RESTRIÇÕES
Os dias passam devagar e, já lá
vai um mês, confinados a quatro paredes. Os noticiários são deprimentes só com
notícias que magoam. A falta de confiança nas informações dos dirigentes
políticos acentua-se a cada dia que passa. As contradições que saltam à vista
desarmada levam a esta descrença. Continuamos a ver Câmaras Municipais a
substituir-se ao Estado Central nomeadamente à Direcção Geral de Saúde e ao
respectivo Ministério adquirindo materiais para proteger as suas populações.
Os Lares de idosos, está a
verificar-se agora, que são autênticos barris de pólvora que começam a
explodir.
A quantidade de profissionais de
saúde infectados com o Covid-19 é alarmante, já ultrapassa, em muito o milhar.
A não existência de medicamento
curativo para a pandemia ou o desconhecimento de que alguns medicamentos
existentes podem aliviar o drama começa a dar que pensar e a estabelecer alguma
analogia com a falta de munições nas trincheiras de uma guerra convencional.
O amanhã não existe. O País está
encerrado e não se sabe quando poderá reabrir. Nenhum responsável dá um sinal
de esperança aos muitos que vão ficar sem emprego e sem sustento para si e para
as suas famílias.
As restrições à liberdade
individual são cada vez mais alargadas. Amanhã, dia 9 de Abril de 2020 entra-se
no período em que ninguém pode sair do seu concelho de residência o que, no
mínimo, é um absurdo.
A segurança e o confinamento
social não passa, em nosso entender, por este tipo de medidas anacrónicas só
entendíveis na mente de luminárias desta cultura urbana dominante. Basta
analisar o que acontece nas grandes áreas metropolitanas mas também nas áreas
rurais. Por exemplo, todos sabemos que a divisão concelhia é apenas uma linha
existente no mapa e que não tem correspondência com a realidade. Senão vejamos:
quem é que sabe onde acaba o concelho de Lisboa e começa o concelho de Oeiras,
Loures ou Odivelas? Apenas os moradores devido às necessidades de contactar as
instituições públicas estatais porque todas as outras não conseguem destrinçar
se têm um pé num concelho ou noutro. Aqui pela nossa zona o caso não é muito
diferente e compreende-se mal que um morador no Vale da Senhora da Póvoa ou no
Meimão não possa ir ao Sabugal apesar de ser muito mais perto e económico do
que vir à sede do seu concelho que é Penamacor.
A vida está difícil. Todas as
restrições apresentadas são muito prejudiciais para os mais desprotegidos. Se
olharmos para a Europa, à qual pertencemos de corpo inteiro o panorama não muda
muito. Os ricos não querem ajudar os pobres esquecendo-se que, a prazo, poucos
ou nenhuns produtos que produzem possam vender aos países mais pobres porque
não haver dinheiro para tal e, consequentemente, não conseguirão escoar os
produtos e ficarão mais pobres. As posições da Europa que todos pagamos como entidade
supra nacional parece não existir.
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