quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Cidadania

Porque me parece actual aqui vai um texto que escrevi em 2010:

CIDADANIA
A evolução é natureza da condição humana. É claro e evidente, que nem sempre, evolução pressupõe desenvolvimento. Muitas vezes é até, retrocesso.
Se não vejamos: - na antiguidade clássica - Helénica e Espartana - o termo e o conceito de cidadão era aplicado, com rigor, àqueles a quem era reconhecido esse estatuto social, compreendendo nele, todos os direitos e deveres inerentes. Se havia favorecimento no tratamento e nas tarefas cometidas, este comportava a responsabilidade de obedecer a regras, valores e a formalismos correspondentes.
Durante séculos, porque a democracia fora outro sentimento e prática perdidos, o termo e, mais do que o termo o conceito, foram perdendo sentido, significado e importância e, rapidamente entraram em desuso, no quotidiano social.
O ciclo da vida traz destas coisas. Nasce-se, cresce-se e morre-se. O mesmo se passa com as palavras seus significados e significantes. Não admira pois, que também a cidadania tenha sido interpretada, ao longo dos tempos, de acordo com conveniências pessoais ou de grupo, em sintonia com o Poder dominante, conforme as diferentes épocas.
É politicamente correcta, quando serve os interesses do Poder instalado. É detestável, quando discorda ou se opõe a uma certa visão de cidadania submissa e bajuladora.
Isto tem a ver com a cultura dos povos e com o exercício responsável de cada cidadão. Infelizmente para nós, o Povo dos “brandos costumes” da “serenidade”, sempre foi um entrave ao exercício, pleno, da cidadania. Pelo que é frequente assistirmos às injustiças mais clamorosas, quase sempre tendo como protagonistas os mais desfavorecidos, material e culturalmente. Sim, porque os poderosos, é nesta espécie de Limbo, que mais facilmente se apropriam das fragilidades democráticas e coarctam o direito do outro a rebelar-se e a usar o seu direito de cidadão.
Normalmente, esta atitude traz consequências muito graves que, apesar disso, caiem no esquecimento ou na indiferença. E se os ditos poderosos pensam que isso é bom porque não os afecta a eles, como estão enganados. Há sempre um momento de desespero dos oprimidos, que os faz recorrer aos seus instintos mais primários e a partir daí não há muros que segurem a fúria da intempérie que se avizinha.
É por isso que vamos conhecendo a prisão e por vezes a morte dos abusadores da violência. Da retaliação dos gangues dos guetos sobre as autoridades. Da afronta directa ou camuflada à democracia.
Também é no desrespeito pela Natureza que a cidadania se compromete. E como pode ser cruel a sua revolta. São os tufões, as derrocadas, os sismos, os incêndios e tantas outras catástrofes a que assistimos diariamente. O Homem, em vez de respeitar o Ambiente e a Biodiversidade, olha para o seu umbigo e o que lhe importa sãos os seus interesses individuais imediatos, não conseguindo discernir, que tudo o que destruir hoje, alguém pagará a factura amanhã, podendo ser o próprio ou seus descendentes. Serão, com toda a certeza, os seus semelhantes num qualquer lugar ou parte do Mundo.
Por tudo o que se referiu e pelo muito que se omitiu não há nada melhor que, cada um de nós aprofunde, em conhecimento e atitude, este Valor inestimável que é a Cidadania. Hoje não reduzida à dimensão geográfica Nacional mas a um nível mais alargado, que é o Direito e o Dever da Cidadania Europeia.
Se queremos uma Justiça mais célere e mais Justa; uma Educação mais eficaz e mais exigente; uma Cultura mais democrática; uma Saúde mais global e sempre pronta; uma Democracia plena; uma Segurança mais presente e mais próxima; uma Segurança Social mais rigorosa e mais selectiva; uma Fiscalidade mais equitativa; não podemos alijar para os outros a responsabilidade individual que nos cabe a todos e a cada um.
Junho de 2010
José Rainho Caldeira

