Este arrazoado de estórias de vida
não tem pretensões de género nenhum. Não pretende ser um livro, não pretende
divulgação, não pretende ser um acto de saudosismo, de auto elogio, de
comiseração ou outra coisa qualquer excepto deixar às minhas filhas uma herança
de vida.
Tal como pretendo deixar-lhe alguns
dos poucos bens materiais que consegui angariar ao longo desta vida de setenta
e sete anos também lhe quero deixar este testemunho de vida para que um dia, se
tiverem oportunidade e quiserem lembrarem o pai, a mãe e, complementarmente, os
avós e bisavós.
Por isso me fiquei pelo início dos
anos oitenta porque, acredito que, a minha Lena e a minha Raquel, a partir
dessa data, quando assentámos arraiais em Cantanhede, em Setembro de 1982, para
lhes proporcionar a elas as melhores condições, a nível de formação, já tinham
consciência das tomadas de decisão dos pais e com eles viveram todas as
aventuras que fizeram delas grandes mulheres.
Óptimas profissionais.
Insatisfeitas com os seus conhecimentos e por isso continuam, todos os dias e
sempre, a procurar conhecimento, saber para, preservando os valores que lhes
foram incutidos desde crianças, possam subir na vida a pulso, como os seus pais
fizeram, porventura como mais algumas ferramentas mas, certamente, com desafios
iguais ou superiores em tenacidade e valentia.
Portanto toda a restante estória de
vida é uma herança conhecida e não precisa de ser escrita. Quem sabe possa ser
reescrita com as suas histórias pessoais, seus anseios, seus projectos, suas
conquistas, suas desilusões mas, sobretudo, o orgulho de serem quem são e donde
vieram sem mancha que as possa envergonhar.
Estas estórias de vida ficam por
aqui. Gostei de as escrever.
Agradeço tudo o que sou aos meus
maiores, pais, avós, à minha mulher e às minhas filhas. Não posso esquecer os
amigos que, em muitas circunstâncias da vida foram os irmãos que não tive.
Até sempre.
José Rainho Caldeira
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