quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Balanço

É normal, é trivial, é rotineiro, é tradição que, no final de uma tarefa, de uma meta, de um projecto, fazer-se o respectivo balanço. Quando não se faça tal mostra-se à evidência, falta de organização, de planeamento, de objectividade na acção.
Estamos no fim de 2012 e, como será lógico, em vidas e actividades organizadas há que fazer o balanço possível. Exaustivo ou sumário, mas sempre rigoroso e preciso. Por isso cá vamos:
Começámos a elaboração deste blogue em 1910 e, com entusiasmo, passámos a escrever com alguma regularidade, quase sempre sobre estados de alma, sentimentos, forma de ver o mundo circundante. Recebíamos dos nossos seguidores o retorno possível, com informações e conhecimentos que nos enriqueceram sob o ponto de vista psicológico, formas diversificadas de análise, compreensão de situações mais ou menos bizarras.
Foi muito interessante este exercício. Porém, vicissitudes várias, foram alterando o entusiasmo, esmorecendo a vontade e as mudanças são bem visíveis. Neste ano de 2012 escrevi pouco. Muito pouco mesmo. E isto não pode ser bom. Nem para mim nem para os meus pacientes leitores. Deixei de aprender muita coisa. Deixei de comunicar e manifestar o que penso e isto dá-me pena.
Vou analisar as causas para tentar transformar as consequências. Para já de referir o que está à vista:
No primeiro ano publiquei mais do que um texto semanal. Em 2010 publiquei 75 textos, em 2011, 65 textos e no ano que agora termina só 24. Dá que pensar. Vou fazê-lo.

domingo, 18 de novembro de 2012

Actualidade



O pensamento abaixo foi escrito em 1931.


"É  impossível levar o pobre à prosperidade através  de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.  O governo não pode dar a alguém aquilo que não tira de outro  alguém.  

Quando metade da população entende a ideia de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e  quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao  começo do fim de uma nação.  

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931

Uma experiencia Socialista 

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca chumbou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, chumbado uma classe inteira. 

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. ' 

O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiencia socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas em provas."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...

Logo que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam 14. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado. 

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam da media das notas. Portanto, agindo contra as suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Em resultado, a segunda média dos testes foi 10. 

Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.  

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da turma. Portanto, todos os alunos chumbaram... Para sua total surpresa. 

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela fora baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. 
Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado. 
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.  
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."


Justiça

A Justiça em Portugal sempre me deixou estupefacto. Mas, desta vez, deixa-me atónito. Falo da acusação a Duarte Lima. 
Pensem comigo: - Há ou houve investigação sistemática, rigorosa, objectiva sobre a pretensa Fraude no BPN? (Falo em pretensa devido à presunção de inocência de todos os suspeitos ou mesmo arguidos).
Se houve ou há já tem resultados? Se tem resultados, estes só chegaram umas horas antes de terminar o prazo para a libertação do suspeito? Ou já havia provas há tempos atrás e a PGR deixou correr o marfim?
Seja de que forma for não deixa de ser bizarro tal comportamento. Quer se olhe sob o ponto de vista mediático quer sob o ponto de vista da Justiça, pura e dura, não deixa de ser curioso que situações destas aconteçam. É que dá a sensação que os poderosos estão cobertos até ao limite e, por vezes para além do limite, pois muitos dos crimes prescrevem. Ao contrário o "pilha galinhas" é imediatamente enclausurado até que o mesmo possa provar a sua inocência. Inverte-se aqui o ónus da prova e, ao contrário, os que podem ir de recurso em recurso até à libertação e inocentação total. Exemplos não faltam: Melancias, Sócrates, Felgueiras, Valentins, Limas, Loureiros, Isaltinos, Varas, Penedos e tantos outros que seria fastidioso enumerar.
Se isto é Justiça, quem nos dera uma Injustiça mais humana.

sábado, 13 de outubro de 2012

Não seria necessário!!!

Não seria necessário lembrar que temos, pela primeira vez, uma mulher na Presidência da Procuradoria Geral da República. Não seria necessário se não fosse, precisamente, a primeira vez. O Sistema de Justiça é tão vetusto que deveria ser normal a substituição de uma personalidade por outra sem que o sexo fosse uma novidade. Mas não é assim. Infelizmente, só agora temos uma Senhora aos comandos da PGR.
Não sei se é bom ou se é mau. Sei que é diferente e, só por isso, merece o meu respeito e a minha esperança num mandato que dignifique a Justiça para todos. As minhas felicitações à Senhora Procuradora Geral da República e a quem teve a coragem de a indicar e nomear. É destes exemplos que Portugal precisa para se erguer, para ter horizontes, para ser audaz.
O tempo fará história do que nos próximos seis anos se passar no Ministério Público, mas eu acredito que será uma história edificante. Espero que o tempo me dê razão. É bom para mim, é bom para ti, é bom para todos, excepto para os criminosos. Melhor, até para os criminosos será bom, pois ver-se-ão confrontados com os seus erros e com a possibilidade de os corrigirem para seu bem e de toda a sociedade.
Do PGR cessante ainda não é o tempo de se fazer uma avaliação exaustiva mas fica a ideia de que muita coisa se passou que não abona a seu favor. Dizia que se sentia a rainha de Inglaterra e, porventura, até podia ser verdade mas, o que passa para a opinião pública, é um certo laxismo, uma certa protecção aos poderosos, uma certa desinformação, fazendo crer que há muitos e escabrosos casos mas que, no fim de muitos anos, tudo ficou na mesma. Pode-se ser injusto com esta apreciação mas é o que parece.
Veremos agora se a nova PGR tem outra postura e não se sente nem mais nem menos do que verdadeiramente é e leva adiante todos os casos por mais incómodos que sejam, por mais tubarões que envolvam, e faça com que a Justiça seja um pilar no qual se acredite sem reservas. Oxalá.

