terça-feira, 19 de novembro de 2024

NOTÍCIA!

 

NOTÍCIA!

Corre a notícia que, mais alguns órgãos de comunicação social, no caso concreto os pertencentes à Trust in News, correm o risco de fechar e os trabalhadores pedem que a sociedade se mobilize e intervenha.

Quando encerra um órgão destes é um prejuízo para o leitor, mas é sobretudo, um problema grave, para os trabalhadores e para as empresas e isso é muito preocupante. Neste grupo de comunicação social encontra-se a revista “Visão”.

Fico triste. Sou dos que gosto de ler livros, jornais, revistas, no seu estado físico. Dizem que é o cheiro da tinta, não sei. Só sei que gosto e preciso de folhear, manusear estes bens que, para mim, são essenciais. Também me socorro do digital para ler, até porque é mais fácil o transporte, mas não é a mesma coisa. Manias.

Vamos centrar-nos apenas na “Visão”. Porventura chegou à fase de insolvência por muitas e variadas razões, que podem ir da gestão, ao modelo de negócio, à pirataria de conteúdos, ao desinteresse do público, à concorrência das plataformas digitais ou, em última análise, ao desinteresse do público que faz reduzir as tiragens, diminui a publicidade, ao aumento dos custos de produção, entre outros. Mas, não seria despiciendo que os próprios jornalistas, corpo redactorial e proprietários fizessem uma reflexão aturada, profunda, sem subterfúgios ou desculpas esfarrapadas. Talvez devessem questionar-se se, na sua prática quotidiana, foram isentos, imparciais, impolutos, verdadeiros nas notícias e análises que publicaram.

Talvez fosse útil, para o futuro, pensarem que, quem compra a revista e outros produtos informativos querem ser informados com verdade e não querem ser manipulados por narrativas escondidas. Talvez fosse importante que pensassem na velha máxima de que “o cliente tem sempre razão”

Não há mal nenhum um órgão de comunicação se assumir como defensor de valores de esquerda ou direita, do centro ou dos extremos, religiosa ou ateia, pró isto, contra aquilo, desde que o manifeste na nota editorial, para situar o leitor na sua tendência e assim ninguém ir ao engano.

Eu lembro-me bem de a “Visão” ser uma revista de referência e excelência. Hoje leio-a e vejo-a como mais uma revista banalíssima e desinteressante.

Não é um conselho. É uma reflexão.

19/11/2024

Zé Rainho

sábado, 9 de novembro de 2024

FEIRA DE SABORES, MEIMOA!

 

FEIRA DE SABORES EM MEIMOA!

Mais um evento no nosso burgo que merece encómios.

Primeiro, porque é agregador de vontades, de pessoas, de instituições.

Segundo porque se revive os saberes de experiência feito.

Terceiro, e porventura o mais importante, porque estabelece e restabelece laços, amizades, cumplicidades e se produz cultura autêntica, profunda, nossa.

Tudo isto só é possível devido a muitas e variadas boas vontades. Desde logo, das pessoas que se esforçaram por apresentar iguarias há tempos esquecidas, mas também à Junta de Freguesia e, particularmente, ao desassossego, ao empenho, à irrequietude e ao entusiamo da nossa conterrânea adoptiva, Professora Maria João Cabanas.

Já, em Setembro, a Professora Maria João, ocupou, praticamente todo o mês, com actividades culturais, diversificadas, sobre os saberes da Meimoa e, agora, em Novembro, tem um programa recheado de sabores particulares e autênticos da nossa terra, durante todos os fins-de-semana do mês.

Não podíamos deixar de nos congratularmos com o que vimos, com o que comemos, com o que aprendemos, com as conversas trocadas, com as memórias revividas.

De referir, igualmente, a palestra sobre a vespa asiática, com ensinamentos úteis, quer para a identificação, malefícios, precauções, segurança pessoal e medidas adequadas se, por azar ou descuido, houver picadas desta espécie invasora.

Também não seria justo esquecer quem teve a amabilidade e o esforço de fazer o pão, as bolachas, os bolos de leite, as papas de carolo, o arroz-doce, as diferentes e variadas sopas das matanças, o arroz da Suan de porco, das rabanadas e demais sobremesas que nos adoçaram o paladar.

Por tudo isto e o muito que fica por dizer, por inabilidade do escrevente, resta-nos mostrar a nossa admiração e a nossa gratidão a todos, dizendo, simplesmente, com esta tão genuína forma beirã,

BEM HAJA, A TODOS.

