quinta-feira, 5 de maio de 2022

 DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA! 


Há dias para tudo e mais alguma coisa e, também, há o dia da Língua Portuguesa que hoje se celebra.

A Língua, qualquer Língua, mas a nossa, em particular, não devia necessitar de um dia próprio, porque todos os dias deveriam ser de bem comunicar em português e todos os escreventes deveriam ter o maior respeito e a maior consideração pelo símbolo maior da nossa entidade como povo, a nossa Língua. Este sentimento concreto que nos irmana e nos torna distintos de todos os outros povos.

Nas actuais circunstâncias, em que o (des)acordo ortográfico traz para o quotidiano a maior das confusões e as maiores aberrações, talvez se justifique a celebração de um dia para ver se pensamos no valor da Língua, enquanto património nacional, que é de todos os falantes da Língua e não só dos portugueses e isso faça com que haja mais preocupação com os dizeres orais e, sobretudo, escritos. 

São desculpáveis alguns erros por desconhecimento. São intoleráveis os erros propositados para o abastardamento da Língua. 

Há dias vi uma publicação que anunciava uma parada LGBTI na Covilhã onde se apelava a todas e a todes, assim mesmo, todes, para participarem de modo a mostrar direitos inalienáveis, na opinião dos organizadores. 

Sobre a organização e seus direitos prefiro não me pronunciar, mas sobre a Língua tenho algo a dizer, correndo o risco de me apelidarem de xenófobo. 

Já me irrita, profundamente, esta nova moda do politicamente correto, quando ouço discursos de responsáveis políticos começarem por “bom dia a todas e a todos” quando se referem a homens e mulheres, imaginem o que sinto com este abastardamento indefinido (todes) de nem uma coisa nem outra. 

Acho este modo de dizer uma aberração. Igualizo-o aos pleonasmos frequentes de “subir para cima ou descer para baixo”, mas estes, felizmente, tais senhores, já não se atrevem a usar com receio de serem apelidados de ignorantes. 

Ora todos, como se aprende na escola primária, é um adjectivo neutro, que serve ambos os géneros, masculino e feminino, porque significa inteiro e não parte de algo, logo sem necessidade da diferenciação que só tem lugar nas cabecinhas de alguns complexados com a paranóia igualitária de género. 

Este afã da igualdade é, em minha modesta opinião, muitas vezes mais prejudicial aos interesses e à diferenciação de género do que o benefício que pretende atingir. Por isso valorizo mais a equidade do que a igualdade. 

Haja equidade, dando a cada um segundo a sua necessidade e a sua potencialidade, e tudo o resto virá por acréscimo. No respeito mútuo. No respeito pela diferença, sem memorização de ninguém, quanto a direitos e deveres de todos. 

Não é desrespeitando a Língua que se consegue mais igualdade de salário, de cargos dirigentes, para as mulheres. É, sim, por uma educação de qualidade acessível a todos, diferenciadora quanto às apetências e capacidades individuais, que conseguimos o tão falado e esperado estatuto igualitário independentemente do género. 

Viva a Língua Portuguesa. 

05/05/2022

Zé Rainho 

Sem comentários:

Enviar um comentário