segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Escola Para Todos

Uma primeira palavra para os meus leitores: Desculpem a extensão do artigo, escrito há nais de dez anos e que, perdoe-se-me a imodéstia, julgo ainda ter alguma pertinência neste início de ano lectivo 2010/2011.

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

1. REFORMA EDUCATIVA

1.1. Princípios e Objectivos

1.2. Currículos

2. DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL

2.1. Que desenvolvimento?

2.2. Que valores?

2.3. Que sociedade?

3. PERFIL

3.1. Do educador

3.2. Do educando

3.3. Do cidadão

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO

Estando, embora, legislado que a escolaridade obrigatória para todo o cidadão é o ensino básico, nem sempre essa obrigatoriedade passa pela criação de condições de sucesso educativo para todos.

Numa verdadeira e autêntica Escola Para Todos, onde o direito à diferença, o respeito pelo ritmo de aprendizagem individual, os valores culturais, étnicos, políticos e religiosos se salvaguardam, se respeitam e se protegem, a Pessoa, todo o Indivíduo, teria asseguradas as melhores condições de realização pessoal e social. Se a par disso, pudesse desenvolver os dotes pessoais de criatividade, os sentimentos de liberdade, de solidariedade e de justiça, a Escola estaria a contribuir para um desenvolvimento harmonioso do ser humano e a formar cidadãos mais conscientes dos seus deveres e dos seus direitos. Numa palavra, mais capacitados para o exercício efectivo da cidadania. Desta feita importa reflectir sobre a Escola, o Sistema Educativo e as Reformas que lhe estão subjacentes.



1. REFORMA EDUCATIVA



Ao longo dos tempos, a Educação em Portugal, tem sofrido vicissitudes que se traduziram nalguns atrasos e outros tantos sobressaltos, com avanços e recuos, que sinteticamente procuraremos analisar e compreender.

É já um lugar-comum dizer-se, que um País é tanto mais próspero quanto culto for o seu povo, o que, só por si, nos poderia conduzir a conclusões simplistas, ou mesmo precipitadas. Talvez por isso seja curial tentarmos compreender a razão ou razões pelas quais, o nosso País, estará tão longe do progresso, do desenvolvimento e do bem-estar geral.

Os Portugueses que deram novos mundos ao Mundo e foram pioneiros em descobertas decisivas para a modernidade (o nónio, por exemplo), desde as territoriais às científicas, que contribuíram para a transformação do Planeta naquilo como hoje o conhecemos, não conseguiram manter a performance de evolução e de desenvolvimento de outros tempos, quedando-se por uma vida ronceira, sem ambições, sem projectos, sem auto-estima. Talvez por isso nos tenhamos deixado ficar para trás no caminhar educativo, que é, sem dúvida, a chave para o desenvolvimento e para o progresso.

O exemplo que nos vem dos Países do Norte da Europa, nos quais, desde os finais do século XIX, os níveis de escolaridade já se situavam nos nove anos de escolaridade e detinham taxas de analfabetismo abaixo de 1%, enquanto, no nosso País, em 1910, aquando da implantação da República, essa percentagem era de cerca de 71,5%, demonstra a anterior afirmação. Não admira pois, que perante este cenário, que se reflectia e ainda hoje se reflecte, necessariamente, nos índices de produtividade e de desenvolvimento económico e social, se se começassem a desenhar soluções para colmatar lacunas e promover o tão necessário e desejado progresso.

Daí que várias reformas do sistema educativo Português se ensaiaram, sendo que, umas apresentassem um carácter mais avançado e de acordo com os padrões Europeus, mas outras em sentido perfeitamente contrário e de regressão pura.

São exemplo, algumas reformas do ensino que espelham a afirmação: “a título de exemplo poderá referir-se a reforma do ensino primário que se iniciou ainda em 1911 com importantes alterações em 1919, em que foi criado o ensino pré-primário oficial e o primário geral e superior inteiramente gratuitos” (CORTESÃO, 1982, p17). Aqui se pode ver como, em determinadas alturas da vida nacional, se procurou valorizar o ensino primário e seus agentes, considerando-o como ensino primeiro, como ensino basilar, como ensino fundamental, para todo e qualquer Sistema Educativo que se queira de qualidade e com visão prospectiva. Mas o sentido contrário é também verdadeiro e reformas houve que procuraram destruir o caminho percorrido e as etapas alcançadas. Assim, seguiram-se outras leis que apostaram na diminuição da formação dos professores. No recurso a docentes não habilitados (os regentes). No sistemático desinvestimento nas escolas, nomeadamente no mundo rural. No encerramento de Escolas Normais de Formação de Professores e noutras situações, igualmente gravosas e impeditivas da criação de uma autêntica Escola Para Todos. Um mal que não é de hoje e que vem de há muito. Por isso, apostava-se no incentivo a um “espírito nacional e nacionalista” de que ser pobre, obediente e sem instrução eram atributos e qualidades para a autêntica e verdadeira felicidade. Veja-se o que, a respeito, referiu a conceituada escritora, Virgínia Castro e Almeida, num artigo publicado no Jornal “O Século” de 5 de Fevereiro de 1927 “(...) Que vantagens foram buscar à escola? Nenhumas. Nada ganharam. Perderam tudo. Felizes os que esquecem e voltam à enxada. A parte mais linda, mais forte e mais saudável da alma portuguesa reside nesses 75% de analfabetos” (idem, p.67).