09/11/2024

Zé Rainho

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Balanço!

 

BALANÇO!

Preferiria dizer avaliação, mas porque avaliar é um assunto muito sério, deixo a avaliação para quem de direito e para quem definiu os objectivos.

Falamos de um mês de actividade cultural na Meimoa – Princesa da Cova da Beira – que ontem teve o seu epílogo e que, muito adequadamente, chamaram “saberes da terra”.

Foi um mês efervescente de actividade, de convívio, de aprendizagens, de transmissão de saberes e de amostra de talentos variados e de conhecimentos de uma riqueza incalculável.

Por tudo isto temos de felicitar a Junta de Freguesia que criou as condições para que tal pudesse acontecer, mas felicitar ainda mais a promotora, a Professora Maria João, que nasceu noutras geografias, mas com ascendência na terra e à qual demonstra ter um amor, um carinho a todos os títulos louvável. Tem desempenhado a sua função de ensinar noutras localidades, mas há pouco mais de um ano estabeleceu-se aqui, junto dos seus pais, a quem apoia com toda a dedicação e carinho, e ao mesmo tempo, com uma determinação e vitalidade incríveis, se dedica a proporcionar aos mais velhos momentos de felicidade.

É vulgar criticar-se, e eu próprio o faço muitas vezes, quando se diz que a nossa terra e o nosso concelho são casos perdidos, por diversas razões das quais sobressaem a idade da população, o comodismo e a falta de liderança nas instituições, mas o que aconteceu na Meimoa, no mês de Setembro, e vem acontecendo ao longo de mais de um ano, vem demonstrar o erro de análise que tal comporta. Quando há vontade, quando há iniciativa, quando, no fundamental, está o bem comum, sem objectivos ocultos, as pessoas aderem, as coisas acontecem e a essência deste povo ordeiro, solidário, trabalhador, inteligente, sabedor, vêm à tona e manifesta-se de forma exuberante.

Não sei o que pensam os detractores e, sou muito franco, também pouco me importa, mas o que aconteceu neste mês, que hoje finda, na Meimoa, é digno de realce, de menção, de honra e de gratidão a quem, sem interesses particulares nem ambições políticas, dedica muitas horas de esforço, de trabalho, de perseverança, de pesquisa, para levar a cabo tarefa tão gigantesca, sem sectarismos.

Parabéns, pois, à Professora Maria João – não ponho o nome completo porque não é preciso e toda a gente a conhece e identifica assim – pela generosidade que colocou neste evento e na sua complexa e extensiva preparação.

Parabéns a quem a ajudou e com ela colaborou.

Parabéns à Junta de Freguesia que acarinhou a ideia e facilitou toda a sua concretização.

Hoje é dia de balanço feliz e, por isso mesmo, não nos debruçamos sobre os detractores, os maldizentes, que ficará para outra ocasião.

Hoje é dia de dizer que todo o Povo da Meimoa está de parabéns e que vale a pena fazer as coisas altruisticamente.

Obrigado a todos os que nos proporcionaram momentos culturais de tão elevada craveira.

Obrigado a todos os que participaram e a todos os que assistiram. Todos merecem o mais encomiástico aplauso.

Bem-Haja a todos, todos, todos.

30/09/2024

Zé Rainho

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O idiota!

 O IDIOTA!


Contrariamente à voz corrente o idiota não é o indivíduo que tem ideias é, antes, um imbecil, um diminuído mental, uma azêmola.

Vem isto a propósito de uma parangona de um jornal onde um indivíduo sem princípios, sem coluna vertebral, uma espécie que abunda na política doméstica, se põe em bicos de pé para ver se o chefe o designa para algum tacho, já que a mama em que tem chuchado está a acabar.

Um mínimo de sentido de serviço público seria o bastante para estar calado uma vez que a sua prestação foi medíocre, para não dizer, muito má. 

Mas o idiota é sempre assim. Não tem sentido crítico, não tem noção das suas debilidades, numa palavra, não se enxerga. 

sábado, 27 de julho de 2024

Pressa!

 

PRESSA!

Anda toda a gente com muita pressa. É ver a velocidade dos automóveis. O número de multas por excesso de velocidade. O número de mortos e feridos na estrada. Também a correria das pessoas em todas as situações, até nas zonas de lazer, até em época de férias, até em épocas de descanso.

