PREDISPOSIÇÃO MENTAL!
Não sou psicólogo, pelo que não suporto a minha opinião em
bases científicas, mas tenho a convicção que a predisposição mental, condiciona
e muito a forma como encaramos as mais diversas situações da vida.
Se estivermos optimistas, alegres, contentes, encaramos os
acontecimentos de forma bem diferente daquela se estivermos deprimidos,
taciturnos, tristes. Na primeira parece que tudo nos parece colorido, mesmo as
coisas menos boas, encaramo-las com certa leveza relativizando os aspectos
negativos, podia ser pior e assim por diante. Já, ao contrário, tudo parece
negro, escuro, tenebroso, só a mim é que me acontecem destas coisas!
Hoje, a maioria de nós, encara este final de ano com alegria,
com optimismo, sobretudo, com esperança de que o novo ano traga o melhor para o
mundo e ainda bem que assim é, porque só pode ser mais cheio de cor o que aí
vem, apesar das nuvens negras que se adensam sobre as cabeças de todos nós.
O ano que hoje finda foi mais um ano mau, que se seguiu a
muitos outros de crise, de pandemia, de isolamento, de incerteza, de
condicionamentos, de estados de emergência e de muitos outros atropelos à
liberdade individual e colectiva, de trapalhadas governativas, de dissolução do
parlamento, de eleições antecipadas e muitas outras diatribes ligadas à governação,
mas também à justiça, à saúde, à educação, à segurança. Muitos processos
judiciais de violência doméstica e todos os outros tipos de violência, de
saques, de roubos, de corrupção e toda a panóplia de circunstâncias que nos
transformam num dos países mais pobres da Europa, apesar dos PRR e outros
fundos que os europeus despejam nos bolsos de alguns portugueses, que cada vez
são mais e estão mais ricos, ainda que a maioria esmagadora seja cada vez mais
pobre e cada vez sejam mais os pobres miseráveis.
O ano que finda foi mau, porque trouxe a guerra para as
portas da Europa, abanando e deixando atarantados todos nós, os que nos
habituámos à paz e à prosperidade, desde meados da década de quarenta do século
passado.
A inflação trouxe-nos à mente os dias difíceis da década de
noventa, do passado século, em comprávamos algo e o comerciante nos dizia: leve
agora porque amanhã será mais caro. Trouxe-nos também um corte, significativo,
nos salários de quem trabalha e nas pensões dos reformados, ainda que os nossos
“zelosos” governantes nos queiram convencer que nunca estivemos tão bem como
agora.
As trapalhadas governativas são o pão nosso de cada dia.
Desde as sucessivas demissões de ministros e secretários de estado, até à
inoperância das autoridades perante calamidades como os incêndios ou as cheias.
Isto para não falar nas empresas públicas sorvedouros de dinheiros públicos sem
controle e responsabilização ou para a quantidade de autarcas suspeitos e,
alguns já condenados, de práticas lesivas do interesse público que juraram
defender.
Não tendo muitas razões para encararmos o novo ano com
optimismo é bom que o recebamos com esperança renovada de que tudo será melhor.
Não vamos esquecer todas as maldades que este nos trouxe para
estarmos preparados e não nos deixarmos cair nas mesmas patranhas, mas vamos
olhar para o que vem de forma descontraída, alegre, com um copo de espumante –
a vida não está para champanhe – junto com os nossos familiares e amigos e
desejar que todos e cada um faça a sua parte para que o mundo mude para melhor.
Se não puder ser de outra forma, com o pensamento e a determinação de que se o
mundo cair não seja com o nosso empurrão.
Como dizia o saudoso Raul Solnado, façam o favor de ser
felizes. Um Ano Cheio de prosperidade, de coisas boas para todos.
31/12/2022
Zé Rainho
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