O POLVO
Não há dúvida que estamos em presença de uma classe que se habituou a viver à custa do erário público sem pudor nem parcimónia.
Está à vista uma classe de gente que se julga acima da lei e que vive na mais desbragada impunidade. Desde muito novos escolheram viver sob a proteção dos partidos políticos. Desta forma não precisaram de estudar porque sempre aparecia um amigo que ajudava nas notas escolares, nas passagens administrativas, nas equivalências indevidas, nos diplomas obtidos sem esforço. Para tal bastava agitar umas bandeiras, participar numas arruadas, aparecer junto do chefe quando estava por perto uma câmara televisiva, ir a uns congressos e mandar umas papaias sem conteúdo mas com efeito.
Quando adultos, infiltraram-se nas empresas públicas, nos lugares chave da administração pública e aproveitaram-se do regabofe em que o país caiu depois da revolução para enriquecer sem esforço.
Hoje temos um governo que está em funções há pouco mais de dois anos e já tiverem de pedir a demissão um quarto dos seus titulares por se verem envolvidos em esquemas, em falcatruas, em roubalheiras.
Muitos outros teriam saído se a incompetência fosse sancionada.
Só neste ano tivemos a catástrofe dos incêndios onde morreram mais de cem pessoas e ficaram gravemente feridos outros tantos, não falando nos feridos ligeiros que foram mais que muitos e os prejuízos materiais ultrapassam os seiscentos milhões de euros, tudo devido à prepotência da ignorância e à incompetência dos boys e girls do partido do poder.
Agora aparece uma fulana que se aproveita de uma instituição de solidariedade social que era suposto ajudar crianças com deficiências graves e raras para levar uma vida de luxo e vaidade à custa dos nossos impostos e dos donativos de pessoas de boa vontade. Pelo meio está envolvido um secretário de estado e, quem sabe, um ministro. Pelo menos a mulher deste também viajou à custa da instituição.
Podíamos falar do roubo das armas dos paióis do exército e de um ministro da defesa que não sabe de nada nem faz nada e, muito menos, se demite.
Que país é este? Que sociedade é esta? Que povo é este que vota nesta gentinha?
Isto não parece ser só Máfia parece também um polvo cujos tentáculos são inúmeros. Vamos ver até onde chega. Mas não será a bom Porto.
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