sábado, 22 de setembro de 2012

Só Ares

Não sei o que se passa com este senhor! Ou talvez saiba e nem queira acreditar. Este espécimen, que já tem longa vida, beneficiou sempre, da indulgência deste infeliz povo. Desde o exílio dourado em S. Tomé e em Paris até hoje em Lisboa. Já alguém viu a C.S. apontar os milhões que gastou e continua a gastar, à nossa custa? Já alguém viu a C. S. apontar o dedo a um indivíduo que nasceu de rabo para a lua e continua a beneficiar do silêncio e, muitas vezes, do elogio bacoco e da cumplicidade para com este tipo de gente que, no seu currículo, apenas tem a pseudo-luta antifascista, que aproveitou sempre e só, em benefício próprio e dos seus? Quem não se lembra do desaforo que teve para com o GNR que o escoltava na sua famosa presidência aberta? Quem não se lembra de que este senhor apenas foi bom em cavalgar a onda? Em apostar no cavalo certo? Saber rodear-se de amigos que lhe aplanaram o caminho?
Quem não vê os seus comentários e a sua verborreia espalhada por alguns jornais que, também, vivem à nossa custa, não lhe vem à memória os seus gastos sumptuosos, a prendas que recebeu e que guarda na sua casa das Cortes de Leiria?
E o que ontem fez quando abandonou uma reunião a que é obrigado a assistir, quer concorde quer não, e que recebe e usufrui de mordomias por pertencer a este clã?
Será que esta gente não aprende e vê, "claramente visto", que esta espécie  é que é responsável pelo estado de coisas que vivemos hoje?
Será que a pseudo-liberdade vale tanto sacrifício? Quando é que teremos coragem de correr com esta parasitagem?
Quem vive de cócoras jamais se livrará da dor de costas. Por mim, prefiro dor de pernas e de cabeça, mas vivo e pretendo morrer de pé.

domingo, 9 de setembro de 2012

A Culpa!

Não sei se a análise que se segue está correcta. Não estudamos Economia. Sabemos o que vemos. E, do que vemos, inferimos:
Pelos vistos só o Trabalho é que se endividou e, consequentemente, tem de pagar as favas. Pelos vistos os que desfalcaram (roubaram) o BPN e o BPP são anjinhos, nós sim, somos culpados.
O estado tem de pagar os erros de governações sucessivas e, como está bem de ver, tem de ir aos bolsos a quem trabalha. De fora ficam os políticos, os patrões, os banqueiros, os especuladores e outros privilegiados deste país.
Isto poderá querer dizer que só o trabalho é que pode salvar este Portugal desgraçado. Isto pode querer dizer que só o trabalho é produtivo. O resto é parasitagem.
O PM não sabe, não quer, tem medo, é incapaz ou é tudo junto e não consegue bater de frente com os poderosos. Não consegue diminuir os salários dos gestores, mesmo os da empresas do Estado, que dão prejuízos sobre prejuízos. Não se atreve a mexer, reduzindo, o número de Juntas de Freguesia, inúteis porque sobrepostas, como é o caso das sedes dos concelhos - apenas um exemplo - não consegue aprovar legislação que diminua o número de deputados, de membros das Autarquias, de Câmaras Municipais, de Empresas do Estado, Fundações, Institutos Públicos, etc., etc., etc.
Anuncia que vai fazer e não faz rigorosamente nada, excepto apertar o cinto a quem trabalha. A estes é lesto em, cada dia que passa, reduzir o poder de compra, reduzir o emprego, e tirar a vida e os haveres de vidas de trabalho e sacrifício.
O homem quer parecer ser simpático, quer parecer que é sensível às dores de quem ele espolia, mas soa a falso. Aquele ar de pessoa normal contrasta com o do Sócrates mas, na essência, não é melhor. Aplica a mesma receita e sobrecarrega sempre os mesmos, por cobardia ou desconhecimento. Não tem força para cortar no desperdício, no supérfluo e arrasa no essencial. É triste.
Há cerca de quatro décadas que deixamos que a Hidra cresça e prospere sem limites, sem pudor e sem vergonha. É tempo demais para um regime tão injusto. Diz-se que é democrático, que é livre, que é avançado e contrasta com o anterior. É mentira, porque é falso, porque é indigno, porque é injusto, porque é, apenas, dos espertos, porque possibilita que se chame gatuno ao PM mas coarta a vida dos jovens e dos velhos.
É, profundamente, antidemocrático quando penaliza apenas, e só, os trabalhadores e os pensionistas. É, antidemocrático, quando retira a esperança aos pobres e permite o desbragado luxo de uma elite parasitária, medíocre e incompetente, mas poderosa desde o berço ou das falcatruas que o dinheiro lhe proporciona. 
É culpa nossa. Vimos, ouvimos e lemos e ignorámos. O nosso laxismo levou-nos a esta podridão.
Mas já basta! É preciso, é premente, é urgente, é imperioso, é patriótico, mudar de regime, de política e de políticos. É preciso apostar na seriedade, na justiça, na concórdia, expurgando da sociedade os tumores que a corrompem e a maltratam.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O tempo passa!!!

