TRAIÇÃO!
Nada me causa mais repugnância que
a traição. É um comportamento execrável e demonstra a baixeza de carácter de
quem trai. Pior é, ainda, a reincidência. Neste caso é o vómito asqueroso,
nojento, insuportável.
Isto é válido para todas as
situações da vida. No trabalho, na relação conjugal, na relação social, na
política, na religião, na amizade.
Há momentos em que a traição se
manifesta com mais frequência e os caracteres mesquinhos e cobardes vêm ao de
cima. Talvez por serem mais propícios ou mais perigosos, na óptica do traidor,
já se vê. Em situação de guerra, por exemplo. O traidor, se em perigo, não se
coíbe de denunciar companheiros, segredos, para salvar a putrefacta pele.
Outras situações são, igualmente,
aproveitadas pelo traidor para consumar a sua traição. Quando a boa-fé de
outrem os leve a julgar presa fácil, é outro bom exemplo. Mas há muitos mais.
Em comum há sempre duas condições
basilares. A primeira é a falta de carácter, de princípios e de valores. A
segunda é a cobardia e o desrespeito pelo outro ou por outrem.
Em época de pré-campanha eleitoral
é frequente aparecerem os traidores, camaleões, desonestos com promessas de que
desta vez é que vai ser. Que se estão a sacrificar em proveito do povo e por
muita insistência e pressão das gentes a quem querem servir.
O traido/a cai na conversa porque,
na sua boa-fé, julga que todo o ser humano tem direito a arrepender-se e a ser
perdoado. Não há maior cego do que aquele que não quer ver e isso acontece com
muito mais frequência do que seria desejável.
Neste desgraçado país destroçado
pelos incêndios, pelo roubo de armas, pelo roubo do erário público, com
condeções ou impunidades, os traidores, larápios e criminosos de toda a índole
aproveitam esta época estival para lançarem as suas garras de ave de rapina
para se sentarem à mesa do orçamento e continuarem a roubar o que é nosso. A
falta de escrúpulos é tal que nem sequer têm em conta a memória dos seus
concidadãos.
E não se diga que que tal é
apanágio deste ou daquele partido, desta ou daquela organização, deste ou
daquele dissidente, deste ou daquele independente.
Tenho para mim que quem se habitua
a trair não olha a meios e aproveita todas as oportunidades para o fazer de
novo, aos mesmos a ou outros, não importa. Está-lhe no sangue. Trai por índole.
Por princípio e a todos sem olhar a quem. Os amigos, correlegionários,
adversários e até cúmplices.
Se olharmos à nossa volta não
precisamos de muita atenção para vermos, aqui e ali, os traidores a surgirem como
cogumelos em época húmida.
Os traídos deixam-se ir e confiam,
uma e outra vez, nestes abutres, escroques, cobardes, ladrões.
Assim é.
Zé Rainho
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