Poderá ser por necessidade, mas também pode ser por inquietação interior, por pressa de chegar, muitas vezes não sabe muito bem onde, a qual destino.

Ninguém tem paciência para esperar. Mesmo quem não tem compromissos laborais, ninguém gosta de esperar, excepção feita para os amantes do futebol e dos concertos que estes passam hora e, por vezes, noites inteiras para serem os primeiros da fila para entrarem nos estádios ou locais onde há palcos.

Esta de serem os primeiros também tem que se lhe diga. Toda a gente quer ser o primeiro, já há menos os que querem ser os melhores, porque ser melhor dá trabalho, implica esforço, dedicação, perseverança.

Quem é que ainda não assistiu ao estacionamento de viaturas nos lugares destinados às pessoas com dificuldades de mobilidade, só porque tem pressa, é um instante, no seu entender, e não tem paciência para procurar um lugar vazio mais longe da porta de acesso? Vê-se com muita frequência e isso é sinónimo de pressa, falta de paciência e, pior, falta de urbanidade.

Paciência e bom senso precisa-se. Paciência para o ritmo das crianças, dos velhos, dos diminuídos físicos ou mentais. Por isso é tão satisfatório quando se vê um cuidador, seja ele médico, enfermeiro, auxiliar de acção médica, ou simples familiar ou amigo que, com imenso carinho e paciência de Job, ajudar quem está fragilizado pela doença, pela idade ou pelas condições físicas depauperadas.

Vale a pena correr para ser o melhor profissional, a melhor pessoa, o mais atento ao outro, mas sem deixar de vislumbrar que o destino de todos é igual, rico ou pobre, paciente ou impaciente, modesto ou importante, humilde ou poderoso. Todos acabamos transformados em pó, como nos é relembrado, anualmente, na Quarta-Feira de Cinzas.

27/7/2024

Zé Rainho  

 

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Queima das fitas!

 

QUEIMA DAS FITAS DE COIMBRA!

 

Coimbra e seus trovadores

Despede-se dos seus doutores

Na festa da Queima das Fitas

Com estudantes e futricas,

Em entusiástica euforia,

Cantando ao som da guitarra

A trova vivida com garra

Duma vida nova, exigente,

Mais do que a sebenta do Lente.

Esvoaçam a capa e a batina

Agitam-se fitas e cartolas

Cruzam-se bengalas coloridas

Ao som do efe é re á

Para satisfação do papá

Que vê o sonho alcançado

Depois do sacrifício magoado.

A vida num de repente

Tal como é a mocidade

Só a velha Universidade

Continua igual e presente.

Fica a saudade da noitada

Passada junto ao Mondego

No Choupal posto em sossego

Cantando aos etéreos amores

O canto que só os doutores

Sabem tão bem imortalizar

Em estrofes dolentes cantar

À beleza ímpar das tricanas

Garridas sensuais bacanas

Que na hora da despedida

Deixa Coimbra perdida

Num silêncio sepulcral

Na solidão da Lapa e do Choupal.

Querer ser toda a vida estudante,

Queimar as pestanas ser amante

É ambição desmedida

Duma juventude bem vivida.

Lembrar as tascas do quebra-costas

Serenatas na Sé Velha.

Nas escadas monumentais.

Nas Repúblicas principais

Duma Coimbra muito amada

Por quem nela fez estrada.

 

20/05/2022

 

Zé Rainho

 

 

 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

PICARDIAS!

 

PICARDIAS!

A política é uma das actividades humanas mais necessárias e mais importantes porque impacta directamente na vida das pessoas.

Já Aristóteles dizia que a política tem como objectivo a felicidade humana. Daqui se depreende que os políticos exercem, ou devem exercer, a sua função de governança, no sentido do bem comum de toda a população e não em função de grupos, mais ou menos definidos, mais ou menos híbridos, mais ou menos objectivos.

As visões do bem comum podem ser diferentes, quão diferentes são as pessoas, mas há um padrão que não pode ser desvirtuado.

Porém, o comum dos cidadãos tem a percepção de que os políticos estão na política para se servir e não para servir os cidadãos. Desde logo porque põem os interesses partidários acima dos interesses do país.

Atentemos no que se passa em França onde o Partido com mais votos passa para terceiro lugar na representatividade democrática e não há um sobressalto.