O tempo passa, já vamos para lá do meio do ano e todos os dias ouvimos notícias de arrasar. 
Não há boa nova que nos valhe. 
São os mortos na estrada. É o défice que não se cumpre, apesar de nos roubarem o subsídio de férias e de natal. São as falcatruas denunciadas mas nunca penalizadas.
Isto já não é crise é um inferno.
Quem dera que passe o ano, ou passe o governo, ou passe a Merkel, ou passem todos os cretinos deste país que se vê explorado por uma infinidade de oportunistas e ladrões.
Para quando uma vassourada nesta cambada?
Temos de fazer alguma coisa. A vida assim é insuportável. Nem é tanto pela falta de dinheiro, que é muita e muito preocupante, mas é mais pela falta de esperança num amanhã melhor, diferente.
Não há paciência.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ismo (1)

É dos dicionários que o capitalismo é um regime económico e social em que os meios de produção são propriedade privada e em que os preços são fixados livremente, apenas regulados pelas leis da concorrência, da oferta e da procura.
Da sociologia, segundo um dos seus mais antigos e conceituados cientistas, Max Weber, o capitalismo é um modelo social que procura rentabilizar, o mais possível, a produtividade do trabalho, realizando a tarefa o mais perfeitamente possível no mais curto espaço de tempo. 
Assim se pode concluir que, do ponto de vista dos trabalhadores, não será bem assim porque estes entendem que a sua força de trabalho é tão ou mais importante que o capital investido pelo burguês e, como tal, também querem ter regalias que são apanágio da burguesia.
Em época de crise internacional pode ver-se que os governos, venerandos e atentos, só pródigos em diminuir salários, pensões e prestações sociais aos trabalhadores, na proporção directa que dão benefícios aos banqueiros e respectivos bancos, injectando milhões dos contribuintes para que o sistema não colapse, dizem eles.
Atente-se ao que se está a passar na Grécia, na Irlanda, em Portugal e na Espanha e verificar-se-á que a receita é semelhante. Em Portugal ainda se faz mais: instituiu-se uma amnistia a todos aqueles que, criminosamente, fugiram com os capitais, milhões, biliões, triliões de Euros, que fazem parte da riqueza nacional para paraísos fiscais e, em vez de prenderem os criminosos - sim porque se trata de um crime punível pelo código de processo penal, para além de ser um crime de Lesa-Pátria - proporciona-se a possibilidade de "lavarem" o crime com uma contribuição fiscal de 7,5% enquanto que um depósito a prazo de 1.000€ tem de pagar um imposto de 22,5%. Veja-se a disparidade de critérios! Verifique-se o que pode e faz o Capitalismo!
Daí a inferir-se que um capitalismo desenfreado e sem preocupações humanistas só pode ser um regime que ultrapassa a dignidade política, a dignidade social e apenas visa o lucro pelo lucro, sem mais-valias para a sociedade que, supostamente, deveria servir.
Será, pois, um regime para esquecer se não, mesmo, para repudiar. É evidente que há muitas formas de capitalismo encapotado que se mistura bem nas democracias ocidentais, mas estas também deixam algo a desejar, nos dias que correm.
Sendo assim talvez seja altura de aprofundarmos conhecimentos e subordinar o nosso voto e a nossa participação cívica e de cidadania, de acordo com ética de valores que tragam à sociedade mais bem-estar e mais felicidade.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ismos

