sábado, 28 de maio de 2022

QUEIMA DAS FITAS 2022

 

QUEIMA DAS FITAS DE COIMBRA!

 

Coimbra e seus trovadores

Despede-se dos seus doutores

Na festa da Queima das Fitas

Com estudantes e futricas,

Em entusiástica euforia,

Cantando ao som da guitarra

A trova vivida com garra

Duma vida nova, exigente,

Mais do que a sebenta do Lente.

Esvoaçam a capa e a batina

Agitam-se fitas e cartolas

Cruzam-se bengalas coloridas

Ao som do efe é re á

Para satisfação do papá

Que vê o sonho alcançado

Depois do sacrifício magoado.

A vida num de repente

Tal como é a mocidade

Só a velha Universidade

Continua igual e presente.

Fica a saudade da noitada

Passada junto ao Mondego

No Choupal posto em sossego

Cantando aos etéreos amores

O canto que só os doutores

Sabem tão bem imortalizar

Em estrofes dolentes cantar

À beleza ímpar das tricanas

Garridas sensuais bacanas

Que na hora da despedida

Deixa Coimbra perdida

Num silêncio sepulcral

Na solidão da Lapa e do Choupal.

Querer ser toda a vida estudante,

Queimar as pestanas ser amante

É ambição desmedida

Duma juventude bem vivida.

Lembrar as tascas do quebra-costas

Serenatas na Sé Velha.

Nas escadas monumentais.

Nas Repúblicas principais

Duma Coimbra muito amada

Por quem nela fez estrada.

 

20/05/2022

 

Zé Rainho

 

 

 

TONTICES!

 

TONTICES!

Os tontos, os diminuídos mentais, mereceram, ao longo dos tempos e continuam a merecer, a comiseração dos outros porque não têm culpa de terem sido contemplados com algumas limitações.

Os idiotas, com manias de espertos, sempre colheram o desprezo, e continuarão a colher o ostracismo, ou até mesmo, o achincalhamento da sociedade, porque têm toda a responsabilidade de se comportarem da forma como se comportam.

Quando as duas características são incorporadas na mesma pessoa deixa de haver pena ou indulgência que valha para passar a ser estimulada a aversão.

Esta semana foi pródiga em tontices e idiotices por parte da nossa “elite” política. Desde logo a ideia peregrina da deputada do PAN de querer uns dias de férias menstruais para as mulheres trabalhadoras. Maior serviço prestado ao machismo e maior discriminação e prejuízo para a mulher não poderia ter sido alcançado com esta tirada abstrusa duma tonta que é simultaneamente uma idiota. Cada argumento é pior que o anterior. Lembram-se de no ano passado ela justificar as estufas de produção intensiva de frutos vermelhos, com recurso a químicos, do marido, ela vir com a ideia de que aquilo não eram estufas, mas eram túneis?

Mas centremo-nos agora na MULHER autêntica e não nas aberrações. A mulher tem tido ao longos dos tempos muita dificuldade em se impor no mundo em que os homens dominam. Atente-se nos lugares de topo de uma qualquer empresa e, facilmente, se constatará que a maioria esmagadora dos lugares são ocupados por homens, há poucas excepções que só confirmam a regra. Então esta discriminação não será mais um obstáculo para que muitíssimas mulheres mais competentes do que os homens alcancem esses patamares de liderança? Uma tontice e uma idiotice. Para culminar, num país com um milhão e trezentas mil pessoas sem médico de família, onde falta coisas básicas à maioria da população. Que têm um índice de pobreza assustador. Mesmo assim quer os que pagam impostos suportem hospitais gratuitos para os cãezinhos e os gatinhos. Para além da tontice, da burrice, da idiotice é mesmo o limite da esquizofrenia da tonta surreal, como lhe chama o MST.