Avancemos para os Estados Unidos da América onde os candidatos, de provecta idade, se digladiam com propostas completamente distintas e até contrárias, para o referido bem comum e a felicidade do povo logo, não é possível que ambos tenham em conta este desiderato.

Estamos a falar de democracias consolidadas e de alguma exemplaridade, mas se avançarmos para democracias autoritárias ou mesmo ditaduras e o panorama só se agudiza. Vejamos o que se passa na Federação Russa, será que o povo aprova a guerra e quer morrer numa luta absurda com um povo irmão que é a Ucrânia?

Na China, será que o povo gosta de se sentir prisioneiro do Partido que se confunde com o Estado o qual domina em todas as áreas. Tudo o que o partido e o chefe máximo manda é como se fosse Deus, sempre com razão da cúpula mesmo que nefasto para a população. Este povo será feliz?

Cá por casa as coisas também têm a sua incongruência, se não vejamos:

A quem interessa, nesta altura, não se falar de outra coisa que não seja o Orçamento do Estado, para o próximo ano, documento que só é apresentado em Outubro e discutido até ao fim do ano. Porventura é para nos distraírem e não pensemos nos problemas candentes da sociedade. A saúde, a educação, a justiça, a defesa e segurança, a segurança social, a dívida pública, a misericórdia de Lisboa, as fundações que mamam do orçamento do Estado, os Institutos que só o são para que os seus administradores possam usufruir de ordenados muito superiores aos dos funcionários públicos de topo, como sejam os directores-gerais, o reordenamento do território, a demografia nacional e muitos outros, que atingem directamente a vida de cada um de nós e para quem a política e os políticos deviam trabalhar para nos fazer felizes.

Talvez por isso, as pessoas não fundamentalistas enfeudadas aos partidos, dêem mais crédito às Instituições independentes do que que aos partidos políticos e aos agentes políticos em geral, situação verificável nos números da abstenção nas diferentes eleições.

O tribunal de contas é um tribunal que tem o dever de apreciar e aprovar a despesa que os diferentes organismos do Estado fazem ou pretendem fazer. Daí, determinados valores necessitarem de um visto prévio deste tribunal para se realizarem.

Agora vem-se a saber que o INEM contrariou o Tribunal de Contas e adjudicou, por ajuste directo, a prestação de serviços dos helicópteros, 12 milhões de euros. Vem-se a saber mais, que o anterior governo retirou do Orçamento do INEM no ano passado 80 milhões de euros e vem agora o presidente daquele Instituto demissionário acusar um governo com três meses de duração e nunca disse nada nos anteriores oito anos. Pior, não cumpriu com o seu dever de proceder ao concurso internacional em Julho do ano passado para que, em Janeiro deste ano, houvesse a empresa escolhida a quem fosse adjudicada a função, que até podia ser a mesma que agora a realiza, mas com clareza, transparência e sem subterfúgios. Este presidente do INEM, que é político, não demonstrou estar interessado no bem comum, mas em agradar ao Poder que o colocou no lugar para beneficiar das prebendas do mesmo.

Desobediência a um tribunal, pelo cidadão comum, dá direito a graves penalizações que podem ir até à privação da liberdade. Neste caso não acontece nada a quem desobedeceu? Gostávamos de saber.

Porque acreditamos na justiça apesar dos seus muitos erros esperamos que o Ministério Público apure, com celeridade, a responsabilidade criminal deste senhor político e, se se provar que houve negligência, má-fé ou dolo as consequências sejam do conhecimento de toda a gente.

A Ciência Política induz-nos a depositar nos agentes políticos a maior confiança, mas estes têm de fazer por a merecer. Não nos parece ser o que acontece na maior parte do mundo e também no nosso país. Temos até a percepção contrária porque nunca se assistiu a tanta corrupção, compadrio e roubalheira por contraste com tanta miséria e fome. Para tal, contribui a necessidade premente, de Organizações Não Governamentais que, constantemente, têm necessidade de recorrer à solidariedade de todos os que podem, com campanhas e peditórios, para suprir as necessidades básicas de muita gente, no país e por esse mundo fora. Sente-se a revolta de assistir através da televisão ao espavento de um casamento de filhos de milionários indianos, onde se gastam milhões, paredes meias com a mais profunda miséria do povo.

É urgente revisitar Aristóteles por parte dos políticos para aprenderem alguma coisa sobre qual é o seu dever maior: a felicidade humana.  

 

18/07/2024

Zé Rainho