Os ismos são, em nossa modesta opinião, todos eles, pouco recomendáveis. O  capitalismo, o socialismo, o comunismo, o fascismo, o religiosismo, o fundamentalismo, e outros ismos de semelhante quilate, são conceitos, significantes, significados, ideologias, formas de vida e sociedades a olhar com reservas porque, quase sempre, servem-se dos cidadãos e não servem as pessoas para as quais, supostamente, deveriam trabalhar e ser úteis.
Não sendo assim e nunca é assim, não têm razão de existir. 
Por isso não gosto destes modelos. Não tenho por eles qualquer respeito, consideração ou estima. Sendo mais directo e para a melhor hermenêutica deste sentimento, digo mesmo, que os abomino. O que não invalida que falemos deles para melhor nos consciencializarmos dos seus malefícios e das suas incongruências, também de eventuais virtudes ou benefícios. 
Aborda-los-emos para que se entendam posturas, atitudes e demagogias com que muito boa gente é atraída para todos eles e com o seu amorfismo lhes dão cobertura.
Cá estaremos para fazer o alerta. Cada um tirará as conclusões que melhor lhe aprouver.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bucólico



O periquito descansa. Descansa ou observa, atentamente, o que se passa na base da sua árvore?
Que importa? Afinal o que é mais importante? O que a ave está a fazer ou a harmonia existente num lar, num espaço onde se contempla a vida?
Tantas questões para definir uma imagem de paz, de tranquilidade, de saboreio e prazer.
Somos, por vezes, assim. Queremos pormenores, mesmo mesquinhos, pequenos, irrelevantes, sem importância, esquecendo o essencial, a profundeza da situação, da causa, do momento. Insensatez, se o que importa é o conteúdo, a essência, a raiz que dá sentido à vida.
Se tivéssemos presente a parábola das Sagradas Escrituras: - "olhai as aves do céu, não semeiam nem colhem, nem por isso o Pai lhes falta com o sustento" - talvez deixássemos o ar soturno tão português e brilhasse no rosto de cada homem, mulher, criança, jovem ou velho(a), um sorriso resplandecente de hino à vida. De celebração do hoje. Sim, porque o ontem já passou e amanhã não sabemos se lá chegaremos.
Viva a harmonia da vida. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Carta aberta ao Bispo das Forças Armadas Portuguesas

Com a devida vénia, por se considerar pertinente:


Senhor D. Januário Torgal Ferreira,


Se o dever de um bispo é «falar de tudo»* o senhor perdeu agora uma oportunidade tão boa de estar calado quanto de falar foram muitas e boas as que, durante o consulado do Partido Socialista de Sócrates e - pelos vistos - seu, deliberadamente perdeu. Se entende a sua missão de Bispo como dever de intercessão pelos «mais frágeis»* porque não falou contra Sócrates, o sanguinário, que tentou e conseguiu esmagar precisamente os mais frágeis de todos com a sua iníqua lei do aborto?  Não, o senhor não actua como um verdadeiro Bispo católico unido a Roma. Um "Episcopo", em obediência ao mandamento de Cristo "Vigiai!", olha em todas as direcções e adverte para os males que se aproximam, venham eles de onde vierem. O Senhor, pela maneira como há anos se posiciona, das duas uma: ou só tem olhos e ouvidos para o que lhe vem da direita - e é um mau vigilante - ou então vê e ouve à direita e à esquerda... mas cala-se selectivamente. Nesse caso, abusa gravemente da paciência e benevolência do povo cristão em nome do qual, querendo ou não, fala ou cala. Nós, cristãos, compreendemos que certos Bispos prefiram falar por palavras e outros por gestos; que uns se sintam mais à vontade no areópago e outros diante do Crucifixo. O que não podemos aceitar é que alguém prostitua a dignidade episcopal, a missão profética que lhe foi confiada... colocando-a não ao serviço do Evangelho ou da própria consciência, como pretende fazer crer, mas de agendas e solidariedades políticas de que um Bispo se deve manter livre.



Com franqueza e desgosto lhe digo aqui publicamente e direi pessoalmente se vier a ter o desprazer de o encontrar - não o procurarei, descanse! - que o considero mau Bispo e mau Militar, ao aventurar-se de forma tão desajuizada no terreno do comentário político. Estou à vontade relativamente ao actual governo cujos ministros tenho publicamente criticado por escrito de forma, penso eu, fundamentada. Mas se para o Senhor Bispo o anterior governo era de anjos, comparados com os "diabinhos negros" do actual, o Senhor D. Januário só pode estar fora da comunhão com o Papa Bento XVI para quem “os seres humanos mais pobres [ou frágeis] são as crianças ainda não nascidas”**, ou seja os tais seres cuja total total exploração, desconsideração e morte violentíssima, perante o seu silêncio e, por vezes, até com a ajuda da sua palavra cúmplice***, o PS de Sócrates promoveu.