Nesta época, a poupança na Educação foi tão flagrante e o desinteresse, por este fundamental sector da vida nacional, foi tão malevolamente intencional, que o Ministro da Educação de então, EUSÉBIO TAMAGNINI (1934), procurando demonstrar uma actualização pedagógica identificada com as correntes mais modernas da pedagogia da Europa e do Mundo, não se coibiu de fazer uma interpretação sui generis e totalmente deturpada das ideias então em voga, dizendo que: “a população escolar pode e deve dividir-se em cinco grupos, a saber:

1º Ineducáveis, 8%;

2º Normais estúpidos, 15%;

3º Inteligência média, 60%;

4º Inteligência superior, 15%;

5º Notáveis, 2%” (ibidem, p.78), daí concluindo não ser necessário muito dinheiro para a Educação.

Todas as circunstâncias referidas nos levam a inferir que, durante anos, a educação em Portugal caminhou para um beco que, em muitos casos, ainda hoje persiste em muitos pontos do nosso País. Talvez por isso, os índices de analfabetismo, segundo o censo de 1991, de mais de 11%, principalmente nas mulheres, ainda existentes, sejam a prova cabal da mentalidade dalguns governantes e consequente desinvestimento no Sistema Educativo Nacional. Mas há mais. As atitudes discriminatórias, tantas vezes patentes na Escola e na Sociedade, o preconceito relativamente a muitas famílias e seus descendentes, não só não contribuíram nem contribuem para o desenvolvimento da pessoa, como serão, eventualmente, a principal fonte e força do insucesso escolar actual, sem que, contudo, seja a única.

Mas não queremos parecer derrotistas e ficarmos pela maledicência, daí que importa referir aspectos mais positivos, podendo começar pela Reforma que desde 1971, o Ministro da Educação, Veiga Simão quis implementar. Este, começou por preconizar uma Lei de Bases do Sistema Educativo que, na linha utópica da 1ª República, pudesse alterar o estado da Educação em Portugal. Inicia-se aqui uma tímida ruptura com o passado e tal postura deu os seus frutos e teve os seus seguidores, até aos nossos dias.

Assim, depois de algumas mudanças pontuais e outros tantos estudos preliminares; depois de uma discussão pública e do trabalho desenvolvido por uma Comissão de Cientistas e Técnicos, foi publicada a Lei de Bases do Sistema Educativo, actualmente em vigor que, em termos de princípios e objectivos é, em muitos casos, um documento de assinalável progresso, com visão de futuro, com propósitos de desenvolvimento económico, social e objectivos de progresso com vista à condução do País ao lugar Europeu e Mundial a que tem direito. Tais princípios e objectivos referir-se-ão, de forma muito sintética, a seguir.



1.1. Princípios e Objectivos



A Lei de Bases do Sistema Educativo de 1986, Lei nº 46/86 de 14 de Outubro, define no seu artigo 6º, a universalidade do ensino básico de nove anos, obrigatório e gratuito, para todos os portugueses.

Nos artigos seguintes preconiza, como princípio base generalista, assegurar uma formação geral comum a todos os portugueses, formação que lhes permita suprir as dificuldades inerentes às mutações sociais, bem como, uma integração plena na sociedade, nomeadamente, no mercado do trabalho e do emprego.

Defende a ideia de uma escola de massas, sem esquecer a qualidade do ensino e da aprendizagem, das crianças e dos jovens. Vai até mais longe, ao preconizar uma educação de base para aqueles que não quiseram ou não tiveram oportunidade de, na altura própria, (se é que há altura própria?) não cumpriram a escolaridade obrigatória, criando o ensino recorrente e a educação extra-escolar, para maiores de 15 anos, numa perspectiva de educação e formação ao longo da vida, num espírito de educação permanente.

Hoje, já se defende, quer em Portugal quer no resto do Mundo Ocidental, uma atenção muito especial às novas formas de analfabetismo que surgem por toda a parte e se apresentam sob a forma de iliteracia ou de infoexclusão, só para se dar estes exemplos. Daí a publicação de legislação que aponta as vias para uma Escola mais virada para as competências do saber ser, do saber estar e do saber fazer, do que limitada à transmissão de conhecimentos feitos, adquiridos, mais ou menos estáticos. Tal legislação procura definir as particularidades das diversas modalidades de ensino bem como as respectivas formas de implementação.

