sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como o Cacho de Bananas...




Por quê tanto ódio? Tanta morte, tanto sangue a jorrar pelo chão? A fuga maciça para evitar a chacina?
O petróleo que nos traz tanto conforto, a nós, justificará a miséria, a fome, a corrupção, o compadrio e o sofrimento atroz, de tantos povos?
Como pode um facínora, assassino, déspota, ser considerado e aceite pela Comunidade Civilizada? Só porque tem petróleo?
Como pode o nosso PM ser amigo desta besta desumanizada?
E antes do petróleo não vivíamos?
Eu sou do tempo em que não havia plástico. Poucos automóveis. Ruas onde as crianças brincavam à vontade, jogando com uma bola de trapos e o risco que corriam era, no máximo, um vidro do vizinho partido e uns açoites do pai ou da mãe. Nem por isso deixei de ser uma criança, um adolescente e um jovem feliz.
Eventualmente os Beduínos do meu tempo, cirandando de um lado para o outro, à procura de água e alimento, não teriam uma vida mais descansada do que a que vivem hoje em terras da Líbia?
E se fossemos como as bananas que crescem juntas, lado a lado, sem se atropelarem ou atrofiarem, para se tornarem em alimento saboroso e benéfico para o corpo?
Não terá sido para um desígnio igual ao das bananas que fomos criados. Como irmãos. Filhos do mesmo pedúnculo, sentindo o calor de cada um em vez do arrepio da morte?
Eu quero ser como a banana a crescer em cacho, aconchegado, ligado pela mesma raiz. Detesto o petróleo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Estado de alma!!!


Por cima das nuvens

Sinto o peito a arder de ansiedade.
Almejo, no amanhã, serenidade,
Já que hoje a luta contra o inevitável,
É dia pr'a esquecer, tal a crueldade.

Armadilha do destino, ou apenas, sobressalto?
Que me tornará mais forte pr'a enfrentar,
Os escolhos de uma vida inolvidável,
Que fará mais firme meu caminhar. 

Vamos lá ter esperança em dias melhores,
Em momentos de crença e bonança.
Porque a dor, o sofrimento, reforça,
A postura de um homem de confiança.

Se a vida é feita de contratempos,
Precisa de ser olhada de frente,
Vivendo, com coragem, os momentos,

Felizes e, também, os dolorosos, da mente,
Para que os dias não sejam tormentos,
E possam ser de Fé, vividos alegremente. 


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Pinóquio!

Terminei de ler, de um folêgo, o livro de José Rodrigues dos Santos, com 678 páginas, "Anjo Branco". Foi praseiroso ler este romance baseado em factos reais, com uma pitada q.b. de ficção. Fez-me recuar 50 anos da minha vida. Gostei de relembrar. 
Acabada a leitura ligo a televisão e vi o Pinóquio arrogante, mentiroso, numa das muitas e habituais, manobras de Marketing, a colocar a primeira pedra de uma barragem no Tua. Uma obra anunciada há cinco anos e que agora, eventualmente, vai ter início. Na melhor das hipóteses teremos a barragem a funcionar daqui a outros cinco anos. Uma pequena obra que leva demasiado tempo a concretizar-se. Uma obra que destrói um património ecológico significativo e deixa as populações, mais isoladas, sem o meio de transporte a que se habituaram há mais de um século. Destroem-se mais ou menos 20 km de linha férrea histórica (a linha do Tua). Em zona de paisagem protegida com implicações na biodiversidade, impactos ambientais e turísticos negativos para as populações e para o País. O Pinóquio não se importa com isso. Apenas se preocupa com os milhares que lhe possibilitarão continuar a deslocar a N. Y. (EUA) para adquirir os fatos catitas, na loja mais cara do Mundo e, onde só os grandes magnatas do mundo se vestem e, cujo único nome português, consta da lista, restritíssima, de clientes.
E quem é este pinóquio? Um bacharel que se licencia a um domingo, numa universidade fraudulenta e que foi suportada pelos amigalhaços do dito, até que os mesmos fossem detentores de um diploma que lhes permite apresentar-se como drs. ou engºs.  Quanto a conhecimentos estamos falados - a ignorância levada ao limite do miserável, do rasteiro. Os actos demonstram a sua incapacidade, inépcia, incompetência, fraude, e outros adjectivos, cada um, menos abonatório do que os anteriores.
E fiquei revoltado. Quanta falta de carácter e vergonha existe neste tipo de gentinha/gentalha?
Enquanto isso vejo os funcionários públicos desmotivados pelos cortes nos seus vencimentos. Os processos de investigação paralisados na PJ porque lhe querem pagar as horas extraordinárias a 2,5€ a hora. O aparecimento de idosos mortos, ao abandono, e descobertos ao fim de semanas, meses, e até anos. Os votos desaparecidos e ninguém sabe o que lhes aconteceu. As cargas da GNR sobre manifestantes pacíficos que estão cansados de serem espoliados, sem direito a defesa. Em todos estes casos não há responsáveis, não há culpados, não há demissões, não há punições.
A miséria a alastrar, qual mancha de óleo que conspurca e pestifica, incomparavelmente mais, do que um cano de esgoto.
Tudo por culpa de quem? Do Pinóquio, está visto. Mas parece que ninguém percebe. Ou, pelo menos, parece que ninguém se importa. Com isto regressei à 3ª parte do Livro acima mencionado, que se intitula "INFERNO" (deixai toda a esperança, ó vós que entrais! - Dante). 
Sinto-me enojado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Há dias assim...

