quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

IMPUNIDADES!

 

IMPUNIDADES!

A Ordem pública é um dos mais importantes princípios de qualquer sociedade democrática. Sem Ordem não há paz social, não há equidade, não há respeito pelo outro, numa palavra sem Ordem prolifera o caos. Ninguém se entende, ninguém se respeita, não há Lei, nem quem a faça cumprir. É um país sem rei nem roque e um país assim não se recomenda.

Ainda não há muito tempo que os deputados, já depois do Presidente da República ter anunciado a dissolução do Parlamento, apressaram-se a aprovar a Lei que regula a Eutanásia, como se fosse a coisa mais importante deste mundo, porém, não tiveram tempo para se debruçarem sobre a Lei eleitoral que é, como toda a gente já percebeu, um conjunto de incongruências, de regras obsoletas e inaceitáveis.

Quase setecentos mil votos, reais, obtidos nas últimas eleições legislativas não serviram para nada. Estes votos são de eleitores que não contam para nada, eleitores sem voz e quem são e onde se situam? No Interior de um Portugal que se diz inclusivo, mas é mais exclusivo. Mas se os setecentos mil votos não elegeram ninguém há deputados que foram eleitos com menos do que vinte mil votos cada. Como se entende esta disparidade? Entende-se na preguiça e no laxismo vigente.

Outro exemplo é o dos votos dos nossos emigrantes que continuam a interessar-se sobre o que se passa no País. A vergonha do que aconteceu foi tão estrondosa, que teve a intervenção do Tribunal Constitucional, que ordenou a repetição das eleições. Como estas estão decididas e o resultado da repetição da eleição do círculo da Europa, seja ele qual for, não altera em nada a maioria absoluta do Partido Socialista, só têm uma consequência, por acaso muito gravosa, que é o atraso de mais de um mês no restabelecimento da Ordem implícita na posse do Governo e do Parlamento. E esse atraso traz milhões de euros de prejuízo à economia nacional e à respectiva recuperação da catástrofe que tem sido a Pandemia e as opções governativas e ao espanto ou mesmo escárnio da Comunidade Internacional.

Como não há Ordem não há responsáveis nem a respectiva responsabilização. Os culpados disto acontecer pavoneiam-se pelos corredores do poder como se nada se tivesse passado.

No crime económico a Justiça ora arresta ora anula o arresto, quer por juízes do mesmo nível, quer através de instâncias superiores. Acontece alguma coisa? Nada. Não tem importância.

Um povo vê-se compelido, interiormente, a cumprir a Lei e a Ordem pelo exemplo que lhe vem de cima ou, coercivamente, através das sanções que lhe são aplicadas, sendo que o primeiro é muito mais eficaz do que o segundo.

Tenho pouca fé que o novo parlamento altere alguma coisa deste laxismo que nos governa há décadas, mas, já agora, queria ter esperança de que tal pudesse acontecer. Alguém novo nos corredores, independentemente do Partido a que pertença, se propusesse a dignificar a casa da democracia e apresentasse propostas de Lei que acabasse com este sentimento de impunidade que este povo ordeiro, manso, abúlico sente, de tão espezinhado e desrespeitado, por quem tinha o imperativo dever de o defender.

16/02/2022

Zé Rainho

 

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