quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

ESTADO D EMERGÊNCIA!

 

12º ESTADO DE EMERGÊNCIA!

Os diversos Estados de Emergência têm dado, ao Governo, a possibilidade de utilizar todas as medidas consideradas necessárias para fazer face à pandemia que nos assola.

Já o disse, mais do que uma vez, que sou contra a generalização desta prerrogativa constitucional. A figura do Estado de emergência deve estar reservada a situações, verdadeiramente, excepcionais de grande catástrofe, pelo menos esse é o espírito da Constituição da República Portuguesa.

Mesmo com estas condicionantes o Senhor Presidente da República tem respaldado, com os sucessivos decretos de estado de emergência, a exigência do Governo para que os problemas resultantes da pandemia sejam obviados e resolvidos.

Nem sempre o Governo tem utilizado este instrumento da melhor forma e da forma mais correcta. Na minha opinião tem havido extrapolação, para não dizer abusos, em muitas situações, que colidem, abertamente, com os direitos liberdades e garantias dos cidadãos. Vezes houve que o Governo solicitou o respaldo do Presidente da República e da Assembleia da República e depois regulamentou como muito bem lhe apeteceu. Um pequeno e singelo exemplo: no estado de emergência anterior tinha como pressuposto base a testagem massiva da população, nomeadamente em Escolas, Construção Civil e Empresas. Em vez de se aumentar a testagem, para se tornar massiva, reduziu-se a mesma, passando dos cerca de 75.000 testes diários, para menos de 30.000. Perante esta evidência o Governo diz que está a fazer um estudo para agilizar a testagem e com isto passaram-se quinze dias. Ora, segundo os técnicos, esta pandemia só pode ser atacada se for no início, caso contrário o seu crescimento é exponencial. Qualquer atraso significa o desastre, como aliás se viu. O pior país do mundo durante cerca de um mês.

O Decreto do Presidente da República para o 12º Estado de Emergência, desta vez, traz algumas novidades. Em vez de generalidades, que permitem roda livre ao governo, aponta metas, objectivos. Desta vez afirma-se, claramente, que é preciso “que sejam aumentadas as taxas de testagem” e “planear o desconfinamento por fases, com base nas recomendações dos peritos e em dados objectivos, como a matriz de risco, com mais testes e mais rastreio”.  

Não gosto, reafirmo, de Estados de Emergência, mas subordinado a parâmetros inultrapassáveis, já os aceito com maior benevolência. Espero que os Partidos Políticos com assento na Assembleia da República o aprovem com baias bem definidas, para não permitir que o Governo nos continue a proibir de tudo e mais alguma coisa e nos continue a enganar com promessas nunca cumpridas.

Espero, ansiosamente, que seja este o último estado de excepção, porque estou farto de que me coarctem as minhas liberdades individuais.

25/02/2021

Zé Rainho

 

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