Dito isto, termino com a única consequência positiva que se pode salvar de mais esta intempestiva intervenção sua. Eis que, à vista de todos, caiem por terra as desculpas de alguns Senhores Padres e Bispos que, hesitantes quanto a colaborar com a causa da Vida, a apodam de "política" e passam de largo sentenciando que "a religião não se mistura com a política". (Como se não conhecêssemos a Bíblia, como se nunca tivéssemos lido Jeremias...) O seu mérito involuntário, D. Januário, foi o de ter demonstrado à saciedade e até que ponto, sem complexos, a missão do homem Religioso pode - e porventura deve - levá-lo a atravessar áridos territórios da "política", na defesa da Justiça, da Verdade e da Vida. Com o filósofo, pode o religioso também dizer «nada do que é humano me é estranho». Se no resto o não posso louvar, nisto o louvarei esperando que o exemplo encoraje os grandes homens (e mulheres) que também temos na Igreja portuguesa e na Comunicação católica a tomar uma posição cada vez mais clara e desassombrada pro referendo Vida, a favor da Causa da Vida cujo Senhor prometeram servir.



Luís Botelho
Guimarães, 19 de Julho de 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Canudo!

Estamos na época das aspirações, de encarar o futuro, de construir uma vida, de ser alguém. Pelo menos é isto que os nossos jovens projectam quando se candidatam ao Ensino Superior para obterem um Canudo e, simultaneamente, almejarem uma vida melhor, mais desafogada monetariamente, ascensão social correspondente. Depois... depois, vem muita frustração. Muita ilusão desfeita. Muita inocência perdida.
Porque, ou não se arranja emprego compatível com os anos de estudo e o Conhecimento adquiridos, ou porque se olha para o lado e se vê o "chico-esperto" que, sem fazer um chavo, alcança prebendas e estatuto social e económico.
Então, naturalmente, vem a revolta. Apetece romper com o Sistema. Bater em tudo o que se move neste lodaçal de interesses ilegítimos, por se alicerçarem em mediocridades, em trafulhices, em parasitas partidários, que se outorgam direitos de salvadores e representantes do povo.
Lastimamos pelos mais jovens. Esperamos que, na Universidade, aprendam ética e a pratiquem, pela vida fora. Não se tornem em:
Rapace;               Ou mesmo...          Sórdido;
Espúrio;                                             Obtuso;
Lúbrico;                                             Canhestro;
Valido;                                               Repugnante;
Asinino;                                              Anão;
Sanguessuga.                                     Trapaceiro;
                                                          Especulador;
                                                          Salafrário.

domingo, 8 de julho de 2012

País Medievo!

Era uma vez um País que adormecera e jamais acordara. Ficou parado no tempo. Petrificou. Mas o País é, em primeira linha, o seu povo, dirão vocês. Têm toda a razão. Mais importante que as fronteiras é a identidade do Povo. Então, só posso concordar que foi o Povo que se fixou no passado.
Quando falamos da época Medieval vem-nos à memória o Senhor Feudal e os Servos da Gleba. O Primeiro e o seu séquito é parasitário, prepotente, usurário, usurpador, déspota, canalha, algoz, salafrário, ladrão. Poderíamos continuar a adjectivar negativamente tais personagens, já que todos os significados existentes no dicionário não seriam de mais para qualificar ser tão hediondo. A outra classe social é trabalhadora, contribuinte, sofredora, sem direitos e com muitas obrigações. Muitas outras qualidades se poderiam enunciar. Esta é a classe social que produz. Que desenvolve. Que progride.
Num País que parou no tempo, ainda que se diga que vive em Democracia, Liberdade, Paz, Progresso, é falso. É mentira.
Se não vejamos: - não é possível renegociar as parcerias público-privadas. Não é possível eliminar Institutos, Fundações, Observatórios, Entidades Reguladoras, Televisões, Empresas Públicas e Municipais, Transportes ferroviários e aéreos, altamente deficitários, porém, é simples, é fácil, é imediato roubar salários e pensões a quem tudo faz e fez para tornar o País num modelo avançado, de progresso e de desenvolvimento. Numa palavra aos trabalhadores actuais e pensionistas da Função Pública.
Está interiorizado na cabeça dos (des) governantes que não é possível renegociar com os agiotas. Com a Banca, com o Capital, com a Construção Civil, com os ricos, numa palavra. Com os trabalhadores já é possível rasgar contratos, anular, unilateralmente, expectativas de vida, roubar sustento, casa e pão. Em consciência pode dizer-se que não estamos perante Senhores e Servos?
Quem trabalha tem que estudar forte, feio e profundo, para alcançar conhecimento e certificação. Para a clique parasitária da política é possível certificar analfabetos, ignorantes, dando-lhes equivalências por cartas de recomendação de partidários e apaniguados.
Será este um País contemporâneo? Será este um Povo capaz de se governar a si próprio sem depender de chicos-espertos?   Certamente que não. Porque se fosse, há muito que tinha corrido a pontapé esta ralé social. Esta mediocridade parasita, corrupta, ladra. 
Se esta análise é válida para os responsáveis políticos centrais não é menos válida para os responsáveis locais, concelhios e regionais.
Por tudo isto e muito mais, que seria fácil equacionar, é que julgamos que este País do faz-de-conta, não é mais que um País Medieval.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O (des) Acordo Ortográfico

O fato é que o fato não é mais do que um fato do acaso ou do descaso português. Poderia ser um fato de uma cor qualquer mas o fato é que o fato é um daquele fato que o fato torna indefinível. 
Pelo fato do fato ser difuso é que eu não escrevo fato quando quero referir-me a facto e fato quando quero dizer facto. É uma questão de VELHICE.
Não estou de acordo com o Acordo porque o Acordo é o desacordo da Língua Portuguesa.
Mais não digo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Convenções...

