quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Condecorações!

 

CONDECORAÇÕES!

Os detentores do poder político-administrativo do Estado, em determinadas datas simbólicas ou em fim de mandato, têm por hábito condecorar ou louvar colaboradores, alguns apaniguados e amigos.

Por vezes, também se lembram daqueles que, por actos nobres, ou mesmo heróico, se notabilizaram perante o povo, que elevam o nome do país, dentro e fora de fronteiras e lá vem uma conderaçãozinha.

Infelizmente, algumas vezes, também condecoram pulhas e crápulas, que se notabilizaram por abusos de poder, por apropriação indevida de bens públicos, uns mais discretos do que outros, porque até se condecoram aqueles que escarnecem do povo português, com gargalhadas cínicas, perante perguntas dos deputados eleitos da nação. Não será necessário mencioná-los porque o povo tem memória do que viu e ouviu a alguns desses estupores.

Mas, hoje, quem vai condecorar não é nenhum poderoso, mas vai ser este vosso humilde escrevente. Não por ser uma despedida, ou será, ninguém sabe, porque sou homem e vim do pó e ao pó retornarei e a minha crença me diz que nem um só cabelo da minha cabeça se perderá sem a vontade de Deus, mas por ser um dever de consciência e honestidade intelectual e humana.

Sem obedecer a qualquer tipo de hierarquia na menção que a seguir se enuncia, porque todos estão no meu coração e merecem a minha incondicional gratidão, hoje quero condecorar, honrar e distinguir, por mérito e serviço notável, aqueles que tudo fizeram e fazem por mim.

Assim, com a ordem do Grande-Colar do amor incondicional, os meus pais, pelo carinho, dedicação, amor total, mimo e sacrifício, que fizeram em prol do meu crescimento, saúde, educação, valores incutidos, doação total e absoluta para que nada me faltasse, ao longo de toda a sua vida;

Com a ordem do Grande-Colar do amor incondicional, a minha esposa, as minhas filhas e genro, pelo carinho, dedicação, paciência, indulgência, tolerância, perante as minhas falhas, as minhas debilidades, a minha impaciência, em momentos menos bons da minha vida e sempre estiveram no lugar certo e adequado;

Com a ordem da Grã-Cruz do afecto carinhoso, os meus avós, os meus tios e primos – aqui se englobam os masculinos e femininos – porque não entro na narrativa “wokista” do todos, todas, todes, porque para mim todos, são todos, sem excepção ou discriminação, pela forma carinhosa e protectora que sempre me dispensaram;

Com a ordem de Comendador da amizade pura, os meus amigos de toda a vida, mas também os mais recentes que, estando perto ou longe, no espaço e no tempo, sempre me demonstraram que fui e sou importante para eles e que me têm no coração e na memória;

Com a ordem de Grande-Oficial da sapiência paciente e compreensiva, os meus professores e mestres, pelo muito que me ensinaram, pelo que despertaram em mim a vontade de aprender, sempre mais e ao longo da vida, incutindo-me saber e valores éticos e morais, que me têm sido extremamente úteis na vida quotidiana;

Com a ordem de Mérito-Cívico, todos os meus colegas, que comigo se cruzaram ao longo de uma jornada de trabalho de mais de cinquenta anos, pela consideração, respeito e colaboração que sempre me prestaram;

Com a Ordem da Lealdade e Mérito, todos aqueles seres humanos com quem tive e tenho o privilégio de me identificar, pela conduta e exemplo humano e social.

A todos os condecorados aqui a minha eterna gratidão, o meu respeito, consideração e o meu amor. Bem Haja a todos.

07/08/2025

Zé Rainho