A Politica é anterior à cidadania e esta define-se, essencialmente, como um processo permanente de aquisição e exercício de competências: O primeiro indicador da política como recurso da capacidade humana para enfrentar desafios fundamentais para a sobrevivência humana. O aparecimento dos Estados. A política insere-se, assim, na realidade omnipresente do Estado. Se não pode haver cidadania sem Estado já a inversa não é verdadeira. Pode haver Estado sem cidadania.
Daqui se pode intuir que a política é mais antiga que a cidadania. É também verdade que houve, ao longo dos séculos, o aparecimento de cidadania que conviveu com longos eclipses periódicos da mesma.
Se a cidadania já vem da Grécia Antiga, no sentido moderno do termo esta só apareceu há cerca de dois séculos, mais concretamente com as revoluções americana e francesa nos finais do século XVIII.
Estas revoluções vieram demonstrar que não há cidadania permanente nem espontânea. Esta precisa e exige um enorme esforço de experiência e aprendizagem, colectivo e individual, consoante e permanente.
Nascemos seres humanos e tornamo-nos cidadãos. Para tal tal é preciso um enorme investimento na educação e na aquisição de competências. Por exemplo é preciso educar cidadãos capazes de compreender as Leis, de equilibrar direitos e deveres, de pagar impostos, de cumprir serviço militar, de eleger e ser eleito e, para que estas vicissitudes fossem alcançadas a Europa (excepção feita a Portugal) investiu, desde o século XIX, na alfabetização e instrução pública. Com erros e omissões, é certo, mas fê-lo com denodo e empenho.
Criou, desta forma, uma civilização diferenciada com características únicas na História. Permitiu a ascensão social de todos os homens/mulheres - salvaguardando-se a discriminação de que estas ainda hoje são objecto - mas, mesmo com defeitos, ainda se não conhecem condições melhores. Como diria Churchil "a democracia é o pior regime político do mundo, só que ainda não consegui descobrir nenhum melhor do que ele".
Mas a verdade é que nem a democracia nem a cidadania são dados adquiridos para todo o sempre e, consequentemente, estar atentos é indispensável.
Analisemos algumas situações recorrentes na vida social.
1. Se, por acaso, ou infortúnio se se assistir a um acidente de automóvel com intervenção de dois veículos, apesar de vários mirones que dão palpites sobre o que se passou, se os intervenientes não se entenderem e quiserem testemunhas para levar o caso à Justiça, o que nós vemos: com álibis mais ou menos esfarrapados todos, salvo raras e honrosas excepções, todos negarão. Sabemos que a Justiça é lenta e incomoda o cidadão por várias vezes e com total desprezo pelo cidadão. Mas será isto o suficiente para esta recusa?
2. Se são visíveis sinais de violência doméstica na casa ao lado da nossa o que fazemos? Usamos o velho e obtuso ditado popular: "entre marido e mulher não metas a colher" e, frequentemente, esta negligência e comodismo dá origem a mortes, violações e episódios do mais degradante que o Ser Humano é capaz de suportar;
3.Num Prédio de uma pequena cidade de pouco mais de 30.000 habitantes, com prédios de 4 ou 5 andares o que é que assistimos: o vizinho do 1º andar não conhece, não cumprimenta, não fala com o do 3º, este com o do 2º e por aí adiante. Onde pára o conceito de família alargada sentida e vivida no meio rural da 1ª metade do século XX, onde qualquer vizinho, parente afastado ou próximo, se encarregava de proteger as crianças enquanto os pais labutavam para obter uma côdea de pão?
4. Onde pára o sentido de responsabilidade de todos e de cada um pelo outro conhecido ou desconhecido, mas que é um nosso semelhante, com os mesmos problemas, as mesmas limitações, os mesmos condicionamentos? Evaporou-se. Apareceram conceitos novos. Ter, passou a ser mais importante do que Ser. Eu é sempre mais importante do que Nós.
5. Será o fim desta civilização? Talvez. Uns dizem que se deve à miscegenação proveniente da imigração. Eu não vou por aí. A história mostrou-nos que foi essa mesma capacidade de fazer mulatos que nos impôs, em toda a África, durante séculos.