A criança que existe, persiste ao longo de uma vida é bem o símbolo de que o ser humano pode ser capaz do melhor e do pior. Meiga, divertida, irreverente, inquieta, cruel, justa, rebelde, teimosa e mais toda a adjectivação que caracterize uma criança normal. Quando se diz normal quer dizer-se, que se enquadra dentro do padrão da normalidade, e nunca com qualquer intuito de rotulagem ou preconceito.
As convenções... as convenções são sempre assim, decidiram que o dia um de Junho de cada ano é dedicado às crianças e, os adultos, porque querem parecer que se preocupam, lá encontram umas festas, uns brinquedos novos e espalhafatosos, em alguns casos, para minimizarem a culpa que carregam pela desatenção, pela falta de carinho que o dia-a-dia imprime a muitas das nossas, cada vez mais, poucas crianças. Porque o egoísmo é justificado com o stress, o excesso de trabalho, a carreira, as dificuldades económicas e um rol de mentiras que tentam justificar o injustificável.
No tempo em que as crianças nasciam adultas para ajudar a criar os irmãos, enquanto os pais ralavam para encontrar um pouco de comida, para que não se morresse à fome, havia sempre tempo para contar histórias com ensinamentos para a vida. Hoje há dinheiro para comprar satisfação atrás de uma  qualquer "play station".
Nesse tempo não havia dia mundial da criança, nem era preciso, porque todos os dias eram dias para as crianças se sentirem úteis à sociedade e ao seu semelhante. Inventavam os próprios brinquedos e, se mais não fosse, faziam pequenas miniaturas do que havia em casa, na aldeia, na vila, ou na cidade e que fazia parte do seu quotidiano.
Outros tempos. Nem melhores nem piores, mas diferentes. De uma coisa temos a certeza: - os pulhas eram minoria. Os homens de bem eram maioria esmagadora.
Olhemos à nossa volta e vejamos o poder político e económico e comparemos o carácter das personagens e tiremos as conclusões se ajustem.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Memória...

A morte é poderosa mas, jamais, vencerá enquanto houver memória. Enquanto perdurar a lembrança de uma vivência ou sentimento.
A memória também tem a capacidade de relativizar os acontecimentos, catalogando-os de acordo com a apreciação de hoje e não no "calor" do vivido. 
Vem isto a propósito de um convívio com companheiros da vida militar em tempos difíceis, realizado ontem em Pombal. Recuámos quarenta e oito anos e rimo-nos com as travessuras de então. Abraçámos a ideia de quando tínhamos vinte anos e tudo nos pareceu risonho. Na altura sentíamo-nos angustiados, apreensivos, expectantes, sobre um futuro incerto. Agora avaliamos positivamente os tempos que passámos juntos. As aprendizagens que fizemos. O amadurecimento que nos trouxe e nos fez mais homens, na medida em que nos tornou mais solidários, mais irmãos. E foi bom recordar outros tempos de insensatez, de imaturidade, de sonhos, de ambições. Também de avaliação do que foi uma vida vivida intensamente. Duma juventude criativa, bem disposta, irreverente mas, ao mesmo tempo, cônscia da responsabilidade história que carregávamos às costas.
Valeu a pena. Sentimos que o dever foi cumprido com honradez, bravura, espírito de missão e sentido patriótico. Não fomos coniventes com os políticos de então. Não o somos com os políticos de hoje. Apenas, e só, somos portugueses e sentimos orgulho no torrão que nos viu nascer ainda que este, seja muitas vezes uma terra madrasta que não reconhece, não respeita, nem ama os seus filhos.
A memória não deixará desvanecer tudo o que foi construído em favor da Pátria, no Batalhão de Transmissões 361 de Luanda, Angola de 1961 a 1974.
Aqui se deixa um modesto contributo para que não caia no esquecimento. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Levados, levados, sim!?!?!

