sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ver grego

É da usança popular
Vermo-nos gregos p'ra alcançar,
Metas, tarefas complicadas.
No dia que agora passa,
Mais se apropria a ameaça.
Do contágio emblemático,
Que só poderá ser trágico,
P'ro português nostálgico.

É o déficite, a dívida soberana,
P'ra qual não chega a derrama,
O outro qualquer imposto.
Habituado a comer fiado,
Lá vai o freguês ao comércio ali ao lado,
Pendurar mais um prego,
Que depois se vê grego,
P'ra ver o livro saldado.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Simplesmente, MULHER!!!



Mulher que é esposa e mãe,
Mãe que se desdobra em muitas mulheres.
Mulher que é simplesmente mulher,
É, p'ro Homem, companheira também.

Se a mulher tem tantos predicados,
É esforçada, valente, talentosa,
Porque será que carrega, como pecados,
Uma vida, tantas vezes, desditosa.

Se a sua delicadeza é como flor cheirosa,
Do enorme jardim do qual brota!
Porque é violentada de forma tão briosa,
Pelo homem que tudo lhe deve, já que é sua rota.

Nossa Senhora mãe de todas as mães,
Sofreu horrores em vida na Terra,
Já que à mulher não eram permitidos amores,
Apenas deveres ao homem que sobre si impera.

Se foi assim ao longo dos tempos e sociedades,
Na era dos deveres, direitos, de igualdade
Porque são menosprezadas em todas as idades,
Na casa, no trabalho, na vida e na paridade?

Se ao menos parássemos um pouquinho,
Para pensar que duma mulher viemos.
Talvez nossa postura, nosso carinho,
Fosse para todas, o mais e o melhor que temos.

Homenageamos as mulheres,
Não por sentimentos menores,
Mas para sermos Homens, merecedores,
Tudo aquilo que delas recebemos.

domingo, 19 de junho de 2011

XX Convívio do Batalhão 361 - Luanda - Angola

Acabei de chegar de Santa Comba Dão onde tive o prazer de participar no convívio dos meus companheiros de vida Militar. Éramos cerca de trezentas pessoas. Já faleceram bastantes e essa informação dói-nos a todos. É sempre um momento arrepiante gritar "presente" ao ouvir o nome de cada um daqueles que já partiram. A maioria ainda vai acompanhado das respectivas esposas e até de filhos e netos.
Foi uma lufada de ar fresco na minha vida.
Até parece que venho revigorado. Sinto-me como se tivesse recuado no tempo, 45 anos. Fazem-me sempre bem estes Encontros. Faço votos de que possamos voltar a estar juntos a maior parte de nós, se não puder ser a totalidade, no próximo ano no Porto.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Equilíbrio mental

A intolerância é apanágio da ignorância.
A magnanimidade é fruto da transcendência.
Os atributos são de relevante importância,
É pungente, por isso, cultivar a paciência.

A harmonia é equilíbrio e mansidão,
É alegria, energia, luz, paz e comunhão,
De todos e cada um na sua imanência,
Para que a sociedade seja mais do que a ciência.

Então sublime-se a crise, a solidão,
Atenda-se ao convívio e recordação,
Doutros tempos, situações, circunstâncias,
Para alimentar as legítimas esperanças.

Venham de lá bons ventos e brisas de Verão
Que ajudem na tristeza e na desilusão,
A suportar com alegria e confiança,

A dureza do dia a dia a desesperança
De quem, apenas, tem da vida a preocupação,
A sina má e a inconstância.

