terça-feira, 19 de abril de 2011

Indignidade

Não sei o que hei-de pensar. Melhor dizendo: - não sei se consigo compreender. Como será possível que um individuo que desempenha um alto cargo na administração pública, que ganha um balúrdio de dinheiros públicos, que é formado em Direito, que não se lhe conhecem outras competências para além da sua formação de base, que não se conhecem resultados do seu trabalho, como presidente da Agência Nacional de Negócios (ou qualquer outra designação similar, que para o caso não interessa), dizendo-se um Democrata Cristão pode descer tão rasteiramente?
Como é que este Senhor Horta - talvez se chama assim porque será a base excrementada de terra - pode, com uma desfaçatez sem igual, vir para os Órgãos de Comunicação Social dizer coisas, loas, dislates, sobre as nossas empresas, seu potencial e depois não ajuda nenhuma das empresas a criar um, sim um único posto de trabalho, que se saiba, e insultar líderes de outros partidos?
Como é que este Senhor já maduro em idade - eventualmente imaturo intelectualmente - não tem pudor de, a troco de mais uns tostões - no caso milhões - se mudar de armas e bagagens do CDS para o PS?
Diz-se que toda a gente tem o direito de mudar e que só os burros não mudam. Talvez seja verdade. Mas cambalhotas, acrobacias, malabarismos, só para se manter na crista da onda, a mim, pessoalmente, não me parece nenhuma mudança, apenas será a demonstração da falta de carácter, de dignidade, de nobreza, de honra, de um palhaço - sem ofensa para os verdadeiros palhaços - que não olha a meios para atingir os fins que, em última análise, será manter poder para se sentar à mesa do Orçamento.
Como será possível que uma pessoa possa enganar todo um povo durante mais de três décadas? Será o povo ingénuo ou o dito senhor um actor ilusionista?
A mim parece-me toda esta javardice uma indignidade, de um troca-tintas, sem escrúpulos, sem coluna vertebral. Os répteis comportam-se assim. Sibilinos, rastejantes, traiçoeiros, mesquinhos, torpes, sem honra nem frontalidade. Que País é este que tal gente tem?
A todas estas atitudes eu, apenas, posso etiquetar: INDIGNIDADE. 

7 comentários:

  1. Zé,

    Como é bom tê-lo de volta (dentro do possível, é claro)!!!
    Fico muito contente com o seu regresso, com o regresso das palavras sinceras e lúcidas a que sempre nos habituou, com a sua companhia e verdadeira amizade!
    Espero que esteja melhor!

    Quanto ao nosso país... embora queiramos acreditar sempre num raiozinho de esperança... o que virá por aí?...

    Um grande beijinho, com saudades e muito carinho!

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  2. JB,
    Eu é que agradeço a sua passagem por este canto.
    Gosto muito de a ver por aqui. Agradeço a sua amizade e o seu conforto. Quanto à saúde vou um bocadinho melhor, ainda que esteja longe do meu normal. Mas tudo há-de passar se Deus quiser.
    Um beijinho grande de muita amizade.
    Caldeira

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  3. Zé,
    A sua indignação até que me deixa satisfeita. Porque é vida e movimento. É regresso.
    Um beijinho com muito carinho,
    Elisabete

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  4. Zé, quem não sabe o que dizer sou eu, perante a minha indignidade contra mim mesma.Como é que eu pude estar tanto tempo sem vir cá? Como posso arranjar desculpas?
    Li tudo o que tem escrito e a forma natural e carinhosa como abre o seu coração aos amigos.
    O que dizer ao rio que perdeu o mar? Como me perdoar? Diga que me perdoa, por favor...
    Mas ainda bem que reage e atira cá para fora a indignação que sente, servindo de porta-voz à nossa indignação. Indignemo-nos que temos motivos para isso. E unamo-nos numa solidariedade imensa de nos sentirmos unidos por gostos afins que desaguam todos nas bandas da ternura.
    Um enormíssimo abraço, amigo!

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  5. Elisabete,
    Muito obrigado pelo carinho e pela amizade. Pelas suas palavras incentivadoras. Que bom é ter amigas como você.
    Beijinho
    Caldeira

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  6. Ibel,
    Tem andado desaparecida é verdade. Lá terá as suas razões. Todos nós temos as nossas e isso basta para justificar. Qual perdoar qual quê? Que fez de mal que necessite perdão? Nada. A vida é como é e, além do mais, quem sou eu para julgar e perdoar. Quem necessita de perdão sou eu pelas diatribes que vou debitando para aqui.
    A vida não tem sido fácil por estes lados mas a sua também deve ter razões de queixa. Há dias li um comentário de uma sua aluna que lhe perguntava porque andava desaparecida. É como disse atrás, tem as suas razões e isso basta.
    Quanto à indignidade essa existe e é preciso força para que a combatamos.
    Muito obrigado pelo seu carinho e sua amizade. Grande, grande abraço amigo,
    Caldeira

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  7. Ui!!! Caro Colega, que belo texto. É zurzir nesta cambada sem vértebras nem espinhas que é capaz de tudo... o que é indigno, cambada que foi conduzindo o nosso querido Portugal para o atoleiro em que o vemos.
    Que não lhe falte o discernimento e a coragem. Só à paulada, já que as cadeias, por "graça" de leis iníquas, nunca os abrigarão.
    Força! Abraço solidário e amigo

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