Ontem vi uma reportagem efectuada por um jornalista de qualidade,, que não se deixa intimidar e, fiquei estupefacto.
Versava, o assunto, a energia eléctrica que, a ser verdade demonstra, à evidência, como o "desgraçado" do contribuinte é tratado. 
Suponho que, todos nós, aplaudimos as energias limpas. Por serem limpas e, sobretudo, por não nos sujeitarem à ditadura dos combustíveis fósseis.
Afinal, nem a energia é necessária, nem é barata e, muito menos, ajuda os consumidores. Quem lucra? Quem?
As empresas de construção de barragens e as comercializadoras de energia. O pagante paga mais e não tem benefícios nenhuns. Os rios ficam destruídos. O impacte ambiental é, extremamente, prejudicial para o ecossistema, nele incluindo as populações circundantes. E o "Zé" paga. E as novas gerações também pagam. E os "feios, porcos e maus" que, na circunstância são "vigaristas, ladrões, salafrários e bandidos" vivem à tripa forra à custa da desgraça alheia. 
Mas será que nunca mais se faz uma verdadeira revolução que extermine esta espécie de gentalha? 
Não se faz. E esta escumalha continua impune considerando-se os maiores, já não o Portugal dos Pequenitos, de antigamente, mas o Portugal dos grandes oportunistas, dos grandes ladrões, dos grandes bandidos. E assim vamos, tristemente, vivendo cantando e rindo, levados, levados sim!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Loucura!!!

A loucura é generalizada. Instalou-se e a gente não consegue libertar-se dela. Somos bombardeados, sistematicamente, pela comunicação social com tragédias humanas, muitas delas, pela acção directa ou indirecta do Ser Humano. São os tufões, as guerras civis, as calamidades, a ânsia do lucro fácil que não acautela a segurança, enfim, um rosário catastrófico.
Paralelamente, são os homicídios, os parrecídios, infanticídios e outros ídios que queiramos acrescentar. Depois, dizemos hoje e diz-se desde sempre, que o mundo está louco. Ora o mundo não é a terra. Não é a natureza que se comporta em ciclos bem definidos e sempre com a razão do seu lado. O mundo somos nós. Sempre nós.
Talvez por isso o desânimo. O descrédito. A desesperança porque o seu contrário já morreu. 
Há mais de mês e meio que por aqui não passo nem visito os meus amigos da blogosfera. Tenho andado como o mundo, louco.
Afundo-me em leituras e em moleza. Em desinteresse e apatia. É grave sim, muito grave, nem a escrita me motiva. Algo se estará a passar. 
Esta noite acordei com ânsia de escrever. Não sabia o quê e sobre o quê, mas tinha de ser. Cá estou. Não prometo nada, porque nada posso prometer. Apenas que quero e desejo continuar.
Que neste dia do trabalhador, eu possa voltar ao trabalho e à minha distracção favorita. Que a loucura se me varra da mente e possa contribuir para que o mundo seja menos louco. Prometo: vou tentar.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Zona de Lazer de Meimoa


A vida gira e roda de trás para a frente,
Há quem diga que de repente, ou lentamente.
Outros  que se agarram ao passado.
Que importa o ontem ou amanhã?
Se o hoje, o agora, o presente é ideia vã, 
Pouco relevante se é triste, ou alegre, seu fado.

Há quem queira sentir-se sem esperança!
Porque tudo é mau, tudo é desconfiança.
Será com gente desta que deixaremos aos vindouros,
Um vida digna de progenitores arrojados,
Gigantes, destemidos, valentes, honrados
Honestos, trabalhadores, competentes, imorredouros?

Mas há exemplos dignos de menção,
De jovens que aos seus querem dar Saber e Pão. 
Deitam as unhas de fora e, contra a maré,
Sonham, projectam, lutam, fazem, sendo exemplo,
Mostram como se pode ser prior onde falta o templo.
Realizam Obra que serve a todos e fica de pé,

Dizem que fazer filhos em mulher alheia,
É asneira da grossa, adágio da aldeia,
Este caso, prosaico, contraria tal ditado. 
Pois o empenho colocado em obra harmoniosa,
Traz p'ra esta terra recatada, simples, primorosa,
Local aprazível, belo, esplendoroso, mesmo requintado.

Falamos da nossa Zona de Lazer,
Mais conhecida por Praia fluvial, linda de morrer!
E do seu concessionário que da vida tem um lema:
Que p'ra vencer só o trabalho e a dedicação e o amor,
Podem tudo na adversidade, na crise e no temor,
P'ra um amanhã mais risonho, feliz, que vale a pena.

Meimoa, 18 de Fevereiro de 2012 


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Para os amigos...



        Com a devida vénia, permitam que deixe esta reflexão, que não é da minha autoria, mas que assumo por inteiro.

 
cid:49F0896EC11A415AAC55C52524CEE626@SeverinoPCFernando Pessoa

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.

 
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!

- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

cid:49F0896EC11A415AAC55C52524CEE626@SeverinoPC

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
Fernando Pessoa

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vaga de Frio...