Complementarmente à Lei de Bases do Sistema Educativo foi publicada legislação relativa ao modelo de avaliação a aplicar no Ensino Básico, como é o caso do Despacho Normativo nº 98-A/92 de 20 de Junho, onde se preconiza que avaliar não tem, necessariamente, que medir e quantificar cegamente, não tem que segregar, não tem que excluir mas, pelo contrário, deverá valorizar as potencialidades de cada um, naquilo que pode e deve ser um contributo para a restante comunidade educativa. Uma avaliação que potencie e não anule.

Também no que se refere à integração da pessoa Deficiente e/ou com Dificuldades Específicas de Aprendizagem, foi publicado o Decreto-Lei nº 319/91 de 23 de Agosto que, conjugado com o Despacho nº 22/SEEI/96 de 19 de Junho, permite a existência de currículos alternativos para grupos específicos e de insucesso repetido, num sentido de integração atenta aos particularismos de cada um, suas origens, suas culturas, suas religiões, suas etnias, sem os pretender assimilar e respeitando “as diferenças sem as pretender negar ou impedir” (TAP, 1996, p.41).

Por outro lado, o Decreto-lei nº 43/89 de 3 de Fevereiro, lei da autonomia das escolas, mais tarde complementado com a nova Lei do novo modelo de gestão, permite, sem demasiadas burocracias, a interpenetração da escola na comunidade e vice-versa, possibilitando, desta forma, a construção de uma Escola Inclusiva, onde o desenvolvimento individual seja assumido como tarefa de todos e resultado da relação social estabelecida.

Esta integração é, sem dúvida, uma forma de desenvolvimento da Pessoa, dado que, sem relação não há comunicação e sem esta não há crescimento intelectual, afectivo e social. O Desenvolvimento Pessoal acontece na exacta medida da relação com o outro e «é o reconhecimento dos limites do seu Eu que leva a criança a reconhecer-se, é o “não” que é formador» (VAYER, 1992, p.13).

Outra legislação publicada vai no sentido de transformar a Escola numa Instituição de Serviço Público que deve ter a seu cargo a responsabilidade de proporcionar as melhores condições de desenvolvimento pessoal de todas as crianças, adolescentes e jovens, numa perspectiva de complementaridade à família e à sociedade. Daí a possibilidade de escolha de currículos ou, pelo menos, de utilizar os existentes com a flexibilidade requerida pelas condições do público-alvo em presença.

Estão pois criadas as condições legais para uma verdadeira Escola para Todos. Mas será que estão criadas as restantes condições complementares indispensáveis à concretização deste objectivo? Relativamente ao currículo, por exemplo?



1.2. Currículos



Muito embora haja um programa nacional, com um tronco comum igual para todo o território, ainda não vimos, em circunstância alguma, negada a possibilidade da aplicação flexível desses mesmos programas, por forma a possibilitar o respeito pelo ritmo individual de aprendizagem e pelas capacidades de cada um. Não deixa, porém, de constituir um alibi muito frequente para justificar o insucesso escolar.

Vistas bem as coisas, a Escola tem assim, as condições necessárias e suficientes, ao nível do ensino básico, para poder fazer um atendimento do aluno enquanto pessoa, o mais personalizado possível. Se o professor dispuser a sala de aula de forma a possibilitar a troca de informação entre os alunos, se se posicionar numa postura de gestor de formação mais do que na de um mero transmissor de conhecimentos, certamente que todas as crianças superarão os obstáculos que lhe vão surgindo, ainda que em ritmos e tempos diferentes. Isto porque “ao identificar-se com o outro, ao imitá-lo, a criança tenta apropriar-se das competências do seu modelo” (VAYER, p.60). Esta Escola poderá, assim, ser factor de desenvolvimento e não de frustração, de angústia e de recalcamentos. Será factor catalisador para uma resolução de conflitos naturais, muito vulgares nas idades escolares, inerentes ao crescimento e desenvolvimento normal de todas e de cada uma das crianças.

Como profissionais do ensino e cidadãos interessados, não conseguimos fugir à questão pertinente e preocupante que se nos coloca, diariamente através da Comunicação Social, mas também das preocupações manifestadas pelos pais e até pelo cidadão comum quando está em análise a Educação que temos. Também quando temos conhecimento de muitas das aulas que se propiciam, por esse País fora, a um grande número de crianças, adolescentes e jovens. E não podemos deixar de nos questionarmos. Porque será que, na maior parte das situações da vida social e colectiva, desde os Serviços de Saúde às Repartições Públicas, do Fisco à Segurança Social, da Banca aos Seguros, dos Correios ao Restaurante ou ao Café, todos nós, com mais ou menos tempo de espera, temos direito a um atendimento personalizado e o mesmo não pode acontecer na Escola? Esta, em regra, atende a todos ao mesmo tempo, por atacado, como se todos fossem um só, sem direito à individualidade, à singularidade e à diferença.

