segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Angústia!

Eram horas de jantar. Toca o telemóvel. Aparece o nome da pessoa que ligou e houve, em mim e na minha mulher, um misto de sensações. Eu pensei: a minha amiga está melhor e já consegue falar connosco. A minha mulher pensou: a minha amiga está pior ou já faleceu e um dos filhos está a dar a notícia.
Ela teve mais razão. Era o filho da nossa amiga do peito a dizer que a mãe já não os reconhecia nem falava, nem ouvia. Está nas últimas e, segundo previsão médica, está por horas. Nenhum de nós conseguiu segurar as lágrimas que começaram a correr cara abaixo, ao mesmo tempo que o aperto no coração ia aumentando, quase nos sufocando.
Estamos a falar uma amizade de sempre, desde que nos conhecemos por gente, amizade que cultivámos nos bancos da escola, e aprofundámos ao longo das sete décadas de vida que levamos. Esta amizade tão profunda e tão genuína faz com que a nossa amiga seja mais do que isso. Faz parte da nossa família. Nós e ela sempre assim nos considerámos. Quase irmãos.
Estamos numa angústia e num temor que dá arrepios. Será que vamos conseguir dormir?
Que Deus nos ajude a todos, à nossa amiga, reservando-lhe o que for melhor para ela, à mãe, velhinha de 95 anos, aos filhos, netos e a nós seus amigos e seus irmãos, dando-nos força, alento, Fé, e Esperança que ajude a minimizar a dor que estamos a sentir.