segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Natal Profundo!

 UM NATAL PROFUNDO!

Oh! quem me dera ser eloquente
Ter o dom da palavra presente
Que se ajustasse ao momento
E dizer com todo o sentimento
Como vos amo e quero o vosso bem
Que sem vós me sinto um Zé Ninguém.
Oh! como gostaria de vos poder abraçar
Num aperto contra o coração e alcançar
Aquela sensação de total irmandade
Como se tal abraço fosse real, de verdade
E aí derramar a lágrima de imensa alegria
De vos ter a todos a meu lado noite e dia.
Oh! como sinto tão funda a saudade
De todos os que perdi para a eternidade
E também daqueles que a vida separou
Levando para longe a presença que faltou
Deixando um vazio escuro e profundo
Que luz nenhuma consegue ir ao fundo.
Oh! meus amigos e meus amores dilectos
De hoje e de outrora que são predilectos
Deste velho coração que agora sofre
A vossa perda ou ausência de chofre.
Por isso oro ao Deus Menino que nasça
No coração de todos vós e leve a desgraça
Para longe e afaste todos os dissabores
No Novo Ano que se aproxima com horrores
Mas que Deus na Sua Infinita Misericórdia
Pode, se entender, acabar com a discórdia
Que grassa no Mundo, no País e na Família,
Para que a esperança seja o sabor doce da tília.
Zé Rainho.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

MESQUINHEZ!

 

MESQUINHEZ!

Um ser mesquinho não não mede as suas acções por valores, verticalidade mas por cifrões e quanto mais cifrões mais se acomoda, se submete, se aniquila como pessoa.

Assistimos, com mais frequência do que seria de desejar, à proliferação da mesquinhez em toda a sociedade, mas com incidência preocupante nas chamadas elites nacionais.

A desresponsabilização de gente que ocupa lugares de topo na hierarquia do Estado é muito preocupante. Basta ver que, por mais erros que sejam apontados e demonstrados, à Administração Pública, onde se incluem governantes, magistrados, militares e forças de segurança, começam a ser de uma gravidade nunca vista.

Foram os incêndios de 2017 com uma mortandade sem precedentes e não se passou nada. Foram os desvios de dinheiros doados, generosamente pelo povo, para a recuperação possível das zonas mais afectadas e o esquecimento é o resultado final.

Investigações criminais sobre  tubarões da política, da banca, das empresas públicas com acusações gravíssimas e faz-se julgamento na praça pública mas na verdadeira Justiça protela-se a decisão por tempos indeterminados ao ponto de, em muitos casos, os processos prescreverem por ultrapassarem os prazos legais sem julgamento.

Morre-se mais do que é normal e as estatísticas mostram que, neste ano, já vamos em mais de oito mil do que em igual período de anos anteriores e não se apuram causas nem se deduzem consequências para os responsáveis, sejam eles quais forem, que se escondem em mantos difusos para passarem despercebidos num nevoeiro espesso que não deixa ver além do próprio nariz.

Há atropelos à Lei que estão provados e, quando há punição, esta só se aplica ao mexilhão. Os graúdos, os verdadeiros responsáveis, passam através do pingos-de-chuva sem qualquer incómodo ou sanção. Temos muitos exemplos, mas fixemo-nos em dois muito mediáticos, o caso Tancos e o do Rui Pinto, quem é que está na mó de baixo?

Este arrazoado para demonstrar que o ser mesquinho não larga o tacho de ânimo leve. É mais importante o seu bolso do que a sua coluna vertebral. Normalmente mantêm-se até ao esquecimento dos Média. Quando, porventura, sai de cena é porque é empurrado e sempre com o alibi expresso “motivos pessoais”.

O retrato da mesquinhez poderia ser ampliado e amplificado mas acho que estamos esclarecidos.

9 de Dezembro de 2020

Zé Rainho