Há dias assim. Melancólicos, cinzentos, tristonhos. Se calhar, não são os dias, é a nossa alma, o nosso interior que se sente deprimido.
Cá por estes lados estamos num destes dias.
Uma dor no peito, que não é física. Uma ansiedade. Uma inquietude. Uma tristeza. Uma mágoa. Nenhuma destas sensações é palpável. Tem razão de ser, aparente. Mas existe. Sinto-a. Não a consigo explicar. Parece um prenúncio de algo mau. Surge o desânimo. Paciência, há dias assim.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nação Portuguesa

Esta Nação plena de História e tradição,
Que durante séculos se esforçou e conseguiu,
Que, como Povo glorioso, iniciou a globalização,
Fez do seu desígnio a luta pela projecção que uniu.

Povos do Mundo, outras latitudes, Continentes,
Para através da amizade, igualdade, miscegenação,
Novas raças, cores, culturas, novas gentes,
Terem acesso a outros horizontes e diferente civilização.

Heróis e mártires foram tantos, que deixaram do Portugal,
Imagem, nobreza, honra, valentia e consideração,
Que o Mundo se vergou a tanta ousadia, ambição natural,
Para que toda a gente pudesse viver em harmonia e condição.

Para alguns foram exploradores, colonizadores, até ladrões,
Para outros aventureiros, estudiosos, descobridores,
Cientistas d'outros tempos inovadores, com mais visões.

Hoje, os mesmos olham p'ra nós, apenas, como trabalhadores,
Com olhares de misericórdia, compaixão e muitas dores,
Porque perdemos dignidade, força, história e convicções.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Olhai as aves do Céu...

Acordo com o chilrear de um passarinho,
Que na minha janela teima em cantar.
Quando regressa com o almoço no biquinho,
Para os filhos que no ninho estão a esperar.

Uma vida de liberdade e de bênção,
Que nas Escrituras o Criador mostrou,
Ao Homem que na sua desmedida ambição,
Não necessitaria da labuta que ousou.

Mas o Ter é pedra angular,
Na vida destes tempos modernos!
Que levam a dias tristes e a anular
A alegria que merecem os homens hodiernos.

Novos caminhos para uma vida mais feliz,
Menos haveres, mais saberes e mais bondade.
Entre todos os seres humanos com cariz.

Que tenham da vida uma visão da actualidade,
Na sua dimensão de ser vivo superior,
Que apenas deve confiar na dimensão do seu Senhor.

Os barriga cheia e os barriga vazia!...

As náuseas que sinto de tanto apertar o cinto,
Que não tem mais furos nem cabedal,
Quase sem forças p'ra ouvir, não minto,
As escabrosas proclamações de tanto animal.

Sem vergonha, pudor, respeito, mínimo, intelectual,
Da tribuna debitam frases bacocas, vazias, de absinto,
Para fazer manchete, no dia, em qualquer jornal,
Sem pensarem naqueles que, ingénuos, os pôs no plinto.

E ver os administradores públicos a esbanjar,
O que faz falta a muito trabalhador inteligente,
Que vive na infinita miséria, a corda a esticar,
P'ra ver se não se torna mais um indigente.

Dizer que a culpa é de todos, porque pelo povo eleitos,
É, no mínimo, despudor e desatenção dos dizentes,
 Porque do engano, os proponentes, fizeram seus preitos.

E não se diga que têm razão, que são honestos e escorreitos,
As alimárias, os madraços, os aldrabões, os incompetentes,
Já que p'ra mais não servem do que usar o Poder e seus Proveitos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Dança!