Porque será que, numa época de evolução tecnológica fulgurante, tal a velocidade a que se processa, a Escola, muitas escolas, continuam com instalações, equipamentos e instrumentos do século passado, complementados com atitudes dos profissionais e da sociedade em geral, muitas vezes, ainda mais retrógradas? Certamente não será por falta de legislação, por falta de autonomia, por falta de flexibilidade curricular.

Haverá muitas outras razões que não cabem aqui escalpelizar. Mas será, certamente, devido à falta de condições de trabalho para todos os que desenvolvem a sua actividade na Escola, nomeadamente a mobilidade excessiva do corpo docente, para não falar da desmotivação provocada pela falta de valorização social da profissão. Mas será, com certeza, também devido a uma cultura de modelo tradicional de professor magister dixit, que continua a demonstrar ter muitas dificuldades na mudança de atitudes. Quem sabe se a relutância à mudança não será fruto de problemas próprios deficientemente resolvidos na infância e juventude ou até na idade adulta? Ou será apenas por comodismo e por receio de enfrentar a inovação?

De qualquer modo, não deixa de ser uma constatação que, o insucesso escolar apresenta índices elevados e altamente preocupantes. Este é, manifestamente, mais elevado em escolas onde há um grande grupo de minorias étnicas, culturais e, também de crianças, de estratos sociais desfavorecidos que nascem, crescem e se desenvolvem sem referências sociais condizentes com a maioria da sociedade actual. Daí o desinteresse, a desvalorização da Escola, a agressividade de muitos alunos manifestada perante professores, funcionários e colegas. Daí também, o abandono precoce, sem concluírem a escolaridade básica obrigatória. Daí o trabalho infantil e tantas outras situações de disfunção social, que são bastante mais frequentes do que seria desejável.

Nesta conformidade, não admira que, desde sempre e ainda hoje, a responsabilidade do insucesso escolar seja assacada ao aluno, à família ou ao estrato social. Porém, há indicadores que põem em causa esta ideia. Haverá, certamente, muitas outras razões mas é hoje dado como certo que a Escola não pode fugir à sua responsabilidade. Talvez, por essa razão, se diga que “a dúvida (...) é a de saber se há insucesso escolar do aluno, como geralmente é indicado, ou se não será antes um insucesso da Escola, o que parece não ser aceite pelos responsáveis pela política educativa” (TAVARES, 1998, p15).

De qualquer modo, se a escola está mal e há muitos indicadores que o demonstram, não poderão ser atribuídas responsabilidades somente à rigidez ou desfasamento dos programas, ao desinteresse ou preguicite dos alunos. É preciso ir mais longe. Ir mais além. Talvez seja necessário investigar muitas outras razões, para se encontrar o verdadeiro fio da meada que é urgente começar a desenrolar, para bem dos nossos alunos e para nosso próprio bem porque, com o sucesso de todos se melhora a qualidade de vida de toda a sociedade e se desenvolve, num crescimento harmonioso, toda a Pessoa Humana.

Desta feita, a Reforma Educativa será efectiva e passará para além das intenções e dos princípios escritos se for possível que “(...) a organização pedagógica da Escola, seja estruturada segundo um novo paradigma: o da Escola Pluridimensional” (PATRÍCIO, 1993, p17).

A Reforma Educativa será efectiva se contribuir para um Desenvolvimento Pessoal e Social mais consentâneo com o projecto de sociedade que queremos construir. É desse Desenvolvimento que nos ocuparemos a seguir.



2. DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL



2.1. Que desenvolvimento?



Em presença da pergunta acima, seria mais atraente caminhar para o facilitismo de nos centrarmos no bem-estar económico, no “ter para poder”. Mas será que o ter é mais importante que o ser?

Pela nossa parte recusamos tais valores como padrões absolutos, primordiais e queremos acreditar que é possível desenvolvimento sem aniquilação de vontades, sem violentação de personalidades e de princípios. É possível o empenhamento no desenvolvimento sem envolvimento sufocante. É possível promover a formação sem meter o outro dentro da nossa forma. É possível um crescer conjunto sem que seja necessariamente à nossa imagem e semelhança.

Para tal, torna-se necessária a melhor atenção às estruturas e processos psíquicos ligados à génese da pessoa, porque é através destes que o sujeito se torna actor, que se apropria de outros papéis, que adquire uma identidade baseada na sua história pessoal e que se auto controla.

Para tal, as famílias já conhecem, ou se não conhecem deviam conhecer, as regras, os valores e os procedimentos conducentes àquele desenvolvimento. Os currículos, numa perspectiva de Inovação Curricular e Formação Pessoal e Social, já contemplam componentes como: “a educação ecológica, a educação do consumidor, a educação familiar, a educação sexual, a prevenção de acidentes, a educação para a saúde, a educação para a participação nas instituições, serviços cívicos e outros do mesmo âmbito” (ANDRADE, p.10).

Desta forma, desenvolvimento pode ser um crescer harmonioso. Pode ser estruturação e crescimento intelectual para servir o outro. Pode ser pesquisa e descoberta de valores.