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Congresso

Hoje terminou o 37º congresso do PSD onde foi eleito Rui Rio para presidente. Apesar da comunicação social esquerdista apontar apenas e só, divergências, divisões e outras putativas dificuldades, gostei de ver a unidade do Partido, a união de algumas glórias, a convergência de posições políticas consentâneas com a matriz ideológica do PSD de Sá Carneiro.
Espero que seja tudo verdade e que a intuição que tive e o discurso do Líder sejam confirmados pela realidade futura.
Não tenho dúvidas que o Passos Coelho deixou o Partido e o País em mísero estado. Prejudicou gravemente a classe média portuguesa enquanto deixou os lambões dos banqueiros e empresários usurários se locupletarem com as poupanças e os sacrifícios dos pobres. Tantos portugueses que ficaram sem casa e sem poupanças continuam a suportar com os seus impostos a opção errática do incompetente Passos. Todos os portugueses pagantes continuam a suportar, agora com alguma bonomia, a factura de tal incompetência, já que a dita incapacidade até deu lugar à impunidade de uma propaganda reles e fraudulenta da Geringonça.
Espero, francamente, que o país disponha, a partir de hoje uma oposição capaz e uma alternativa de governo para minimizar os prejuízos que este PS esquerdizado está a fazer ao país.
Demos tempo ao tempo.

Reflexão

Quando estava a fazer a minha higiene pessoal dei por mim a pensar: para que servirá um acessório existente nos lavatórios das casas de banho? A tampinha existente para permitir que a água não se esgote imediatamente não se utiliza no dia-a-dia. Então para que lá está? O mesmo para um copo que era suposto servir para lavar os dentes que está inactivo há anos?
São utensílios que há menos de cinquenta anos era de uso diário e permanente, hoje nem tanto.
São estas as variáveis que me levaram a questionar a mudança tão radical e em tão pouco tempo.
É que há menos de cinco décadas não havia água canalizada e, para uso diário, nas mais diversas situações era preciso ir à fonte mais próxima buscar o precioso líquido. Talvez por isso se lavava os dentes utilizando o copo com água. Lavava-se a cara com água depositada no lavatório e que não era mais de dois litros. O mesmo para a louça. Ainda semelhante para a roupa.
E vamos lá a ver, andávamos sujos? Não. Havia menos higiene? Não. Poupava-se água por sensibilidade para com o meio-ambiente? Não. Custava muito e gastava-se muito tempo no abastecimento deste líquido ao lar.
Hoje tudo são facilidades e, mesmo vendo que a seca e a falta de água no planeta é uma realidade, ninguém se preocupa e poucas são as pessoas que decidem ser parcimoniosas no uso deste bem essencial. Falo por mim, já se vê.
Posto isto não será altura de mudarmos o nosso comportamento? É que quem é da minha geração certamente se lembra da penúria da água em casa e até nos campos e, desta forma, não será difícil retroceder neste comportamento desbragado de desperdício deste bem escasso.
Que tal pensar nisto?

domingo, 28 de janeiro de 2018

RECORDAÇÕES

Hoje fomos até à sala de visitas da nossa terra, a zona de lazer da Meimoa. Eram para ai 15 horas, mais coisa menos coisa. Ainda não tínhamos aquecido a cadeira e já chegavam os nossos amigos João Alves e mulher. Enquanto bebíamos um chá fomos desfiando recordações. Aos velhos - é o nosso caso e não o dos nossos amigos - resta pouco mais do que viver de recordações. Chegaram pouco tempo depois os nossos primos Fajé e Mariazinha que chegaram depois de terem ido visitar a feira das varas nas Aranhas. Tecemos elogios e críticas ao evento, como não podia deixar de ser. Elogios merecidos por se dar visibilidade aos enchidos regionais. Ao bom tempero e à qualidade da carne.
As críticas também são muito merecidas. Em primeiro lugar porque os porcos são de raça bísara nada consentânea com a nossa região. Depois porque a Câmara Municipal gasta cerca de 30.000€ com este evento, sem qualquer tipo de retorno. Há mais gente é verdade mas não dá para se vislumbrar qualquer tipo de futuro para este evento por não ser sustentável. Quando a Câmara deixar de subsidiar na totalidade, com a oferta dos leitões, da lenha, do comes e bebes não haverá festa. Por outro lado não há, mesmo com estes apoios, quem arrisque produzir para vender. Fora do evento não se consegue comprar nada porque, na prática, não há ninguém que queira produzir carne para esse efeito. Por tanto este evento, sendo engraçado, não deixa de ser um embuste. É para pagode ver e para umas jantaradas para os amigos e os políticos no poder.
Depois passamos para a nossa terra e as recordações de coisas passadas. O Fajé ofereceu ao João - presidente da Junta de Freguesia - documentos que tem em seu poder que são relíquias históricas caso houvesse um lugar para os expor. O João disse que vai tentar arranjar um espaço para uma exposição temporária já que não tem espaço disponível para se tornar permanente.
Foi uma tarde bem passada. Vamos repetir. Abraço a todos.