Face às premissas apresentadas e a muitas outras que poderíamos continuar a descrever, alguma coisa tem que mudar e, muito rapidamente, se não acabamos com tanto sacrifício e tanta doação dos nossos avoengos para que fossemos todos cidadãos. Então não me parece que haja outra solução que não seja a de cada um, à medida das suas possibilidades, ir denunciando situações perversas, imorais e sem ética. Venham elas de onde vierem. Dos mais ilustres representantes da Nação ou de simples e anónimos cidadãos.
Usar do direito de cidadania e respeitar o dever que tal implica está na Ordem do Dia é preciso que cada um cumpra a sua parte.
Parece-me que é o que estou a fazer, de forma abstracta, mas voltarei com casos mais concretos, Reformas abstrusas, face oculta, freeport, submarinos e etc., etc., etc.
Criou, desta forma, uma civilização diferenciada com características únicas na História. Permitiu a ascensão social de todos os homens/mulheres - salvaguardando-se a discriminação de que estas ainda hoje são objecto - mas, mesmo com defeitos, ainda se não conhecem condições melhores. Como diria Churchil "a democracia é o pior regime político do mundo, só que ainda não consegui descobrir nenhum melhor do que ele".
Mas a verdade é que nem a democracia nem a cidadania são dados adquiridos para todo o sempre e, consequentemente, estar atentos é indispensável.
Analisemos algumas situações recorrentes na vida social.
1. Se, por acaso, ou infortúnio se se assistir a um acidente de automóvel com intervenção de dois veículos, apesar de vários mirones que dão palpites sobre o que se passou, se os intervenientes não se entenderem e quiserem testemunhas para levar o caso à Justiça, o que nós vemos: com álibis mais ou menos esfarrapados todos, salvo raras e honrosas excepções, todos negarão. Sabemos que a Justiça é lenta e incomoda o cidadão por várias vezes e com total desprezo pelo cidadão. Mas será isto o suficiente para esta recusa?
2. Se são visíveis sinais de violência doméstica na casa ao lado da nossa o que fazemos? Usamos o velho e obtuso ditado popular: "entre marido e mulher não metas a colher" e, frequentemente, esta negligência e comodismo dá origem a mortes, violações e episódios do mais degradante que o Ser Humano é capaz de suportar;
3.Num Prédio de uma pequena cidade de pouco mais de 30.000 habitantes, com prédios de 4 ou 5 andares o que é que assistimos: o vizinho do 1º andar não conhece, não cumprimenta, não fala com o do 3º, este com o do 2º e por aí adiante. Onde pára o conceito de família alargada sentida e vivida no meio rural da 1ª metade do século XX, onde qualquer vizinho, parente afastado ou próximo, se encarregava de proteger as crianças enquanto os pais labutavam para obter uma côdea de pão?
4. Onde pára o sentido de responsabilidade de todos e de cada um pelo outro conhecido ou desconhecido, mas que é um nosso semelhante, com os mesmos problemas, as mesmas limitações, os mesmos condicionamentos? Evaporou-se. Apareceram conceitos novos. Ter, passou a ser mais importante do que Ser. Eu é sempre mais importante do que Nós.
5. Será o fim desta civilização? Talvez. Uns dizem que se deve à miscegenação proveniente da imigração. Eu não vou por aí. A história mostrou-nos que foi essa mesma capacidade de fazer mulatos que nos impôs, em toda a África, durante séculos.
Face às premissas apresentadas e a muitas outras que poderíamos continuar a descrever, alguma coisa tem que mudar e, muito rapidamente, se não acabamos com tanto sacrifício e tanta doação dos nossos avoengos para que fossemos todos cidadãos. Então não me parece que haja outra solução que não seja a de cada um, à medida das suas possibilidades, ir denunciando situações perversas, imorais e sem ética. Venham elas de onde vierem. Dos mais ilustres representantes da Nação ou de simples e anónimos cidadãos.
Usar do direito de cidadania e respeitar o dever que tal implica está na Ordem do Dia é preciso que cada um cumpra a sua parte.
Parece-me que é o que estou a fazer, de forma abstracta, mas voltarei com casos mais concretos, Reformas abstrusas, face oculta, freeport, submarinos e etc., etc., etc.