Liloca na 5ª Gala da Dança dos Artistas

Imagem tirada da Net

Dois corpos unidos na simbiose de uma música mexida, remexida, sensual, intimista, com os sentidos que vão para além da dança e se situam num patamar de exaltação dos sentidos. Fazem lembrar as aves, na graciosidade de um esvoaçar alado.
O rodopiar e meneio do corpo. A expressão do rosto. O sorriso alegre de quem está a viver, divertir e esquecer momentos menos bons, faz com que as pessoas se sintam livres e felizes.
A dança faz bem ao corpo que movimenta todos os músculos. Mais do que isso, rejuvenesce o espírito e faz esquecer tristezas, depressões, pensamentos de negação e desespero.
A leveza dos pares, no gingar dos corpos numa pista lustrosa, com gotículas de suor que se vão formando ao som da batida de uma bateria e os acordes de um conjunto de instrumentos, deixam no ar um êxtase diáfono da seda esvoaçante e um perfume inebriante, que se perpetua para além dos minutos que dura a melodia de um tango, uma valsa, um samba ou mesmo um funaná.
Ficamos com a imagem que perdura para além da dança e isso alegra-nos o coração.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Amor...

Imagem tirada da Net

Como definir o amor,
Se nem o príncipe dos poetas,
O conseguiu alcançar?
Encontrar explicação é petulância,
De quem na sua ignorância,
Se arroga o direito d'a procurar.

Mas será preciso definir o amor?
Não bastará sentí-lo,
Vivê-lo assumidamente.
Sem receio, intensamente,
Com força telúrica, absolutamente,
Sem justificações, plenamente?

O Nome banalizou-se.
O sentimento também.
Será preciso reinventar os dois,
Para que no futuro, depois,
Se possa assegurar, sem tibieza,  
Que se ama o outro, de certeza.

Para uns, amor é sexo,
Para outros, luxúria,
Para muitos, obsessão,
Para quase todos, paixão.
Tenha as forma que tiver,
É amor verdadeiro, se sair do coração.

Não tem um só destinatário,
É gigante, para tal limitação.
Pode ser esbanjado,
Com fartura, arbitrário,
Ao amigo e ao seu contrário,
Porque é grande em dimensão.





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A trapalhada...

Uma pequena reflexão a estas horas da noite. Tenho, nos últimos dias, assistido a diatribes políticas que raiam o absurdo. O Ministro Lacão a dizer que se deve debater a questão da limitação do número de deputados. Aliás, a Constituição já prevê que o número possa ir de 180 a 230. Numa situação de aperto económico e financeiro faz todo o sentido reduzir o número para o mínimo permitido por Lei (180). Logo vem o PS, pela voz do seu líder parlamentar, dizer que o PS não está disponível para debater este assunto. Segue-se o Ministro da Presidência alinhado com o Assis.
Não há dúvida que os "boys" têm muita força e não querem perder o tacho. Nós, zé povinho, pagamos o pato, como de costume.
Vi um vídeo do grupo "Deolinda" com o título "Sou uma parva" que vem de encontro às dificuldades de empregabilidade de muitos jovens licenciados. Entrevistado, um jovem licenciado, disse que era a altura de ir para a rua lutar.
E se isto se transforma num Egipto, Tunísia, Iemen, entre outros? Dá que pensar não?
Nunca, em minha modesta opinião, tivemos um governo tão incapaz como o actual e, ao mesmo tempo, também nunca tivemos um governo escorado numa máquina de Marketing tão bem oleada.
Esperemos por dias melhores. A esperança é a última a morrer.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Frio da Vida

Olhamos através da janela e vemos árvores vergarem,
Com a força do vento, que sopra feroz.
Aqui e ali uma chaminé, lançando fumo de acordo co'a aragem,
Mostra que o dia é frio, desagradável, atroz.

No conforto do nosso lar aconchegante, caloroso,
Lembramos os velhinhos que, sozinhos, pobres, abandonados,
Por não terem posses, lenha p'ra lareira, se deixam acamados,
Para do frio libertarem o corpo, mantendo o espírito, desgostoso.

Incomodado, triste, infeliz, por quem de forma escandalosa,
Se vê abandonado pelos seus, pelo Estado e vive em solidão,
Aqueles que apenas tiveram trabalhos e labuta dolorosa,
Vivem, hoje, com rendimentos e apoios, que não colhe séria opinião.

Por isso importa erguer a voz contra os tiranos,
Que, sem dignidade, carácter, prometem, mentirosos,
E depois nos conduzem a um Mundo, perverso, de enganos.

Trazendo, apenas, para os pobres, tristes, desgostosos,
O pior que a crise tem e que, com seus danos,
Desancam naqueles que deram de si, os anos gloriosos.