QUEIMA DAS FITAS DE COIMBRA!
Coimbra e seus trovadores
Despede-se dos seus doutores
Na festa da Queima das Fitas
Com estudantes e futricas,
Em entusiástica euforia,
Cantando ao som da guitarra
A trova vivida com garra
Duma vida nova, exigente,
Mais do que a sebenta do Lente.
Esvoaçam a capa e a batina
Agitam-se fitas e cartolas
Cruzam-se bengalas coloridas
Ao som do efe é re á
Para satisfação do papá
Que vê o sonho alcançado
Depois do sacrifício magoado.
A vida num de repente
Tal como é a mocidade
Só a velha Universidade
Continua igual e presente.
Fica a saudade da noitada
Passada junto ao Mondego
No Choupal posto em sossego
Cantando aos etéreos amores
O canto que só os doutores
Sabem tão bem imortalizar
Em estrofes dolentes cantar
À beleza ímpar das tricanas
Garridas sensuais bacanas
Que na hora da despedida
Deixa Coimbra perdida
Num silêncio sepulcral
Na solidão da Lapa e do Choupal.
Querer ser toda a vida estudante,
Queimar as pestanas ser amante
É ambição desmedida
Duma juventude bem vivida.
Lembrar as tascas do quebra-costas
Serenatas na Sé Velha.
Nas escadas monumentais.
Nas Repúblicas principais
Duma Coimbra muito amada
Por quem nela fez estrada.
20/05/2022
Zé Rainho
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