sábado, 24 de setembro de 2011

Justiça

Porque as palavras também se gastam vamos ao étimo: "Aequitas" que quer dizer equidade; o mesmo que "virtude d'aquele que dá a cada um o que é seu, Justitia".
No dia a dia "vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar", como dizia o poeta, esta palavra Justiça, a propósito de tudo e de nada, classificam-na de acordo com os interesses de cada um, dos pedófilos aos ladrões "pilha galinhas", dos criminosos armados até aos dentes, que assaltam e matam sem dó nem piedade, até aos ladrões de colarinho branco que, que vivem à tripa forra, não se importando de deixar o seu semelhante morrer de fome.
Nos últimos dias sobressai a notícia de um PGR que mandou instaurar um inquérito a um mau gestor dos dinheiros públicos. É de aplaudir. Só não se compreende a dualidade de critérios quando há meses ou anos atrás o mesmo senhor não teve coragem de fazer a outro gestor que nos colocou no fundo do poço, nos deixou de mão estendida para podermos comer e agora vive em Paris sem trabalhar e sem que se lhe conheçam rendimentos. Já alguém se perguntou de que vive? Será que é um sem abrigo? Será que sabe tocar algum instrumento e faz das estações do Metro o seu ganha pão, com as esmolas dos turistas ou dos passantes, para pagar as propinas na Faculdade? Será que a Universidade onde estuda trabalha ininterruptamente e lhe dá aulas ao Domingo e, quiçá, o diploma daqui a algum tempo? Será que isto é Justiça? É Equidade?
Como é possível esta degradação de valores de Ética e de Moral? Como é que este "P"ortuguês, "G"endarme,  "R"esponsável, republicano, respeitável, não tem vergonha dos actos que pratica?
Um aplauso para os Partidos Políticos que tiveram a coragem de propor e aprovar uma Lei de criminalização do enriquecimento ilícito. Oxalá consigam que tal Lei se aplique, com efeitos retroactivos, e se apanhem todos aqueles que não consigam justificar o que possuem cá dentro e lá fora. Em Portugal ou noutros Países com Leis. Em Património legal ou em paraísos fiscais onde tudo é nubloso.
Se assim for, talvez possamos respirar um ar mais puro e mais sadio. Oxalá. 

2 comentários:

  1. Será que se vai alguma vez aplicar? Duvido.
    Beijinhos

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  2. Concordo com tudo o que escreveu. É revoltante a nossa situação! Mas, caro Colega e Amigo, acha mesmo que o PGR está atrás do homem da Madeira? Não ouviu a conversa de treta da procurador CA dizendo que ninguém se pode auto-incriminar?! Assim, qualquer malfeitor que chegue ao juiz e CONFESSE a sua culpa fica... absolvido?! Aquilo foi só um golpe de ilusionismo para nos "despistar". Ele não "existe". Tão simples quanto isto.
    Abraço e continue com força!

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