DITADORES!
Detesto ditadores. Quer pela História, quer pela vida,
conheci alguns e só de pensar neles fico com urticária.
Por norma, o ditador é um ser sem escrúpulos, é odiento, é
arrogante, é bruto, é maquiavélico e é, sobretudo, um cobarde que procura
disfarçar o seu medo e a sua mesquinhez com a brutalidade dos seus actos sobre
os mais fracos, os mais débeis.
De uma maneira geral, o ditador rodeia-se de indivíduos de
igual ou pior quilate, para levar a cabo as suas diatribes, por isso, quando falamos
em ditadores, chefes de estado, estes fazem-se rodear de armas e de gente que
as manobre com precisão.
O passado e o presente já nos mostraram alguns espécimenes deste
calibre e nem precisamos de recordar os seus nomes para não ficarmos com uma
revolução nos interstícios.
Já aqui demostrámos a nossa apreensão quanto ao que se vem
passando na Ucrânia e ontem tivemos mais um passo de gigante para um problema
gravíssimo a nível mundial, mas, particularmente, a nível europeu.
O Putin é um mentecapto, é um assassino, que pautou toda a
sua vida fazendo o mal desde a altura em que foi espião. Foi às ordens dele que
milhares de russos foram deportados para a Sibéria. Foi às ordens dele que
foram assassinados dissidentes da sua política, russos como ele, mas que pensam
de forma diferente.
A Rússia tem um historial ditatorial inigualável no contexto
mundial, nem o Hitler conseguiu uma proeza tão aterradora e tão nefasta para a
humanidade. Foi perdendo a sua influência expansionista na última década do
século passado, mas, como não conseguiu que a riqueza produzida fosse distribuída
pela generalidade do povo russo, aumentado a sua qualidade de vida, mas sim
aboletada por um conjunto de oligarcas criados e sustentados à sombra do poder
vigente, a democracia é, naquele imenso país, uma miragem, progredindo facil e
progressivamente a ditadura.
O Povo Ucraniano, apesar de alguns saudosistas, como há todos
os países que sofreram ditaduras, quis enveredar por um modelo político de paz
e de progresso e isso fez comichões ao Putin que não quer ser confrontado com o
desenvolvimento e o progresso que o seu povo possa invejar e, vai daí, porque o
povo pode morrer de fome, mas não pode faltar dinheiro para armamento
sofisticado, a Rússia está armada até aos dentes e assim tem poder. Não o poder
da razão, da concórdia, do progresso, mas o poder das armas. E, com esse poder armamentístico,
vai de ocupar países livres e independentes, sem rebuço ou pudor.
Mas se o Putin faz todas esta aleivosias porque os dirigentes
políticos ocidentais são inábeis e incoerentes. A começar pelos americanos que
onde se metem só fazem asneiras. Não me esqueço de Angola, do Afeganistão, do
Vietnam, apenas para citar alguns povos que foram deixados à sua sorte depois
de algumas bravatas. Os europeus, então nem se fala. Para estes é mais
importante o dinheiro, o lucro, do que a coesão e os valores democráticos. E,
assim, nem têm força, nem influência no plano e xadrez político das nações. Mas
também não nos podemos esquecer das Nações Unidas que era suposto servirem para
prevenir e dirimir conflitos, mas quando é com os grandes fica queda e muda. Entretém-se
com coisas menores para mostrar que está viva quando é um defunto putrefacto.
Termino como comecei, não gosto de ditadores e Putin é um
ditador, por isso não gosto dele. Tenho pena da Ucrânia e do seu povo. Tenho
pena de nós mesmos por consentirmos estes atropelos.
22/02/2022
Zé Rainho