Memória futura
Hoje, 29 de Março de 2020, os números oficiais já mencionam
119 mortes devidas ao covid-19 e ainda a procissão não saiu do adro.
Há estudos arrepiantes que indicam a possibilidade de serem
atingidas 100.000 mortes com esta pandemia.
Vivemos numa incerteza preocupante. O amanhã é uma
incógnita. Os especialistas dizem que o mundo, quando acordar deste pesadelo,
nunca mais será igual. Mas o Homem não tem tendências para aprender com os
erros, principalmente se esses erros tiverem dinheiro pelo meio.
Nasci em plena guerra mundial e, em criança, observei as
suas consequências em termos de miséria e carência de bens essenciais. De
companheiros e amigos que não tinham um par de botas para calçarem. De sapatos
nem se falava. Da senha de racionamento de alguns produtos alimentares que a
minha terra não produzia. Da alimentação ser quase, exclusivamente, do que a
terra dava e na altura em que dava. Quando se acabavam as batatas se comer
apenas feijão-frade, quem o tinha.
Assisti a um desenvolvimento impensável nos meus tempos de
menino. Constatei que o bem-estar trouxe muita irresponsabilidade, muito
desperdício, muito egoísmo, muita falta de educação, de princípios e de
valores. Mas, ingenuamente, pensei sempre que já não veria nenhum descalabro
pois não se vislumbrava nenhum tipo de guerra mundial. Afinal vejo-me
confrontado com esta pandemia que é uma verdadeira guerra com inimigo invisível
e sem fim à vista.
Zé, a fim de, no futuro, não baralhares as contas de quem te lê, convinha substituíres, logo no início do texto, 29 de Maio por 29 de Março.
ResponderEliminarGrande abraço
Obrigado Agostinho. Sempre atento e eu senil.
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