Uma entrevista na RTP2, a um
cientista e respectivo CEO da empresa de alta tecnologia portuguesa, sedeada em
Cantanhede, veio demonstrar – como se nós não soubéssemos já? – as prioridades
deste governo, para o País e para os portugueses, no seu todo.
Na circunstância está em causa o
desenvolvimento de uma vacina para combater e, eventualmente, eliminar o vírus que
nos destrói a vida, de diferentes formas, mas sempre, extremamente, penosas.
Necessitam de um investimento de vinte milhões de euros, para que este projecto
seja uma realidade, com resultados já no próximo ano. O Estado – não, o Governo
– está mudo e quedo, como se nada se passasse. O que andarão a fazer os
ministros da ciência e da economia? Por aí!
Outros países e respectivos governos apoiaram
o desenvolvimento da vacina que é a esperança de todos nós, que é escassa, cara
– cerca de cem euros cada – e que será necessário tomar todos os anos, como a
actual vacina da gripe, segundo se diz, ou dizem alguns cientistas, apesar de
algumas vozes dissonantes. Também aqui não há consenso.
Na vacina portuguesa – vamos designá-la
assim, com orgulho, porque o que é nacional é bom – os estudos apontam para uma
única toma. Custará entre dois e dez euros cada uma. Já há um laboratório do
Canadá, pronto para a fabricar e comercializar. O que é que falta ao Governo
para apoiar este projecto científico? Não tem dinheiro? É falso. Dinheiro tem
muito, pois já está garantido pelo ministro das finanças, que haverá mais
quinhentos milhões de euros para entregar à TAP, depois de lá enterrar cerca de
quatro mil milhões, outros cerca de quinhentos milhões – quatrocentos e oitenta,
para ser mais exacto - para o Novo Banco. Perante esta enormidade de dinheiro
enterrado em buracos negros o que são vinte milhões? São trocos.
Há escrutínio sobre estas
disparidades, arbitrariedades, prioridades? Não. Nem das Instituições de
controle e regulação e, muito menos, da oposição política e partidária. E vozes
da sociedade civil, há alguma coisa? Não. E da Comunicação Social, do
jornalismo há perguntas, levantam-se questões? Não, salvo raras e honrosas
excepções.
E o povo votante! O que pensa? Pensa
que está tudo bem e assim deve continuar pois as sondagens apontam para uma
aprovação maioritária do partido responsável pelas várias bancarrotas e que nos
vai conduzir ao abismo que os nossos filhos e netos terão de pagar com língua
de palmo.
Quem se indigna? A classe média
que cada vez é mais mínima, porque é ela que paga estes desvarios. Sim, porque
os ricos não pagam e ainda vão buscar aquilo a que não têm direito e os pobres
estão à espera que venha o subsidiozito que dê para as migas.
Que mal fizemos nós a Deus?
15/02/2021
Zé Rainho
Sem comentários:
Enviar um comentário