segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Intemporal

Por não saber poetisar. Por não me atrever a tentar. Vou pedir, emprestado, um poema a Luis Goes para presentear os meus amigo(a)s poetas e poetisas que sigo, com muito interesse e carinho, que me ajudam a pensar positivo.
Espero que gostem:

Romagem à Lapa

 
Se um dia a vida parasse e a gente voltasse,

ao tempo que havia;

E se o Mondego passasse e a todos lavasse,

a lua e o dia.

Talvez a Lapa cantasse e em pedra gravasse,

a nossa alegria;

Talvez a Lapa sorrisse e à pedra se ouvisse,

olá poesia.



Se agora o rio pudesse juntar quem padece,

de tal nostalgia;

E tanta gente viesse, sem sonhos nem preces,

e sem rebeldia.

Talvez a Lapa chorasse e em pedra gravasse,

a nossa agonia;

Talvez a Lapa sofresse e à pedra dissesse,

adeus poesia.

(Luis Goes)

13 comentários:

  1. Lindo poema. Também não sei fazer poesia, não consigo. Engraçado que escrevi alguns poemas quando era gaiata, depois secou a fonte. Beijinhos

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  2. Zé, muito obrigada.
    Amei, mesmo,est seu gesto.
    Beijo


    Uma nota àparte: o fado de Coimbra é o único que eu gosto. O de Lisboa deprime-me de tal modo que fuujo dele a 7 pés. há um ou outro que não exerce esse feeito sobre mim.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Brown Eyes e Em@,
    Ainda bem que gostaram do poema do Goes. Eu adoro fado de Coimbra principalmente dos do meu tempo: Goes, Adriano, Zeca, Machado entre outros.
    O Goes com aquela sua voz e timbre de tenor é um espectáculo, pelo menos para o meu gosto.
    Já fazer poesia sou uma verdadeira nódoa. Nem me atrevo a tentar. Mas adoro ler poesia. Sou um fã do Antero, Pessoa, Sophia, Natália Correia, Gedeão, Ary e muitos mais.
    Ontem deu-me para vos presentear com uma flor emprestada.
    Se consegui, fico feliz.
    Beijinhos
    Caldeira

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  5. Zé,
    Isto é que foi uma bela surpresa!!!
    Gostei imenso da poesia. Uma ode à musicalidade poética, ao correr do tempo no chegar e no partir da alegria e da tristeza... e como nunca sabemos o que cada um sente na poesia, tudo será sempre um "se" condicionado a um "talvez", uma agradável forma tão livre e enriquecedora de viver a poesia, de viver a vida.
    E agora, e já sabe como gosto de brincar com as palavras... :)dedico-lhe com carinho:

    Se um dia o Zé sonhasse e a gente não dissesse
    O que se sente na sua escrita
    E se não fosse prosa e todos lhe chamassem poesia
    Às emoções partilhadas do seu dia-a-dia
    Talvez deixasse de dizer que não se atrevia
    A escrever poesia
    Talvez as palavras sintam toda essa alegria
    ao serem tratadas (como tão bem faz)
    Com tão aprimorada maestria! :)

    Beijinhos! Belíssima escolha, este poema!

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  6. Oh! JB,
    Não sei que dizer. Fiquei gago. Sem palavras.
    Muito obrigado. Adorei a réplica. Ainda bem que gostou da escolha. Esta é-vos dedicada inteira e completamente, pelo imenso prazer que me proporcionam as vossas ideias e sentimentos transmitidas pela vossa poesia. Foi a pensar em vós que a escolhi.
    Beijinhos
    Caldeira

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  7. Também eu vim partilhar deste presente.
    O fado de Coimbra é realmente muito belo. Embora aviste da minha janela essa bela cidade adormecida, Coimbra é já uma saudade a haver.
    Um beijinho e uma palavra de agradecimento pelas palavras que me deixou

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  8. Zé, que lindo!!!!!!!!!!E cantado é maravilhoso.
    Eu ouvi esse fado na Sé de Coimbra!!!!!
    OBRIGADA!

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  9. É verdade Ibel cantado ainda é mais maravilhoso.
    Eu também o ouvi muitas vezes e uma delas foi na porta da Sé Velha, no início da Queima.
    Beijinhos
    caldeira

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  10. Tão bonito! A fazer esquecer, por breves instantes, a crise tremenda em que mergulhamos, hora a hora.
    Mas gosto sobretudo de o ouvir cantar. Luís Goes tem uma voz que me encanta.Há muitos anos.
    Bem haja pela partilha. Este eu não conhecia e vou já tentar encontar o conjunto - palavras, música, voz - no Youtube.
    Abraço fraterno e amigo.

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