terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ismo (1)

É dos dicionários que o capitalismo é um regime económico e social em que os meios de produção são propriedade privada e em que os preços são fixados livremente, apenas regulados pelas leis da concorrência, da oferta e da procura.
Da sociologia, segundo um dos seus mais antigos e conceituados cientistas, Max Weber, o capitalismo é um modelo social que procura rentabilizar, o mais possível, a produtividade do trabalho, realizando a tarefa o mais perfeitamente possível no mais curto espaço de tempo. 
Assim se pode concluir que, do ponto de vista dos trabalhadores, não será bem assim porque estes entendem que a sua força de trabalho é tão ou mais importante que o capital investido pelo burguês e, como tal, também querem ter regalias que são apanágio da burguesia.
Em época de crise internacional pode ver-se que os governos, venerandos e atentos, só pródigos em diminuir salários, pensões e prestações sociais aos trabalhadores, na proporção directa que dão benefícios aos banqueiros e respectivos bancos, injectando milhões dos contribuintes para que o sistema não colapse, dizem eles.
Atente-se ao que se está a passar na Grécia, na Irlanda, em Portugal e na Espanha e verificar-se-á que a receita é semelhante. Em Portugal ainda se faz mais: instituiu-se uma amnistia a todos aqueles que, criminosamente, fugiram com os capitais, milhões, biliões, triliões de Euros, que fazem parte da riqueza nacional para paraísos fiscais e, em vez de prenderem os criminosos - sim porque se trata de um crime punível pelo código de processo penal, para além de ser um crime de Lesa-Pátria - proporciona-se a possibilidade de "lavarem" o crime com uma contribuição fiscal de 7,5% enquanto que um depósito a prazo de 1.000€ tem de pagar um imposto de 22,5%. Veja-se a disparidade de critérios! Verifique-se o que pode e faz o Capitalismo!
Daí a inferir-se que um capitalismo desenfreado e sem preocupações humanistas só pode ser um regime que ultrapassa a dignidade política, a dignidade social e apenas visa o lucro pelo lucro, sem mais-valias para a sociedade que, supostamente, deveria servir.
Será, pois, um regime para esquecer se não, mesmo, para repudiar. É evidente que há muitas formas de capitalismo encapotado que se mistura bem nas democracias ocidentais, mas estas também deixam algo a desejar, nos dias que correm.
Sendo assim talvez seja altura de aprofundarmos conhecimentos e subordinar o nosso voto e a nossa participação cívica e de cidadania, de acordo com ética de valores que tragam à sociedade mais bem-estar e mais felicidade.

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