terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

DITADORES!

 

DITADORES!

Detesto ditadores. Quer pela História, quer pela vida, conheci alguns e só de pensar neles fico com urticária.

Por norma, o ditador é um ser sem escrúpulos, é odiento, é arrogante, é bruto, é maquiavélico e é, sobretudo, um cobarde que procura disfarçar o seu medo e a sua mesquinhez com a brutalidade dos seus actos sobre os mais fracos, os mais débeis.

De uma maneira geral, o ditador rodeia-se de indivíduos de igual ou pior quilate, para levar a cabo as suas diatribes, por isso, quando falamos em ditadores, chefes de estado, estes fazem-se rodear de armas e de gente que as manobre com precisão.

O passado e o presente já nos mostraram alguns espécimenes deste calibre e nem precisamos de recordar os seus nomes para não ficarmos com uma revolução nos interstícios.

Já aqui demostrámos a nossa apreensão quanto ao que se vem passando na Ucrânia e ontem tivemos mais um passo de gigante para um problema gravíssimo a nível mundial, mas, particularmente, a nível europeu.

O Putin é um mentecapto, é um assassino, que pautou toda a sua vida fazendo o mal desde a altura em que foi espião. Foi às ordens dele que milhares de russos foram deportados para a Sibéria. Foi às ordens dele que foram assassinados dissidentes da sua política, russos como ele, mas que pensam de forma diferente.

A Rússia tem um historial ditatorial inigualável no contexto mundial, nem o Hitler conseguiu uma proeza tão aterradora e tão nefasta para a humanidade. Foi perdendo a sua influência expansionista na última década do século passado, mas, como não conseguiu que a riqueza produzida fosse distribuída pela generalidade do povo russo, aumentado a sua qualidade de vida, mas sim aboletada por um conjunto de oligarcas criados e sustentados à sombra do poder vigente, a democracia é, naquele imenso país, uma miragem, progredindo facil e progressivamente a ditadura.

O Povo Ucraniano, apesar de alguns saudosistas, como há todos os países que sofreram ditaduras, quis enveredar por um modelo político de paz e de progresso e isso fez comichões ao Putin que não quer ser confrontado com o desenvolvimento e o progresso que o seu povo possa invejar e, vai daí, porque o povo pode morrer de fome, mas não pode faltar dinheiro para armamento sofisticado, a Rússia está armada até aos dentes e assim tem poder. Não o poder da razão, da concórdia, do progresso, mas o poder das armas. E, com esse poder armamentístico, vai de ocupar países livres e independentes, sem rebuço ou pudor.

Mas se o Putin faz todas esta aleivosias porque os dirigentes políticos ocidentais são inábeis e incoerentes. A começar pelos americanos que onde se metem só fazem asneiras. Não me esqueço de Angola, do Afeganistão, do Vietnam, apenas para citar alguns povos que foram deixados à sua sorte depois de algumas bravatas. Os europeus, então nem se fala. Para estes é mais importante o dinheiro, o lucro, do que a coesão e os valores democráticos. E, assim, nem têm força, nem influência no plano e xadrez político das nações. Mas também não nos podemos esquecer das Nações Unidas que era suposto servirem para prevenir e dirimir conflitos, mas quando é com os grandes fica queda e muda. Entretém-se com coisas menores para mostrar que está viva quando é um defunto putrefacto.

Termino como comecei, não gosto de ditadores e Putin é um ditador, por isso não gosto dele. Tenho pena da Ucrânia e do seu povo. Tenho pena de nós mesmos por consentirmos estes atropelos.

22/02/2022

Zé Rainho

 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

IMPUNIDADES!

 

IMPUNIDADES!

A Ordem pública é um dos mais importantes princípios de qualquer sociedade democrática. Sem Ordem não há paz social, não há equidade, não há respeito pelo outro, numa palavra sem Ordem prolifera o caos. Ninguém se entende, ninguém se respeita, não há Lei, nem quem a faça cumprir. É um país sem rei nem roque e um país assim não se recomenda.

Ainda não há muito tempo que os deputados, já depois do Presidente da República ter anunciado a dissolução do Parlamento, apressaram-se a aprovar a Lei que regula a Eutanásia, como se fosse a coisa mais importante deste mundo, porém, não tiveram tempo para se debruçarem sobre a Lei eleitoral que é, como toda a gente já percebeu, um conjunto de incongruências, de regras obsoletas e inaceitáveis.

Quase setecentos mil votos, reais, obtidos nas últimas eleições legislativas não serviram para nada. Estes votos são de eleitores que não contam para nada, eleitores sem voz e quem são e onde se situam? No Interior de um Portugal que se diz inclusivo, mas é mais exclusivo. Mas se os setecentos mil votos não elegeram ninguém há deputados que foram eleitos com menos do que vinte mil votos cada. Como se entende esta disparidade? Entende-se na preguiça e no laxismo vigente.

Outro exemplo é o dos votos dos nossos emigrantes que continuam a interessar-se sobre o que se passa no País. A vergonha do que aconteceu foi tão estrondosa, que teve a intervenção do Tribunal Constitucional, que ordenou a repetição das eleições. Como estas estão decididas e o resultado da repetição da eleição do círculo da Europa, seja ele qual for, não altera em nada a maioria absoluta do Partido Socialista, só têm uma consequência, por acaso muito gravosa, que é o atraso de mais de um mês no restabelecimento da Ordem implícita na posse do Governo e do Parlamento. E esse atraso traz milhões de euros de prejuízo à economia nacional e à respectiva recuperação da catástrofe que tem sido a Pandemia e as opções governativas e ao espanto ou mesmo escárnio da Comunidade Internacional.

Como não há Ordem não há responsáveis nem a respectiva responsabilização. Os culpados disto acontecer pavoneiam-se pelos corredores do poder como se nada se tivesse passado.

No crime económico a Justiça ora arresta ora anula o arresto, quer por juízes do mesmo nível, quer através de instâncias superiores. Acontece alguma coisa? Nada. Não tem importância.

Um povo vê-se compelido, interiormente, a cumprir a Lei e a Ordem pelo exemplo que lhe vem de cima ou, coercivamente, através das sanções que lhe são aplicadas, sendo que o primeiro é muito mais eficaz do que o segundo.

Tenho pouca fé que o novo parlamento altere alguma coisa deste laxismo que nos governa há décadas, mas, já agora, queria ter esperança de que tal pudesse acontecer. Alguém novo nos corredores, independentemente do Partido a que pertença, se propusesse a dignificar a casa da democracia e apresentasse propostas de Lei que acabasse com este sentimento de impunidade que este povo ordeiro, manso, abúlico sente, de tão espezinhado e desrespeitado, por quem tinha o imperativo dever de o defender.

16/02/2022

Zé Rainho