Mas os grupelhos que têm tempo de antena não se cansam de arranjar umas ideias para que a comunicação social fale neles. O Livre, outro partido que, não fosse a concentração de votos de um grupelho urbano medíocre e nunca seria reconhecido, não quis ficar atrás do PAN e vai daí, vai de proibir o trânsito aos domingos e feriados num dos locais da cidade de Lisboa que tem os melhores hotéis, a maior quantidade de teatros para não falar do comércio rentável. O mesmo é dizer que se um Inglês, ou qualquer outro estrangeiro que tenha ideia de gastar uns cobres em Lisboa e aterre no aeroporto da Portela terá de calcorrear de mala às costas a Avenida da Liberdade, que tem uns quilómetros de comprimento. Só ideias de jerico. Pior que tontices autênticas burrices.

Podíamos continuar com o candidato a Juiz do Tribunal Constitucional que entende que se deve punir a liberdade de imprensa, mais uma sandice. Podíamos falar nas tiradas do ministro da finanças ou no Brilhante (poucos dias) no encerramento do debate sobre o Orçamento de Estado, mas fiquemos por aqui.

28/05/2022

Zé Rainho

 

 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

 DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA! 


Há dias para tudo e mais alguma coisa e, também, há o dia da Língua Portuguesa que hoje se celebra.

A Língua, qualquer Língua, mas a nossa, em particular, não devia necessitar de um dia próprio, porque todos os dias deveriam ser de bem comunicar em português e todos os escreventes deveriam ter o maior respeito e a maior consideração pelo símbolo maior da nossa entidade como povo, a nossa Língua. Este sentimento concreto que nos irmana e nos torna distintos de todos os outros povos.

Nas actuais circunstâncias, em que o (des)acordo ortográfico traz para o quotidiano a maior das confusões e as maiores aberrações, talvez se justifique a celebração de um dia para ver se pensamos no valor da Língua, enquanto património nacional, que é de todos os falantes da Língua e não só dos portugueses e isso faça com que haja mais preocupação com os dizeres orais e, sobretudo, escritos. 

São desculpáveis alguns erros por desconhecimento. São intoleráveis os erros propositados para o abastardamento da Língua. 

Há dias vi uma publicação que anunciava uma parada LGBTI na Covilhã onde se apelava a todas e a todes, assim mesmo, todes, para participarem de modo a mostrar direitos inalienáveis, na opinião dos organizadores. 

Sobre a organização e seus direitos prefiro não me pronunciar, mas sobre a Língua tenho algo a dizer, correndo o risco de me apelidarem de xenófobo. 

Já me irrita, profundamente, esta nova moda do politicamente correto, quando ouço discursos de responsáveis políticos começarem por “bom dia a todas e a todos” quando se referem a homens e mulheres, imaginem o que sinto com este abastardamento indefinido (todes) de nem uma coisa nem outra. 

Acho este modo de dizer uma aberração. Igualizo-o aos pleonasmos frequentes de “subir para cima ou descer para baixo”, mas estes, felizmente, tais senhores, já não se atrevem a usar com receio de serem apelidados de ignorantes. 

Ora todos, como se aprende na escola primária, é um adjectivo neutro, que serve ambos os géneros, masculino e feminino, porque significa inteiro e não parte de algo, logo sem necessidade da diferenciação que só tem lugar nas cabecinhas de alguns complexados com a paranóia igualitária de género. 

Este afã da igualdade é, em minha modesta opinião, muitas vezes mais prejudicial aos interesses e à diferenciação de género do que o benefício que pretende atingir. Por isso valorizo mais a equidade do que a igualdade. 

Haja equidade, dando a cada um segundo a sua necessidade e a sua potencialidade, e tudo o resto virá por acréscimo. No respeito mútuo. No respeito pela diferença, sem memorização de ninguém, quanto a direitos e deveres de todos. 

Não é desrespeitando a Língua que se consegue mais igualdade de salário, de cargos dirigentes, para as mulheres. É, sim, por uma educação de qualidade acessível a todos, diferenciadora quanto às apetências e capacidades individuais, que conseguimos o tão falado e esperado estatuto igualitário independentemente do género. 

Viva a Língua Portuguesa. 

05/05/2022

Zé Rainho