2.2. Que valores?



Segundo (SANTOS, 1999, p.3), “os pilares dos valores do Mundo eram (...) a família, primeira tutela, primeira referência e primeira escola. (...) Também a segunda escola, o professor, temido e respeitado, às vezes amado. Também as autoridades espirituais (...). Também a autoridade do Estado (...)”.

Embora discutíveis, as afirmações efectuadas na conferência proferida no Instituto Piaget, pelo Senhor Presidente da Assembleia da República, não nos poderão deixar indiferentes.

Pensando no assunto verificamos que, sob o ponto de vista Ético e Moral é sempre problemático defender estes ou aqueles valores, dado que estes diferem de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, de sociedade para sociedade. Porém, num País democrático, desenvolvido, que queremos que seja o nosso, os valores da liberdade, da democracia, da solidariedade, da tolerância, da justiça social, do respeito pelos direitos humanos, pelos direitos dos animais e pela defesa do ambiente, assentes no princípio base “faz aos outros o que queres que te façam a ti; não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, são certamente os mais importantes. Aliás, o que vem de encontro às ideias preconizadas por LOURENÇO (1990), e também defendidas por KOHLBERG (1976), sobre as fases, níveis e estádios de desenvolvimento moral de todas as crianças, bem como a concepção e cumprimento de regras e a avaliação moral das transgressões, dessas mesmas regras.

O combate à pobreza e à exclusão, como factores negativos de desenvolvimento da Pessoa, permitirá obviar a situações de deficiente resolução desenvolvimental psíquica, muito associada a estes meios sociais, como sejam a delinquência, a agressividade, a toxicodependência e a criminalidade em geral.

Com estes princípios e estes valores o crescimento e desenvolvimento da pessoa será, certamente, o motor incansável de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais próspera.



2.3. Que sociedade?



As sociedades são um todo constituído pelas partes, em articulação harmoniosa, numa homeostase permanente, para que o equilíbrio indispensável a esta organização complexa se mantenha sempre nos níveis adequados.

As sociedades não são, desta forma, entidades abstractas. São, pelo contrário, muito concretas e constituídas por todos os seus elementos, sem excepção, com iguais responsabilidades direitos e deveres.

Assim, não parece curial que qualquer sociedade se possa dar ao luxo de desperdiçar as potencialidades de cada um dos seus membros no que respeita ao contributo e à constante construção e desenvolvimento pessoal e social. Desta forma, independentemente dos mais ou menos capazes, necessário se torna, ajustar a cada um o que melhor pode fazer para um contributo positivo, no sentido da construção de uma sociedade mais justa, mais democrática e mais solidária. Uma sociedade que não apresente dúvidas nem perplexidades como as que refere o Senhor Presidente da Assembleia da República, Dr. Almeida Santos: “poderá uma sociedade humana viver sem valores? tenho para mim que não! Seria, chego a pensar, o regresso à barbárie”. (SANTOS, 1999, p.13).

A ser assim, não nos restarão muitas alternativas. Teremos que analisar, reflectir e debater o que nos divide, o que nos separa, mas também o que nos une e o que nos congrega, para tentarmos criar, a partir da Família, da Escola e da Sociedade, as condições psicofisiológicas para perfis comportamentais que conduzam ao desenvolvimento integrado de todos, sem excepção. Para tal precisamos, sem dúvida, de um corpo de formadores, de formandos e de cidadãos, em geral, com perfis que se adeqúem a esta perspectiva, ou melhor, que responsavelmente, todos e cada um dos intervenientes seja um forte contributo para atingir o objectivo centrado no (des)envolvimento.



3. PERFIL



3.1. Do educador



Considerando os pressupostos já referidos em pontos anteriores, certamente que o modelo de educador assentará em princípios de tolerância, de respeito pela diferença, de solidariedade e de muita afectividade. Basear-se-á no conhecimento científico, mas também no profissionalismo e no cumprimento rigoroso dos seus deveres profissionais. Deverá ouvir tanto, ou mais, do que falar. Enfim, obedecerá a um perfil condizente com o saber ser, o saber fazer e o saber estar.

O Educador será, assim, interventor, dinamizador, facilitador e organizador de todo o processo educativo. Interventor, na medida em que induz à mudança de mentalidades, de atitudes, de comportamentos e seja motivador de novas aprendizagens. Dinamizador, de pessoas e de grupos no sentido da ultrapassagem de conflitos, problemas e obstáculos, com vista ao objectivo do desenvolvimento integrado de todos e de cada um. Facilitador, de aprendizagens, porque auxiliar de descobertas e potenciador dos recursos disponíveis. Organizador, na medida em que planifica, executa e avalia todo um percurso de aprendizagens, de execução de tarefas próprias e dos outros, bem como, o desenvolvimento intelectual e físico, no sentido do conhecimento e do ser social. Numa palavra, não tem que ser missionário mas jamais poderá ser mercenário.



