sábado, 31 de dezembro de 2022

Predisposição mental!

 

PREDISPOSIÇÃO MENTAL!

Não sou psicólogo, pelo que não suporto a minha opinião em bases científicas, mas tenho a convicção que a predisposição mental, condiciona e muito a forma como encaramos as mais diversas situações da vida.

Se estivermos optimistas, alegres, contentes, encaramos os acontecimentos de forma bem diferente daquela se estivermos deprimidos, taciturnos, tristes. Na primeira parece que tudo nos parece colorido, mesmo as coisas menos boas, encaramo-las com certa leveza relativizando os aspectos negativos, podia ser pior e assim por diante. Já, ao contrário, tudo parece negro, escuro, tenebroso, só a mim é que me acontecem destas coisas!

Hoje, a maioria de nós, encara este final de ano com alegria, com optimismo, sobretudo, com esperança de que o novo ano traga o melhor para o mundo e ainda bem que assim é, porque só pode ser mais cheio de cor o que aí vem, apesar das nuvens negras que se adensam sobre as cabeças de todos nós.

O ano que hoje finda foi mais um ano mau, que se seguiu a muitos outros de crise, de pandemia, de isolamento, de incerteza, de condicionamentos, de estados de emergência e de muitos outros atropelos à liberdade individual e colectiva, de trapalhadas governativas, de dissolução do parlamento, de eleições antecipadas e muitas outras diatribes ligadas à governação, mas também à justiça, à saúde, à educação, à segurança. Muitos processos judiciais de violência doméstica e todos os outros tipos de violência, de saques, de roubos, de corrupção e toda a panóplia de circunstâncias que nos transformam num dos países mais pobres da Europa, apesar dos PRR e outros fundos que os europeus despejam nos bolsos de alguns portugueses, que cada vez são mais e estão mais ricos, ainda que a maioria esmagadora seja cada vez mais pobre e cada vez sejam mais os pobres miseráveis.

O ano que finda foi mau, porque trouxe a guerra para as portas da Europa, abanando e deixando atarantados todos nós, os que nos habituámos à paz e à prosperidade, desde meados da década de quarenta do século passado.

A inflação trouxe-nos à mente os dias difíceis da década de noventa, do passado século, em comprávamos algo e o comerciante nos dizia: leve agora porque amanhã será mais caro. Trouxe-nos também um corte, significativo, nos salários de quem trabalha e nas pensões dos reformados, ainda que os nossos “zelosos” governantes nos queiram convencer que nunca estivemos tão bem como agora.

As trapalhadas governativas são o pão nosso de cada dia. Desde as sucessivas demissões de ministros e secretários de estado, até à inoperância das autoridades perante calamidades como os incêndios ou as cheias. Isto para não falar nas empresas públicas sorvedouros de dinheiros públicos sem controle e responsabilização ou para a quantidade de autarcas suspeitos e, alguns já condenados, de práticas lesivas do interesse público que juraram defender.

Não tendo muitas razões para encararmos o novo ano com optimismo é bom que o recebamos com esperança renovada de que tudo será melhor.

Não vamos esquecer todas as maldades que este nos trouxe para estarmos preparados e não nos deixarmos cair nas mesmas patranhas, mas vamos olhar para o que vem de forma descontraída, alegre, com um copo de espumante – a vida não está para champanhe – junto com os nossos familiares e amigos e desejar que todos e cada um faça a sua parte para que o mundo mude para melhor. Se não puder ser de outra forma, com o pensamento e a determinação de que se o mundo cair não seja com o nosso empurrão.

Como dizia o saudoso Raul Solnado, façam o favor de ser felizes. Um Ano Cheio de prosperidade, de coisas boas para todos.

31/12/2022

Zé Rainho

 

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

25 de Novembro

 

25 DE NOVEMBRO DE 1975

Um povo sem memória é um povo sem futuro. Porque desejo um futuro melhor para o meu povo, hoje quero falar para os mais novos e, também para os professores, de todos os níveis e graus de ensino. Não com moralismos nem como se fosse dono da verdade, ma como modesto contributo de um cidadão com memória.

Talvez por falta de informação, nas escolas e universidades, não é raro ouvirmos jovens dizer que não sabem o que representam muitos dos feriados nacionais. Se estiverem atentos às entrevistas que, às vezes, as televisões fazem ao público, em geral, verificarão que o próximo dia 1 de Dezembro é um desses feriados desconhecidos, o mesmo se passando com o 5 de Outubro e outros. Parece haver uma certa alienação colectiva. O que importa é que nesses dias não se trabalha, o motivo, não interessa.  

