domingo, 27 de junho de 2021

Lufada de ar fresco!

 

LUFADA DE AR FRESCO!

Num País onde a impunidade impera ver alguém responsabilizado pelos erros cometidos é uma lufada de ar fresco que nos alimenta a esperança num amanhã melhor.

É que a maior parte das Instituições estão entregues à incompetência dos lóbis partidários e dos incapazes e dos rapazes e raparigas que não sabem dizer NÃO e, por isso, só mesmo por isso, é que chegam a lugares de chefia e de relevância social.

Os exemplos são transversais aos Ministérios, Autarquias, Entidades Reguladoras, Serviços diversos.

Todos os dias aparece mais um escândalo. Agora está na berra o caso da devassa dos dados pessoais que vai para além da devassa e entra no domínio criminal do envio desses dados a países estrangeiros, num verdadeiro atentado aos Direitos Humanos, particularmente quando esses dados são enviados a países com regimes ditatoriais, despóticos e que matam indiscriminadamente os adversários políticos, que eles consideram inimigos, seus e da sua pátria. É sempre assim com todos os ditadores desde todos os tempos e em todos os lugares do Planeta.

Mas, se não bastasse este gravíssimo atentado à democracia apareceu a morte de um trabalhador provocada por uma viatura oficial, onde seguia o ministro da Administração Interna, sem que se saiba o que verdadeiramente se passou. Mas as suspeitas são mais que muitas, desde logo a imprecisão – para não dizer engano – na comunicação ao INEM do acidente o que impediu um socorro célere. Bastou a informação errada do sentido em que seguia a viatura acidentada para, numa auto-estrada, se perder imenso tempo.  Para cúmulo o ministro não se dignou ir ao funeral do trabalhador nem teve a decência de mandar um dos muitos assessores, que nada têm para fazer e que tem ao ser serviço particular. Muito menos mandou investigar e prestar auxílio à viúva e filhas do trabalhador que, segundo o Correio da Manhã, viviam em total e completa dependência do trabalhador vitimado. Isto tudo depois dos inúmeros factos demonstrativos da total falta de vergonha do ministro, da sua exponencial incompetência e do seu habitual abuso de poder, para não falar do tacho que conseguiu para a sua mulher que, depois de não servir para ministra a ganhar cerca de cinco mil euros mensais, serve agora para chefiar, uma das muitas entidades reguladoras, mas a ganhar doze mil euros mensais. Tudo isto não é só um escândalo, nacional e internacional, seria um caso de polícia num país onde a Democracia funcionasse em pleno.

Mas, para que nem tudo seja péssimo, lá aparece um militar, de honra e sentido de serviço público, para dizer que há portugueses de bem, capazes, competentes, inteligentes e com coluna vertebral, que não se verga ao poder político, bolorento e bafiento e quase autocrático.

O Vice-Almirante Gouveia de Melo, ao ter conhecimento de atitudes fraudulentas na vacinação da Região Norte não esteve com meias medidas, pediu à Polícia Judiciária e à Inspecção Geral das Actividades em Saúde para investigarem e exigiu responsabilidades e consequências. De imediato demitiu-se uma responsável pelos actos. Só é de aplaudir. Já não suportamos malandros, como diz o Vice-Almirante.

É de todos os tempos a ideia e o proveito, de que o esperto, o vigarista, o oportunista é que se safa. Que a cunha e o amiguismo desenrascam tudo não importando se isso prejudica o outro. Parece até que o Povo gosta deste tipo de comportamento. Aplaude a vigarice. Mas nenhuma sociedade é, verdadeiramente, civilizada se cada um dos seus elementos não praticar a equidade, a honradez, o trabalho, o conhecimento, a competência e a justiça, para o bem comum. Temos, no nosso seio, demasiados malandros que é preciso educar e sancionar, para que não sintam que a malandrice vale a pena.

Temos, também, ainda homens de bem e portugueses de garra que podem alterar este estado putrefacto de coisas. Esperamos que estes nos ajudem, mais cedo do que tarde, a limpar a estrumeira que se alastra cada vez mais.

O Regime Político precisa de constante vigilância para que não caia em autocracia, no abuso do poder, na apropriação da coisa pública, na delapidação do património cultural e de valores pátrios que tanto custaram a conquistar.

Os Partidos Políticos têm de ser, constante e continuamente, escrutinados para não se considerarem donos da democracia, porque esta não tem donos e pertence a todos, mesmo àqueles que não têm partido.

A Democracia e a conquista da Liberdade tiveram protagonistas, mas não seriam conquistadas sem os actores secundários que, na circunstância, foram todos os portugueses.

Com a atitude do Vice-Almirante renasce a esperança de que há Homens e Mulheres capazes de contribuírem para a mudança que tanta falta faz para que voltemos a ser um País com orgulho do seu passado, com confiança no seu presente e com expectativa de ser melhor no futuro.

26/06/2021

Zé Rainho

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário