SEM ABRIGO...
Aproxima-se o frio, o temporal,
O pardalito apressa-se a fazer o ninho,
Para se abrigar mais o seu filhinho,
Dum vento que lhe pode fazer mal.
Mas há humanos que não têm tal ventura,
Não têm espaço, material, para fazer casa,
Onde se possam abrigar, falta-lhe golpe d'asa,
Que lhe permita uma vida sem amargura.
Por isso vivem ao relento, calor ou vento,
Chuva, frio de rachar, o que é injusto,
Se até as aves têm abrigo e conforto,
E os filhos de Deus, tratados como aborto,
Por quem é egoísta, tirano, um susto,
Que não tem atitude para além do lamento.
Zé Rainho.
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