Os feriados são determinados pelos órgãos máximos do Estado. Mas há dias que não são feriados, que são tão ou mais importantes do que aqueles que o são, por determinação política.

Hoje é um desses dias. Não é feriado, mas é de uma relevância fulcral no nosso País e para a esmagadora maioria do nosso povo.

Em 25 de Novembro de 1975, se não fossem uns militares patrióticos e uns civis esclarecidos, poderíamos ser um satélite soviético como é o caso de Cuba, por exemplo. Ou podíamos ter entrado numa guerra civil de proporções inimagináveis, mas com muito sangue derramado.

Por isso devemos lembrar quem foi importante e quem arriscou a vida e o bem-estar pessoal, em benefício da pátria e do seu povo. Desde logo o Coronel Jaime Neves, General Ramalho Eanes, coronel Melo Antunes e muitos outros militares, honrados e patrióticos que, dando o corpo às balas, conseguiram travar a deriva revolucionário/comunista das Forças Armadas. Mas também civis, como Mário Soares, Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e muitos outros que não se acomodaram com a situação.

Dos traidores à Pátria, que tinham na sua agenda a conquista do poder, para benefício próprio ou do seu grupo, quer civis, quer militares, não vale a pena falar. Conhecemos os seus nomes, mas são gente menor, que não merece ficar na História, por isso não vale a pena lembrarmo-nos deles.

Hoje, em minha modesta opinião, devia ser feriado nacional e os meios de comunicação social e a Escola, no seu todo, deviam fazer a apologia deste dia, como um dos mais importantes da democracia portuguesa. Não o fazem e é pena.

Nós estamos aqui a fazer a parte que nos cabe. Honra aos heróis vivos ou falecidos, desprezo total e absoluto pelos traidores que ainda por cá andam ou já entregaram a alma ao Criador.

25/11/2022

Zé Rainho

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Credibilidade

 

CREDIBILIDADE!

A ciência política é, em primeiro lugar, uma ciência. Merece o nosso respeito, a nossa consideração, porque se baseia no estudo, utiliza o método científico, analisa dados, faz experimentação e demonstração. Na vertente política a ciência é muito relevante por estudar a organização social e governativa, a ideologia, os sistemas, os direitos das pessoas, entre outros assuntos relevantes para a vida em sociedade.

Neste contexto a política é nobre, é credível, é indispensável à democracia, à paz, à igualdade de direitos e de deveres.

Como elementos de uma qualquer sociedade somos, todos, aos mesmo tempo, somos agentes e beneficiários da política. Com a nossa atitude individual fazemos, diariamente, política, por acção ou omissão.

Posto isto surge uma pergunta: Por que é que há tantas pessoas a não acreditar na política e nos seus agentes mais representativos?

Há várias respostas possíveis, mas, de forma simples, pode dizer-se que esses agentes representativos dão maus exemplos.

Desde logo, porque a maioria é incompetente no exercício das suas funções. Depois porque uma significativa parte desses agentes não servem o serviço público, mas serve-se do público para seu serviço. Isto para não falar do aproveitamento pessoal, da família e dos amigos, dos bens públicos, quer se trate de empregos ou de dinheiro.

Falta credibilidade à política porque falta verticalidade aos seus agentes mais destacados.

 

16/11/2022

 

Zé Rainho

 

A Cabra

 

A CABRA!

O pastor anda arreliado com a cabra, que doida com cio, não pára de saltar à procura do bode que, já velho, não tem pachorra para a aturar.

O pastor, coitado, pretende que ela não fuja do redil, mas a bicha é intempestiva, não se controla, precisa de bordoada do cacete de marmeleiro, só que a campanha do PAN, condiciona a Justiça, que não permite que, mesmo que a cabra escorneie o pastor, este se possa defender, sob pena de ser considerado crime contra os direitos do animal.

Nem todas as cabras do rebanho são assim, esta é que tem mau feitio e, ciada, então é impossível de aturar. É bicha má e passa a vida a saltar as sebes e os muros roubando tudo o que pode apanhar, desde a estaca do vizinho, à erva dos irmãos.

Tudo lhe serve desde que satisfaça o seu egoísmo e a sua malvadez.

Ainda se desse algum lucro, crias ou leite, talvez o pastor se acostumasse aos seus desvarios, mas assim, como a par dos seus defeitos também é velha, se calhar era boa ideia vendê-la a quem pudesse fazer dela uma boa chanfana e, mesmo para isso, é preciso que o cozinheiro a mantenha no forno mais do que vinte e quatro horas, caso contrário, ficará dura como os cornos que possui.