Dizem que vem aí uma vaga de frio para os próximos dias. A ser verdade, cá no burgo, é geada a dar com pau, água congelada nas canalizações, entupimento das urgências do Centro de Saúde e por aí adiante. Contrariedades a que não estamos habituados. Sim, porque nós, os portugueses estamos mal habituados. 
Ganhámos mais do que o que devíamos; gastamos mais do que podemos; trabalhamos pouco; temos muitos feriados; desfrutamos de férias que é um escândalo; aproveitamos as pontes, etc. etc. etc.
Pelo menos é o que dizem  os políticos, coitadinhos, os esforçados deste País e que levam Portugal às costas, num esforço sobre humano.
Mas vistas bem as coisas nós empobrecemos, já não alegremente, como no tempo da outra senhora, mas triste e depressivamente  nesta conquista inalienável do 25 de Abril.
Noutras eras havia um ou meia dúzia de corruptos, hoje pululam às centenas. Nós nem as despesas de educação e de saúde podemos deduzir nos impostos os corruptos têm contas chorudas em paraísos fiscais.
E quem são os corruptos? Pergunta pertinente. Resposta simples: - quem tem o poder de decisão sobre a coisa pública.
Não oiçam o que diz a impagável Procuradora do DCIAP, Dra. Maria José Morgado e não alterem comportamentos denunciando as fortunas inexplicáveis e verão onde isto vai parar.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ingenuidade

Com tanta idade e tão ingénuo que eu sou! 
Como é possível ainda acreditar que um dia ia ver o Sócrates a contas com a Justiça. Esperava que ele hoje fosse ouvido em tribunal no caso Independente mas afinal, não apareceu nem foi convocado. O poder e as influências que foi ganhando, distribuindo lentilhas pelos idiotas úteis, valem-lhe a impunidade. Arranjou dinheiro sem se saber de onde mas que hoje nos custa os olhos da cara a nós pobres tugas enquanto ele se pavoneia pelas capitais europeias em colóquios com alguns dos protagonistas que o continuam a ajudar.
Coitado de mim. Coitados de nós todos.  

sábado, 7 de janeiro de 2012

Esperança

Ouço e vejo notícias do País e fico deprimido. Acho mesmo, que os políticos de topo e os jornalistas assalariados, proletarizados, inexperientes e totalmente dependentes de patrões ou chefes, que só vêm "SHARE" e não qualidade,  fazem de propósito para me atazanar a vida.
Eu sei que as coisas não estão fáceis. Eu sei que durante anos andaram por aqui uns senhores a enganar-nos com contos de fadas e moiras encantadas. Eu sei que enquanto nos entretinham com fábulas, nos espoliaram de tudo o que é monetário, material e até espiritual. Eu sei isso tudo mas, por favor, deixem-me em paz. 
Deixem-me sonhar. Deixem-me acreditar num amanhã melhor. Deixem-me ter esperança e fé.
Aqui sentado no meu escritório, em frente a este computador velhinho, vejo um Sol radiante e quentinho, para a época. Por isso recuso-me a aceitar que tudo seja tão negro. Prefiro acreditar que este calor aqueça os corações desesperançados e os leve a enfrentar a vida com algum optimismo. 
Deixo uma notícia agradável, ainda que pouco verosímil, na próxima segunda feira, o Pinto estudante em Paris, vai a tribunal depor como testemunha no julgamento da independente e corre o risco de sair arguido por causa da licenciatura manhosa feita ao domingo.
Digam lá se esta notícia não é uma esperança de que a Justiça começa a funcionar e ainda vamos ver alguns dos responsáveis por nos ter levado à falência, em trabalho comunitário, na limpeza dos sanitários públicos por onde, aliás, deveriam ter começado a ser úteis ao País e, porventura, ainda deviam continuar por lá?
Quero ter esperança e este Sol radioso aquece-me o coração.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012


Os Reis Magos segundo a História, nem eram Reis nem Magos, mas eram Homens ligados ao Saber e ao Conhecimento da sua época. É da tradição Cristã que eles sabiam do nascimento de um Menino Especial e isso os impelia a visitá-lo e a oferecer-lhe o que melhor se adaptava à Sua condição. Por isso lhe deram ouro, incenso e mirra. Ouro que simbolizava que aquele Menino era um predestinado a ser Rei. Incenso, porque Ele provinha da transcendência e não da imanência, como era comum, e mirra como símbolo de finitude na Terra.
Deixando a História fica a tradição e esta chega aos nossos dias com uma celebração festiva no dia 6 de Janeiro e com ela se encerra a época natalícia.
Ainda que a tradição já não seja o que era, mantém pequenos traços que será uma pena se os deixarmos morrer por falta de empenhamento. Neste dia de Reis, mesmo sem um cariz, especificamente, religioso cantam-se os Reis e distribui-se amizade, solidariedade, alegria. Ingredientes indispensáveis à construção da Paz.
Que bom seria se pudéssemos viver o quotidiano sem notícias de assaltos, assassinatos, violações dos direitos humanos?
E se, cada um de nós, fizer algo para que a tradição não morra? E se num amanhã, que começa hoje,  contribuíssemos  para a construção da Paz?
Talvez o Ano de 2012 que está tão ensombrado por nuvens plúmbeas se torne mais brilhante, deixando passar o raios do Sol quente de fogo.