mulheres do que à tarefa maçadora da governação.

Desde logo o Ultimato Inglês país com quem Portugal tinha a mais antiga aliança, ainda que não fosse, necessariamente, a melhor aliança.

Este Ultimato foi motivado pelo célebre Mapa Cor-de-Rosa estabelecido entre Portugal e Espanha, que dividia as possessões ultramarinas entre estes dois Países. Sendo este acto um direito de ambos, porque foram eles os descobridores e primeiros povoadores dos territórios descobertos, mas tal deixava de fora a cobiça da maior parte dos países da Europa que via naqueles territórios uma fonte de rendimentos, sem esforço.

Com amigos destes quem é que precisa de inimigos.

Mas as coisas são como são e os pobres, os pequenos, os indefesos são muito vulneráveis à inveja e ao poder dos ricos e poderosos.

Internamente e como acima se disse o Partido Republicano procurava deitar as garras de fora daí a Revolução de 31 de Janeiro.

Para o descontentamento popular e para reforçar o ideal republicano muito contribui João Franco Presidente do Governo, com o seu caciquismo e os seus laivos ditatoriais.

Acresce a todas estas diatribes internas as revoltas do Ultramar, desde a Guiné a Timor e consequente repressão pelos Governadores locais, representantes do Rei.

Mas, mesmo que em lume brando a revolta ia-se instalando, muito devido à numerosa e cada vez mais parasitária Corte Real, enquanto os trabalhadores e os operários cada vez viviam com mais dificuldades, muitos deles no limiar da sobrevivência.

Daí até nova tentativa de revolução fosse um passo muito curto que, desta vez, foi gorada em 21 de Janeira de 1908. Não resolvendo o problema serviu de incubadora para uma aliança espúria entre a Maçonaria e a Carbonária e para o trágico acontecimento do Regicídio com o assassinato de D. Carlos e seu filho D. Luís Filipe em pleno Terreiro do Paço em Fevereiro desse mesmo ano.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Inquietação

"Vemos ouvimos e lemos não podemos ignorar" e isso deixa-nos inquieto. O espírito em ebulição. São os dramas familiares onde pontifica a violência doméstica ou a doença grave. O desemprego e a falta do mínimo indispensável para uma Ceia de Natal condigna.
A guerra e as suas terríveis consequências. Os lucros indecorosos de traficantes de várias espécies, desde drogas a armas passando por influências e abusos de Poder.
No tempo de Jesus - no tempo em que andou por este mundo em corpo e alma - os Sacerdotes, os Escribas e os poderosos do seu tempo produziam pobres e enriqueciam. Hoje não estamos longe disso, talvez até seja pior.
Estamos em época natalícia e já é um lugar comum desejar-se paz, abundância de saúde e de bens materiais. E esse desejo é recíproco até parece sincero mas o que vemos, na prática? Cada vez mais desordem mais oportunismo, mais ladroagem mais parasitas a sugarem o suor do outro.
Não sei se é pedir muito mas queria desejar, do coração, a todos os meus familiares e amigos a melhor saúde, a mais santa paz, a melhor realização pessoal e profissional e a mais doce vivência natalícia.
Mas tenho medo. Os casos do anterior governo deixaram-me marcas. Enquanto os ricos ficaram muito mais ricos os desgraçados do trabalhadores perderam os seus direitos e os seus rendimentos. O mesmo aconteceu aos pensionistas e a Banca delapidou um incalculável número de dinheiro que, depois de roubado, foi enviado para o estrangeiro deixando o País muito mais pobre. Mas, se isto aconteceu com o anterior Governo o actual não me dá garantias nenhumas. É ver-se o que está a acontecer com os Mercados, com a desconfiança de Bruxelas, com o Poder inusitado da CGTP que sendo uma hipotética organização dos trabalhadores é que, de facto, prejudica os que trabalham e muitos daqueles que, querendo trabalhar, não conseguem arranjar emprego.
Preocupa-me os desvarios das Empresas Públicas mal administradas e sem responsabilização dos seus dirigentes. Deixam-me ansioso as Empresas Privadas que só têm na mira o Lucro fácil não respeitando nem valorizando os seus melhores activos que são os trabalhadores.
E todo um rol de preocupações que não vejo serem adoptadas quer pelos directamente interessados quer pelos que deveriam ser factor de equilíbrio e verdadeiramente fiscalizadores.
A nível internacional já nem é novidade aflige-me a questão dos refugiados da fome e da guerra e o radicalismo Islamita.
Que o Senhor Deus nos ilumine para que cada um de nós faça a nossa parte para termos, no próximo ano, um Mundo melhor para todos.