Esta cabra é bicha imprestável.

16/11/2022

 

Zé Rainho

A Ocasião...

 

A OCASIÃO…

Os aforismos populares, por vezes, são isso mesmo, aforismos populares. De tão sintéticos que querem ser tornam-se pouco profundos, pouco objectivos, pouco certeiros.

Há dias li, ou ouvi, já não me lembro bem, esta preciosidade: “a ocasião faz o ladrão”. É por demais conhecido este provérbio, mas a sua explicação é que me demonstrou como isto não é bem assim. Dizia-se, e eu concordo plenamente, que é falsa a questão. Não é a ocasião que faz o ladrão, mas é o ladrão que está sempre à espreita da ocasião para efectuar o furto.

Só quem tem espírito de ladrão é que, mal surja a mais ínfima oportunidade, rouba, porque, quem é sério, pode ter mil oportunidades, mil ocasiões, que não se apropria do que não é seu.

Felizmente há muita boa gente, por este mundo fora, que já teve oportunidades de enriquecer ilicitamente, porque a ocasião era propícia, porque estavam reunidas as condições para executar o roubo sem consequências e, mesmo assim, não se apropriou de um tostão, enquanto outros viveram e vivem em constante procura da ocasião para roubar e, à mínima possibilidade, concretizaram esse roubo.

Eles são desfalques em empresas, em bancos, em organismos públicos ou, mesmo, bens públicos, desde dinheiro, a poder, desde bens móveis a bens imóveis, de um gigantesco prédio, ao logradouro público, da parede do vizinho a um simples caminho vicinal.

Por isso mesmo, muitos são apanhados na teia da justiça e são apelidados e bem, de ladrões.

De forma simples ficamos então a saber, que não é a ocasião que faz o ladrão, mas o ladrão procura a ocasião, precisamente porque é, intrinsecamente, ladrão.

Se olharmos à nossa volta é o que mais vemos, gente que não se recomenda, porque nem sequer escolhem a ocasião, aproveitam-nas todas para consumar o seu instinto de bandido, de ladrão e, normalmente, não é o zé-ninguém, o pilha-galinhas, é o aparente e sofisticado senhor, ou senhora – aqui o género é irrelevante - muito respeitado.

12/11/2022

Zé Rainho

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Típico português

 O TÍPICO PORTUGUÊS...


Sou português, não há que enganar.

Não sou, com pouca coisa, de me alegrar.

Sou elemento típico de um povo triste,

A queixar-se de tudo e nada, não resiste.


Dizer que está tudo bem é caso raro.

Porque o "mais ou menos" é muito caro.

Ao português comum que se lamenta

Numa constante atitude de morte lenta.


Porque não somos capazes de rir alegremente?

Mesmo com as condições miseráveis que vivemos,

Não seria mais fácil ultrapassar a depressão rindo?


Sendo capazes de encarar situação referente,

De forma mais optimista do que normalmente vemos?

Levados, levados sim doutros tempos, cantando e rindo. 


Zé Rainho.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Luanda

 LUANDA DE OUTRAS ERAS...


Luanda das Ingombotas,

Dos musseques e palhotas,

Dos coqueiros e fortaleza,

És inigualável em beleza.


Luanda da Ilha, e floresta,

Onde em tardes de sesta,

Se passavam bons momentos,

De mergulhos e alimentos.


Luanda de S. Paulo e Cazenga,

Da Samba, Maianga e Prenda,

Onde "os Brinca na Areia" tocavam,

Promoviam bailes e cantavam.


Luanda do Sambizanga e Mutamba,

Dos Machimbombos e da Moamba,

Cidade jovem, alegre e sedutora,

Que deixa para sempre a sua aurora.


Luanda do Cruzeiro e Bairro Operário,

Onde se cruzam gentes sem horário,

E se jogam grandes partidas de futebol,

De manhã, à tarde e até ao Pôr do Sol.


Luanda da baía e morro dos veados,

Onde se escondiam os namorados,

Dos olhares mais indiscretos, sagazes,

Poiso apetecido da maioria dos rapazes.


Luanda cidade miscigenada e  astuta,

Da mulher trabalhadora e da prostituta,

És mais que uma cidade, és recordação,

De todos os que te amaram com coração.


Zé Rainho.

Fiéis defuntos

DIA DE FIÉIS DEFUNTOS!


Dia da saudade de quem já partiu.

De lembranças gradas. de quem subiu

Ao Céu, por ter sido amigo de Deus,

E desceu à terra porque do pó nasceu.


