quarta-feira, 25 de março de 2020

Pandemia

A pandemia do Covid-19 está a mudar as cores da vida a nível mundial e Portugal não é excepção. Temos constatado isso mesmo ao longo dos últimos dois meses mas hoje, dia 24 de Março de 2020, com a informação de que atingimos 43 mortos cerca de três mil infectados fica mais clara a raiz e a profundidade do problema.
O País está, literalmente, parado. As fronteiras, todas as fronteiras, terrestres, marítimas e aéreas estão fechadas. Estão as nossas e as da maioria dos países o que quer dizer que não há movimentação de pessoas. O território está, igualmente, fechado, espartilhado, condicionado. A maioria da população não pode sair de suas casas. Há oito dias que foi declarado o Estado de Emergência. O Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no seu decreto presidencial declara que este Estado de Emergência não encerra a democracia mas, o que se sente na vida do dia-a-dia das pessoas é que a democracia também ficou fechada na casa de cada um.
Os filhos não podem ver os pais e os pais não podem ver e visitar os filhos e os netos. Já chegámos ao limite de não se poderem visitar os doentes internados nos mais diversos estabelecimentos de saúde ou de apoio social. Nem mesmo na morte se pode acompanhar os entes queridos que tenham falecido nesta época fatídica, independentemente de o falecimento ter sido por motivos da pandemia ou de outra doença qualquer.
Segundo o Governo a estratégia de ataque ao vírus vai ser alterada a partir das zero horas do dia 26 de Março. Não se sabe como é que essa estratégia vai ser concretizada. Não se sabe se há condições físicas. Se há recursos humanos e materiais suficientes para tal. A dúvida é legítima, pois há cerca de quinze dias que todas as consultas médicas das mais variadas especialidades foram canceladas no Serviço Nacional de Saúde mas também nas clínicas privadas, e agora, por decreto, vai tudo funcionar?
Por outro lado, impõe-se a pergunta: - Se é necessário tomar uma qualquer medida porque é que ela só tem efeito passados alguns dias depois de decretada? O vírus espera? Aconteceu isto quando foi decretado o encerramento das escolas e acontece agora em cada uma das medidas que é tomada a conta gotas.
Estamos muito apreensivos. Com o surto pandémico e com a paragem da produção nacional a todos os níveis. Agricultura, pesca, indústria, serviços, turismo e todas as actividades económicas. Temos sentido que, ano a ano temos vindo a empobrecer devido a políticas de governantes incompetentes e mesmo corruptos. Agora com esta desgraça apocalíptica que nos caiu em cima dificilmente nos livraremos de uma recessão que vai trazer mais miséria, mais fome, mais doença, mais morte.
Vamos, sempre que tivermos disposição, voltar a este assunto que deixamos aos que nos lêem mas também para memória futura de quem está a viver todas estas situações calamitosas.

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