3.2. Do educando



Numa Escola Para Todos também ao educando são cometidas grandes responsabilidades, ao mesmo tempo que se salientam os seus direitos e deveres. De tal sorte que precisa de desenvolver todas as suas potencialidades e aumentar as capacidades no sentido da sua optimização, como contributo para o sucesso pessoal, educativo e social. É incentivado ao empenhamento nas tarefas. Ao respeito pelo outro, quer se trate de par, professor ou funcionário. Ao respeito pela propriedade, que sendo da instituição Escola, também é um pouco sua. À auto-organização como elemento social. Estas e outras são condições indispensáveis ao desenvolvimento pessoal e colectivo já que, todo o desenvolvimento narrativo do indivíduo decorre “em contexto relacional, tendo como referência o meio cultural do indivíduo” (VITÓRIA, 1997, p.267).

O educando, nesta perspectiva de identidade própria e do conhecimento do outro, na definição do Eu de cada um, constrói, necessariamente, um perfil que é facilitador de integração social e de desenvolvimento pessoal.

Para além destes atributos não pode descurar o sentido da responsabilidade pela preservação do património de que usufrui, nem deixar de sentir que toda a sociedade faz um esforço para lhe proporcionar o dito desenvolvimento harmonioso e completo para, num amanhã que está muito perto, se torne um cidadão cônscio dos seus direitos e deveres e contribuinte para uma sociedade mais igualitária e mais justa.



3.3. Do cidadão



É claro que um crescimento e um desenvolvimento pessoal, com base em pressupostos como os que já enumerámos e outros, que sem serem mencionados, não deixam de ser muito relevantes, tornará todos mais conscientes, mais activos, mais promotores do desenvolvimento colectivo.

Não podemos deixar de nos sentirmos inquietos perante notícias como aquelas que é frequente presenciar na televisão e lido nos jornais como a tragédia do massacre vivido numa Escola de Denver, Estados Unidos da América perpetuado, segundo alguns, por adolescentes. É verdade que a sociedade portuguesa não é a sociedade americana. Os povos são muito distintos. Mas não é menos verdade que, uma década ou duas depois de sabermos da existência de grupos “gangs” de adolescentes criminosos nas ruas de Bronx, nos confrontamos hoje com problemas similares nos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e seus satélites.

O que estará a acontecer? Será a personalidade dos adolescentes que se está a desenvolver em circunstâncias desadequadas, onde o respeito pelo outro é coisa de somenos importância? Será isso e, certamente, muito mais. A ruptura com a Ordem ou a Desordem estabelecida é, talvez, uma das formas de protesto juvenil. Mas, com certeza, a desagregação da Família, o descrédito das Religiões, a falta de poder das Autoridades ou a sua permissividade, a inoperância dos Políticos que a todos querem agradar na expectativa da perpetuação do poder, mas também a Escola desinteressante e quase inútil para a vida e a Televisão não são isentas de responsabilidades.

Nesta conformidade, se é verdade que é à Família, à Escola e à Sociedade que competem as responsabilidades de, num processo constante de luta contra o comodismo, o egoísmo e a desresponsabilização, também não é menos verdade que estas estruturas são constituídas por cidadãos, o que nos leva a concluir, sem grandes reticências, que tais instituições serão aquilo que for cada um dos seus membros, cada um dos seus trabalhadores, cada um dos seus responsáveis, numa palavra, cada um de nós.



CONCLUSÃO



Procurar fazer um percurso pela Escola de ontem e de hoje em Portugal. Procurar perceber algumas razões que condicionaram e condicionam o desenvolvimento do País e das Pessoas deste Povo.

Desenvolver algumas considerações sobre o Sistema Educativo e respectiva legislação complementar com vista à promoção do sucesso escolar e pessoal de todos os alunos.

Problematizar o contributo de alguns valores, sua existência ou ausência, na vida do dia-a-dia da Escola e da Sociedade.

Centrar as atenções nas exigências que se colocam a educadores, educandos e cidadãos em geral, numa linha de Desenvolvimento Pessoal e Social de todas as pessoas, passando em revista algumas responsabilidades que a cada um são cometidas.

Questionar sobre que sociedade é esta, deixando no ar a grande preocupação que representa a tragédia da Escola do Colorado e que sinais são estes para a sociedade Portuguesa.

Questionar porque só 40% dos alunos portugueses concluem os estudos secundários;

Reflectir sobre o posicionamento do nosso País na Europa e verificarmos que somos campeões de acidentes rodoviários, de alcoólatras, de abandono escolar com níveis de escolaridade mais baixos, por oposição a um nível de vida posicionado em último lugar.

Aceitando o desafio da ECAE de Cantanhede e Mira, queremos dizer, em jeito de conclusão, de que é pelo debate reflexivo destas e doutras questões que criaremos a verdadeira Escola Para Todos, a verdadeira Escola Inclusiva, a Escola útil, necessária, fundamental, prestigiada, aceite e valorizada por todos e que criaremos uma Sociedade sem tragédias, em paz com os homens e com a Natureza.