Dia dos familiares, dos amigos que estão na memória,

Que gostaríamos de ter entre nós nesta nossa história,

De vida que vivemos e que esperamos continuar a viver,

Na ânsia de servir os outros e em Cristo conhecer.


Dia de ida aos cemitérios e de colocar flores em campa rasa,

Ou em outros tipos de sepultura que o dinheiro compra e paga,

De orações dos crentes, pelo sufrágio das almas de entes queridos.


Ou apenas de recordações de acontecimentos percebidos,

Que formaram a nossa vida, o nosso carácter e a nossa saga,

Que condiciona a nossa forma de encarar o momento que passa.


Zé Rainho.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Lisboa

 LISBOA...

Em Lisboa, Bairro Alto,
Chiado, Cais do Sodré,
O Castelo lá no alto,
O rio Tejo em baixo, no sopé.
Alfama, Rossio e Figueira,
Avenidas Novas e Liberdade,
Parque Mayer ali bem à beira,
Em ruínas, com muita saudade.
Salvam-se o Politeama, o Coliseu,
Para uns espectáculos culturais,
Já que, fechado, está o Teatro Nacional.
Outros centros de cultura são museu,
De velharias e outras coisas tais,
Que não abonam a tal Lisboa plural.
Zé Rainho.
Helena Caldeira, Teresa Bento Caldeira e 3 outras pessoas

TODOS OS SANTOS

 DIA DE TODOS OS SANTOS!

Em dias de todos os Santos quero crer,
Que todos e cada um de nós deve viver
Em paz, graça e harmonia, com os demais
Para, mesmo cá na terra, já ser um santo mais.
Em tempos de dramatismo e muito medo,
Saber viver é uma incógnita, um segredo,
E poucos têm esse dom e essa capacidade
Sem angústia, depressão e muita ansiedade.
Mas se nos for dado o privilégio de crer,
Num Deus misericordioso, omnipotente,
Alcançaremos a paz e a tranquilidade,
De que vai ficar tudo bem, como era de prever,
Porque isto não é mais que um permanente
Desafio, à nossa infinita e pequena menoridade.
1/11/2020
Zé Rainho

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Poupança

 Dia nacional da poupança!


Poupança, quem a pode praticar?

Só quem tiver dinheiro para amealhar.

A maioria, nem sequer, tem o essencial

Para fazer face à despesa habitual.


Não fora a crise e o saque dos salários,

Talvez quem trabalha, dos seus honorários,

Pudesse colocar alguma sobra no mealheiro.

Mas, como a vida está, não há sobra de dinheiro.


Assim não se justifica a comemoração duma data,

Que já não tem razão de ser para os portugueses,

Que nem para o dia a dia têm o bastante,


Para pagar contas sempre maiores e constante,

Porque os políticos entendem que somos fregueses,

E, por isso, nós é que devemos pagar os abusos da nata.


Zé Rainho.

Muito frio

ESTA MUITO FRIO!


Está muito frio.

Sinto um arrepio.

Penso no semelhante,

Que por inconstante,

Não se preveniu no Verão,

Para esta época de nevão.


Tenho o coração gelado.

Sai um soluço sufocado,

Pelo sofrimento de alguém,

Que não tem ninguém,

Que lhe acenda a lareira,

Lhe dê calor de toda a maneira.


Morre tanto infeliz,

Com frio até ao nariz,

Que não tem onde cair morto,

Abandonado a direito e a torto,

Por familiares e outros amigos,

Porque deixou de ter abrigos.


E onde está o Humanismo? 

Perguntamos todos, se o abismo

Entre ricos e pobres é colossal,

A ponto de em Portugal,

Sofrer de pobreza extrema,

É quase normal o lema.


Sinto arrepios, não de frio,

Mas da desgraça que já é rio,

Pois avança com grande torrente,

Não poupa ninguém, nem gente,

Que já teve mais que o suficiente,

E hoje não passa de um indigente.


Por culpa de outros ou própria, 

Que transformaram a vida imprópria,

De qualquer ser humano honesto,

De um País civilizado, de resto

Que protege os grandes ladrões

Empregados, governantes ou patrões.


Sinto arrepios e dores no peito,

Por ver a forma e o jeito,

Como velhinhos suportam,

Estes frios gelados que cortam,

Como lâminas afiadas, 

As suas caras lavadas.


Sinto que sou incapaz,

De fazer algo, assaz,

Para minorar tal sofrimento,

Por isso deixo um lamento,

De que faz muito frio,

E quem possa, sinta esse arrepio.


Zé Rainho

sábado, 29 de outubro de 2022

ODE!

