Aproximamo-nos, a passos largos, das eleições autárquicas de
2021 e assiste-se ao costume.
Nos grandes, ou mesmo médios, centros urbanos, as cúpulas
partidárias encarregam-se da distribuição de lugares e hierarquizam listas de
concorrentes, com a proverbial passividade dos eleitores e, até, das estruturas
partidárias locais. Já nos pequenos burgos a coisa pia mais fino. Nem nos
partidos e, muito menos fora deles, há gente disponível para entrar num mundo muito
adverso. Um mundo conspurcado por uns quantos aproveitadores. Um mundo onde os
dinossauros aproveitadores abocanham os parcos recursos. Um mundo onde
pontificam indivíduos como, um imbecil, um escroque, que foi presidente de
Junta, disse um dia: “Quem manda é o povo e o povo sou eu”.
Admiro, imenso, a coragem dos que não se resignam e,
arrostando com todas as dificuldades e superando todos os obstáculos, ainda se predispõem
a deixar a sua tranquilidade e o seu conforto, para batalhar contra os donos
disto tudo, com o sentimento de que são úteis a toda a sociedade e não só ao
grupelho que gravita em torno do poder.
Eu sei que alguns dos meus amigos dirão que são todos iguais,
que o que eles querem é tacho, que é tudo uma corja e tenho consciência que há
razões substantivas para muita gente pensar assim, tantos e tais os casos a que
assistimos por esse país fora, mas posso garantir-vos que também há pessoas que
estão tão bem na sua zona de conforto e que apenas o altruísmo e o sentido do
dever cívico os leva a entrar nesta árdua e espinhosa aventura e esses, seres
humanos superiores, merecem de mim o maior respeito, a maior consideração. Isto
é verdade no caso das autarquias, mas é igualmente verdade nas instituições e
associações locais, nas IPSS, nos clubes recreativos e desportivos e em tudo o
mais que tem impacto positivo nas comunidades.
Para estes a minha homenagem e a minha gratidão, porque são
inconformados, porque são determinados, porque põem acima dos seus interesses
pessoais os interesses da comunidade.
Para os outros, os do lamaçal, os da pocilga o meu mais
profundo desprezo.
21/07/2021
Zé Rainho
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