BIBLIOGRAFIA



ALONSO, Miguel Á. Verdugo, “Personas con Discapacidad - Perspectivas Psicopedagógicas y Rehabilitadoras”, Siglo Veitiuno de España Editores, S. A., Madrid, 1995 1437p.

ANDRADE, J. V. - “Os Valores na Formação Pessoal e Social”, Texto Editora, Lisboa, 1992.

CARITA, A. Abreu I. “A Formação Pessoal e Social Desenho Curricular”, Instituto de Inovação Educacional, 1994.

CORTESÃO, Luisa, “Escola, Sociedade que Relação?” - Edições Afrontamento, Porto, 1981, 254p.

CYRULNIK, Boris, “Memória de Macaco e Palavras de Homem”, Instituto Piaget, Lisboa 1993, 353p.

LOURENÇO, O.M. - “Psicologia do Desenvolvimento Moral: Teorias, Dados e Implicações”, Livraria Almedina, Coimbra, 1990.

PATRÍCIO, M.F. - “A Escola Cultural: Horizonte Decisivo da Reforma Educativa”, Texto Editora, Porto, 1993.

TAP, Pierre, “A Sociedade Pigmaleão - Integração Social e Realização da Pessoa”, Instituto Piaget, Lisboa 1996, 350p.

VAYER, Pierre; RONCIN, Charles, “Integração da Criança Deficiente na Classe”, Instituto Piaget, Lisboa, 1992, 181p.

VITÓRIA, Florbela Santos, - “Desenvolvimento do Adolescente em Contexto Escolar”, Psicopedagogia, Educação e Cultura, 1997.



8 comentários:

  1. UF!!!! Fiquei exausta...
    Estamos em sintonia em muitos aspectos, Zé, sobretudo no desenho do perfil do professor:" Educador será, assim, interventor, dinamizador, facilitador e organizador de todo o processo educativo. Interventor, na medida em que induz à mudança de mentalidades, de atitudes, de comportamentos e seja motivador de novas aprendizagens."
    Parabéns por ter paixão pela educação.

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  2. Obrigado Ibel por ter lido e por o fazer de rajada. Eu avisei que era muito longo. Tenho a consciência das alterações entretanto introduzidas. Houve mudanças de há dez anos a esta parte, altura em que escrevi este artigo. Em muitos casos, para pior.
    Mesmo assim julgo que para os actuais e ex - professores, pode ser uma achega neste início de ano lectivo. Por isso o coloquei neste espaço. É a paixão pela Educação, como bem diz.
    Bem-Haja e critique com o que não concorda. Assim poderemos aprender os dois.
    Beijos
    Caldeira

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  3. Zé vou tentar, à medida que leio o texto, deixar a minha opinião para não me esquecer do essencial.
    1- Não concordo com a escolaridade obrigatória estou convencida que é essa obrigatoriedade, imposição, que tem criado problemas na nossa sociedade. Há quem não goste de estudar, quem ande lá por obrigação, por isso não produz e em vez disso vai criando na escola problemas graves, levando até ao desencaminhamento de quem poderia fazer alguma coisa. O desenvolvimento de um país, para mim nada tem a ver com a escolaridade mas sim com a vontade de produzir,com a inteligência. A cultura advêm da vontade não da obrigação e pode ou não ser adquirida na escola. Conheço gente formada que não tem cultura nenhuma. Esse é mais um erro em que caem os portugueses, valorizar demasiado um canudo e pouco a educação, os valores, a cultura. Conheci e conheço gente quase analfabeta com uma visão excepcional da vida e do mundo que lhe permite conseguirem criar à sua volta um ambiente propicio ao entendimento, à harmonia o que leva a uma grande produção. Tudo tem que ter medida e hoje não há medida para nada. Todos os nossos gestos têm que ter consequências, consequências que nos levam à aprendizagem. Hoje não há consequências do comportamento dos alunos. Quer estudem quer não, quer se esforcem ou não, quer sejam respeitadores ou não passam na mesma. Os meninos hoje não sabem o que é trabalhar, nem sabem que para se ter alguma coisa é preciso esforçarmo-nos. A escola dá-lhes facilidades e os pais também lhes facilitam a vida com explicações e afins. Ir a um psicologo agora é obrigatório para se saber que curso seguir. Estes meninos têem obrigação de ser excelentes pois tudo lhes é dado de mão beijada mas, eu acho que é precisamente isto que faz deles preguiçosos e pouco respeitadores. O esforço alheado à vontade é que cria Homens, homens capazes de valorizar os outros, homens cultos. Saber ser, saber estar, saber fazer não se aprende na escola e nem por obrigação. O insucesso escolar deve-se em grande parte ao que referi e também à vocação dos professores. Ser professor não é para todos, é para quem tem vocação. Nem todos sabem ensinar assim como nem todos sabem mandar, é preciso nascer para....Havia dificuldade em se arranjar emprego ia-se para a educação e, claro, tudo isto tem consequências. Os resultados são maiores quando nós gostamos do que estamos a fazer, sem dúvida. O ambiente envolvente também vai deixar as suas marcas no ambiente escolar e uma sociedade de consumo que valoriza quem tem e não quem é não pode formar seres humanos convenientemente. Não foi por acaso que o homem sentiu necessidade de acreditar em Deus ou de criar normas, sabia que sem isso muitos viveriam sem rei nem roque e não respeitariam nada nem ninguém. O medo de serem punidos, após a morte, leva-os a cumprir as regras. Hoje perdeu-se o medo e em nome da liberdade tudo se faz e tudo é permitido.
    Como foi no teu trabalho mencionado há muita coisa que influi no aproveitamento escolar e os estudos que se fazem nem sempre conduzem à verdade e nem sempre procuram o fundo da questão. Quando se diz que está provado que os alunos aprendem melhor numa turma de muitos alunos do que em turmas mais pequenas, quando se liga mais aos gastos, ao material, ao dinheiro do que ao ser humano não se pode esperar muito. Parabéns pelo trabalho excelente que aqui está apresentado.

