VOTOS PARA 2024!
No último dia útil de 2023 poderia fazer um pequeno balanço
do que se viveu neste ano e começar por abordar o caos que se vive no Serviço
Nacional de Saúde e no desastre, de proporções incalculáveis, que se passa com
a educação em Portugal, mas não quero ir por aí, porque me interessa mais o
futuro do que o passado e quero pedir ao Poder, seja ele exercido porque
partido ou partidos for, para o ano 2024 algumas pequenas coisas. Senhores
políticos façam-me lá esse favor, porque está ao vosso alcance.
O futuro é dos novos não é dos velhos, por isso vamos lá ver
se invertemos a destruição e reconstruímos todo o edifício da educação que o
individuo da bengala nos deixa. Permitam-me um parêntesis: nunca percebi porque
que é que um primeiro-ministro vai buscar uma pessoa cuja formação é em linguística,
para um sector vital de qualquer sociedade com futuro, em vez de recrutar quem saiba,
verdadeiramente, do assunto, que são as ciências da educação? O homem pode ser
muito sabedor e competente na sua área, mas não deixa de ser uma nódoa na
educação e os resultados comprovam-no.
Peço ao novo governo que escolha, para a Educação, uma pessoa
competente, arrojada, capaz de lutar contra os idiotas que propagandeiam e
exigem o facilitismo em vez da exigência, a mediocridade em vez da excelência, o
amorfismo em vez da singularidade. Que autonomize e responsabilize as escolas
sobre a forma como ensina os seus alunos, dando-lhe condições materiais e humanas,
para que cumpra a sua função de ensinar, sem discriminar, incluir sem excluir,
libertar sem castrar a criatividade e o ritmo de cada aluno.
Peço ao novo governo que olhe para o sistema nacional de
saúde no sentido da prevenção, já que não tem condições para a remediação. Que
aposte nos cuidados continuados para libertar os hospitais que estão vocacionados
para outras funções mais urgentes e específicas. Que a cada um sejam dados o
conforto e o cuidado que precisa.
Peço ao novo governo que recomende à segurança social que
olhe para os mais desfavorecidos e minimize o sofrimento de quem não consegue
sobreviver com um mínimo de dignidade. Que à parte que lhe cabe na
responsabilidade quanto ao emprego obrigue, os que não querem trabalhar e o
podem fazer, a procurar emprego seja em área ou sector de trabalho for, para não
subsidiar a preguiça.
Peço ao novo governo que recomende às infra-estruturas que se
deixe de socorrer empresas falidas como a TAP, a EFACEC e outras similares,
porque os impostos que todos nós pagamos não podem servir para que alguns vivam
à custa de todos.
Peço ao novo primeiro-ministro que se deixe de armar em rico e
não aplique o pouco dinheiro que temos na reconstrução de património cultural
de países estrageiros e o aplique no nosso. Não seja como o actual, que doou 34
milhões de euros a Angola para recuperar um património que foram os portugueses
que construíram, mas que agora é só pertença dos angolanos.
Por fim peço aos partidos políticos, todos os partidos
políticos, que sejam parcimoniosos nos gastos da campanha eleitoral. Que
informem com clareza e com verdade o que pretendem e são capazes de fazer
quando chegarem ao poder e não nos vendam a banha da cobra, porque já não
conseguimos acreditar nessa conversa fiada.
Mesmo para terminar, não peço mais nada, mas desejo a todos
os portugueses – não me venham com essa de portuguesas que agora está na moda,
porque o substantivo neutro as engloba sem necessidade de as mencionar – um 2024
repleto da maior felicidade e com muita saúde. Para o mundo todo, desejo paz e
prosperidade.
29/12/2023
Zé Rainho