 ODE A UMA MENINA!

Menina linda, estouvada,
Olha a tua compostura.
Não vá a gente malvada,
Trazer-te alguma amargura.
Menina linda, amorosa,
Com teus cabelos à solta.
Teus lábios são como a rosa,
Teus seios onda revolta.
Menina linda, brejeira,
Com teu andar donairoso,
Gostas da tua brincadeira,
Desde que não seja maldoso.
Menina linda, corada,
Do ar agreste do campo,
Ficas bem, assim rosada,
Ainda com mais encanto.
Menina linda, teu porte altivo,
Fica-te bem, acredita!
Não deixes por algum motivo,
De seres assim, tão catita.
Menina linda, tua voz,
Parecida com o rouxinol.
Encanta a todos nós,
De manhã ao pôr-do-sol.
Menina linda, de olhar vivo,
Tens um ar de princesa.
Na terra, nem por castigo,
Deixas de ser sua alteza.
Menina linda, morena,
Os teus cabelos esguios,
Inspiram o meu poema,
E orgulham pais e tios.
Zé Rainho.

Maria Cantadeira

 MARIA CANTADEIRA!

Maria da Sé,
Que canta o fado.
Não olha pró lado,
Nem pensa que é,
Maria do fado.
Maria da Sé,
Pequena e formosa.
Que apregoa a rosa,
Sem crer no que é,
Maria da rosa.
Maria da Sé,
Tão bela e tão pura.
Menina ternura,
Que sabe que é,
A Maria amargura.
E naquele momento,
A Maria da Sé,
Demonstra que é,
Um monumento,
Que canta na Sé.
Maria da Sé,
Mulher portuguesa.
Que na singeleza,
Não é da ralé,
Mas é da Nobreza.
Zé Rainho

Sonhar

 SONHAR ACORDADO!

Perscruto para lá do horizonte até a infinito,
Vogando nas ondas do mar imenso, encapelado.
Ouvindo os uivos e o silvo do vento zangado,
Por eu querer conhecer o que me está interdito.
Mas eu quero chegar à etérea e suave Luz,
Onde a paz, a felicidade suprema, será constante,
E a eternidade não será mais que um instante,
Que me atrai, me convida, alicia e me seduz.
Voo neste sonhar acordado que me incentiva,
A encarar a vida como uma etapa a transpor,
Na bonomia de uma inigualável felicidade,
Que se quer de alegria da permanente mocidade,
Ansiosa por viver todas as aventuras de amor,
A mais sublime forma de sentido de vida vivida.
Zé Rainho


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Fados

 NOITE DE FADOS...


Uma voz a cantar,

Um fado corrido,

Uma guitarra a tocar,

Num som sustenido.


Uma noite de luar,

Uma viela florida,

Uma voz a cantar,

Um Fado da vida.


Uma alma a sentir,

O trinado em Tom Maior,

Uma voz a impedir,

O coração de ter dor.


Uma noite de fados,

Caldo verde e sangria,

Uma chouriça aos bocados,

Minora a vida vazia.


Numa Lisboa nocturna, 

Uma vida boémia,

Esquece a luta diurna,

Vive a noite, leva a Célia.


De Alfama ao Bairro Alto,

Passando pela Madragoa,

Canta o fado em contralto,

É uma voz de Lisboa.


Zé Rainho

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

HORROR!

 HORROR DOS HORRORES...

Não sei se quero saber,
Não sei se quero compreender,
O que se passa à minha volta,
O que vejo é um mundo à solta.
Como entender a maldade
Em nome da divindade?
Homens que matam crianças
Por dizerem urgentes as mudanças.
Recuso a gatuita violência,
Seja a que título e principio for,
Quando em nome de Deus é horror.
Tantos inocentes em dor!
Tantos malvados em furor!
Deus traz o homem à essência.
Zé Rainho

Gosto!

 GOSTO!

Gosto de gostar
Gosto de amar
Gosto de viver
Gosto de saber
Gosto de correr
Gosto de escrever
Gosto de te olhar
Gosto de te beijar
Gosto do que sou
Gosto como estou
Gosto do teu gosto
Gosto do teu rosto.
Gosto de gostar
Gosto de estar
Gosto de ser
Gosto de saber.
Gosto de conhecer
Gosto de rever
Gosto de trilhar
Gosto de caminhar
Gosto de descobrir
Gosto de encobrir
Gosto de mostrar
Gosto de encantar
Gosto de ganhar
Gosto de somar
Gosto de ouvir
Gosto de sentir.
Gosto, gosto,gosto...
Zé Rainho