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  4. Brown Eyes;
    Agradeço penhoradamente as críticas. Isto faz-nos crescer e aprender. Tenho consciência de que não é um artigo perfeito. Mais, tenho consciência que a última década que passou, após a sua escrita, trouxe grandes alterações.
    Concordo plenamente que não deveria haver escolaridade obrigatória e estou convicto de que não a preconizei, pelo menos nos termos de que tudo e todos devem chegar a topo sem esforço. O que eu quis dizer é que, à partida, todos deveriam ter hipóteses iguais, o que não infere que à saida todos tenham tido aproveitamento. Essa é a metodologia do ME para estatística. Eu não defendo isso. Defendo a meritocracia. Passa quem sabe. Dá-se oportunidade mas exige-se responsabilidade. Estou convicto que assim deveria ser a Escola como Instituição Pública ao serviço do Cidadão.
    Muito obrigado pelo comentário lúcido, conhecedor do terreno, que põe o dedo na ferida.
    Há tanta boa gente que, pelo saber de experiência feito nas Escolas, poderiam ser muito melhores Ministros da Educação do que muitos dos que por lá passaram ou lá estão.
    Bem-Haja
    Caldeira

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  5. Sem dúvida Zé. Não é quem se senta numa cadeira que sabe avaliar os problemas que existem mas, aqueles que poderiam ser úteis, que conhecem a realidade, que são inteligentes estão a ser aniquilados e não aproveitados. Sabes disso não é? Esta nova reforma, a união de agrupamentos serve, não para poupar, não para melhorar a vida do estudante mas, sim para aumentar o poder de alguns ignorantes manipulados. Também defendo que o ensino devia ser para todos, gratuito, para todos os que tivessem vontade de aprender. Há, ainda, quem não estude porque não tem hipóteses monetárias. Beijinho

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  6. Zé,
    O texto é extenso, sem dúvida, mas vale a pena lê-lo.
    Todos temos a convicção que um país mais culto e mais lúcido só é viável através da implementação dum sistema educativo sério, e que a política para o sector fosse uma autêntica prioridade nacional.
    Todos sabemos o estado actual da educação. Também sabemos qual a (falta de) preocupação que norteia os responsáveis governamentais. Se deixarmos, a pouco e pouco a escola pública vai desaparecer.
    Será que vale a pena cultivar o discurso duma verdadeira escola preocupada com a elevação de um povo? Claro que sim! E todos os contributos são válidos, incluindo este teu texto.

    Abraço

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  7. Brown Eyes,
    Concordamos em tudo. Há ainda pobres, inteligentes, capazes, esforçados, que não têm hipóteses de atingir um bom nível educativo. E, ao mesmo tempo, uns "meninos" mal educados, que têm tudo de mão-beijada e não aproveitam. Há outros que, desde cedo, se acolhem ao reduto dos Jotas de um qualquer Partido, para não fazerem nada na vida e serem sustentados por todos nós. Por isso temos a politica educativa e a política em geral, que temos.
    Poderíamos aqui acrescentar o currículo de muitos dos que nos (des)governam e tinhamos o espelho do que acabo de dizer, mas não vale a pena. Vale a pena, sim, denunciar atropelos, abusos de poder, corrupção e outras barbaridades.
    Beijinho
    Caldeira

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  8. Agostinho,
    Em minha opinião todo o Sistema Educativo tem vindo a degradar-se de ano para ano mas, o parente pobre do Sistema, foi sempre a Escola Pública. Porque "os filhos família" têm sempre a hipótese de bons Colégios Privados.
    Mesmo estes não ficam a conhecer as dificuldades da vida porque algum amigo os coloca como Administradores de qualquer coisa que nem eles próprios sabem o que é. Importante é ganharem balúrdios enquanto o povo humilde e trabalhador se sente, cada vez mais desconfortável e menos interessado no País.
    Um abraço
    Caldeira

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