domingo, 5 de junho de 2011

A sina Nacional

Acabámos de assistir a uma derrota histórica de Sócrates. Dirão muitos dos meus leitores: - já não era sem tempo. Outros poderão estar tristes. A todos o meu respeito democrático.
Falei de Sócrates e não do PS. Foi propositadamente.
Não pretendo ser uma cópia de Zandinga e, muito menos, de Maya astrológica. Mesmo assim atrevo-me a escrever, para memória futura, o  pensamento que, há algum tempo a esta parte, me tem assaltado ao espírito. Veremos se acerto. O tempo o dirá.
O meu raciocínio baseia-se em factos históricos, contemporâneos.
Assim, tenho para mim que, depois de umas férias de Luxo, o sr. Sócrates irá ser indigitado para um lugar dourado, numa instituição internacional qualquer, de que Portugal é contribuinte líquido.
Os últimos anos têm-nos demonstrado à saciedade que neste País dos Pequenitos, a incompetência, a mediocridade, a insensatez, o despudor, a aldrabice e a mistificação são sempre premiadas. Temos vários exemplos que importa reter: Guterres em fuga para a frente. Constâncio, pontapé escada acima. Durão Barroso, aposta no cavalo certo e no momento adequado. Ferro Rodrigues 5 anos na OCDE. Sampaio, depois de ter feito um grande favor a Sócrates, quando demitiu Santana, lá foi também para a ONU. Soares com a sua Fundação, paga por nós, mas que será apenas dos seus herdeiros. Etc., etc. etc.
Sócrates não tem humildade democrática e demonstrou isso plenamente, com a sua atitude, no seu discurso de demissão, mistificou, mais uma vez, a realidade e armou-se em arauto da coerência. Para mim não passa de um ditadorzeco, de meia tigela, que só sabe ser arrogante quando está na mó de cima e nunca consegue ser humilde o suficiente para ser uma Personalidade respeitável.
Temos conhecimento da fuga da Realeza em finais do século XIX. Sabemos da fuga de muitos que deveriam ficar. Conhecemos o que tem acontecido aos corajosos, lembro Sidónio Pais e Sá Carneiro, apenas como mero exemplo.
Porventura será esta a nossa sina? 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ex-Combatentes

Ontem, dia do concelho, cá no Burgo, foi inaugurado um memorial aos ex-combatentes do Ultramar, homenageando, assim, todos os combatentes, especialmente aqueles que deram o melhor de si, a própria vida, em prol de uma causa que o Poder Político entendeu ser um desígnio Nacional.
Foi uma festa bonita. Bastante concorrida. Com discursos importantes. Desde logo o do General João Afonso Soares, nosso conterrâneo, do Presidente da Assembleia Municipal, Dr. Jorge Seguro, do Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues e, também do mentor e primeiro impulsionador desta Homenagem, Prof. Libério Lopes.
Está de parabéns a organização, não só pela justa homenagem, mas e principalmente, pela exorcisão de um complexo e preconceito contra tantos Jovens que se limitaram a darem à Pátria o melhor de si e que foram e são, os verdadeiros, os autênticos Patriotas, em contraponto como muitos dos que, tendo sido traidores ou, no mínimo, cobardes, aparecem hoje, nos aparelhos partidários, a dar lições de patriotismo a todo um povo que sempre demonstrou não carecer de tais tipos de lição de ninguém e, muito menos, desta espécie de gente.
Fez-se justiça a muitos daqueles que, por causa de um espírito mesquinho pseudo-revolucionário foram, demasiados anos, considerados como tendo "lepra". Como sendo apaniguados do antigo regime. Esquecendo que ontem, como hoje, os verdadeiros militares acatam, disciplinarmente, ordens superiores e cumprem, rigorosamente, o seu dever. Por isso, valeu ontem, vermos militares briosos defender a Pátria em Angola, Guiné, Moçambique, como vale hoje ver outros militares no Iraque, no Kosovo, no Afeganistão, na Bósnia, em Timor e em muitas outras missões que o actual Poder Político, tal como o anterior, tinham por bem determinar.
Não se pagam sofrimentos nem humilhações. Ninguém reivindica qualquer tipo de pagamento. Os ex- combatentes e aos actuais, apenas exigem, consideração e respeito.
Em tempo de eleições seria bom que todos os Partidos, sem excepção, demonstrassem aos ex-combatentes a gratidão da Nação. Só lhe ficaria bem. Porque a eles se deve a possibilidade de se candidatarem a lugares cimeiros da governação.