terça-feira, 8 de julho de 2025

Proibições

 

PROIBIÇÕES!

Gosto de regras, não gosto de proibições. Para muitos são, mais ou menos, a mesma coisa, mas não é bem assim. As regras definem a ordem das coisas. As proibições castram as opções e as opiniões.

Na vida nada é simplista, é tudo complexo. Não há só preto e branco, há uma panóplia de cores que dá beleza ao arco-íris.

Os telemóveis podem conduzir a adições perigosas. Podem destruir pessoas de mentes frágeis ou pouco esclarecidas. Podem afectar as relações humanas. Podem ser canais de manipulação de “verdades”. Podem causar ansiedade e depressão. Podem estimular emoções e obsessões perigosas. Podem ser isto tudo e muito mais e o seu contrário.

Os telemóveis podem salvar vidas. Podem aliviar aflições. Podem ser fonte de conhecimento. Podem ser auxiliares de memória. Podem ser veículos de aprendizagem. Podem ser promotores de desenvolvimento económico, social, educacional. Podem ser auxiliares preciosos da saúde.

Assim, apesar destas contradições, fruto da eficiente ou deficiente utilização do telemóvel, sou contra a proibição do uso do telemóvel na escola, ditada pelo governo central.
Não gosto de imposições, generalizadas, a uma organização que deveria ter autonomia responsável, que é a escola.

A Escola é o epicentro da vida do homem de amanhã. Por ser centro de criatividade, de aprendizagem, de relações humanas, de liberdade, de afirmação pessoal e construção da personalidade, numa palavra, modelo de sociedade, pelo que não pode ser coarctada na sua autonomia e prejudicada na realização da sua actividade principal, que é instruir e educar, tendo como base o contexto sociológico em que se insere e de que faz parte integrante.

Formar é o contrário de enformar. Formar é libertar e enformar é meter dentro de uma forma. Nenhum círculo se sente bem na forma de um quadrado e vice-versa. A missão da escola é formar não é condicionar, nem limitar essa formação.

Aprecio a frontalidade do actual ministro da educação porque tem vontade de mudar alguma coisa no muito que está mal no “monstro” do ministério da educação, mas, em minha opinião, anda mal nesta proibição de uso do telemóvel para os alunos do primeiro e segundo ciclos.

Então os professores não são capazes de demonstrar às crianças que, em contexto de sala de aula, o telemóvel pode ser um auxiliar de aprendizagem e não pode, em situação alguma, ser perturbador dessa mesma aprendizagem? Fica-lhes, apenas, reservado o ónus maléfico da proibição? Acho esse papel muito redutor.

Para piorar a situação surge a inevitável pergunta: quem vai fiscalizar o cumprimento desta regra governamental? E o não cumprimento implica o quê?

Porventura este é um terreno que o ministro não necessitaria de pisar e, pelo muito que tem que fazer, talvez devesse aventurar-se por outros caminhos mais profícuos, para que as nossas crianças e jovens sejam adultos mais conscientes, mais responsáveis, mais capacitados e melhores seres humanos.

1/07/2025

Zé Rainho

 

Circo

 

CIRCO!

Desde muito cedo tive a possibilidade e por isso me habituei a ir ao circo, onde me divertia-me muitíssimo.

Habituei-me a ver extraordinários malabaristas, ilusionistas, trapezistas, contorcionistas, equilibristas, palhaços, que, com um esforço hercúleo, faziam os seus papeis com profissionalismo, dedicação e mérito. Nutro, por essa gente, ainda hoje, um respeito enorme e uma admiração gigantesca.  

Nunca suportei os canastrões nas artes circenses, teatrais ou outras, porque, não só demonstravam falta de talento, mas, sobretudo, falta de trabalho, de empenho, de dedicação, de esforço. As rábulas saiam-lhe pífias e os números eram, em regra, desastrosos.

Ontem, as televisões mostraram, à exaustão, como um canastrão emproado, arrogante, truculento, quis fazer o seu número, sem talento, sem conhecimento, sem competência, atirando ao público a sua sobranceria e arrogando-se o direito do insulto a tudo e a todos. Aos telespectadores, jornalistas, juízas, procuradores do ministério público e, até ao Procurador-Geral da República, um órgão de soberania democrática. O típico do individuo que vai em contramão e diz que todos os outros é que estão errados.

Francamente, já não tenho idade e, muito menos, paciência, para este circo. Por isso faço um apelo ao Tribunal, pedindo-lhe que meta este pretenso equilibrista, malabarista, ilusionista, trapezista, contorcionista, palhaço, na ordem e o remeta para o seu lugar de criminoso indiciado, que está sujeito à Lei e ao respeito devido a todos os órgãos de soberania democrática, nomeadamente à justiça, já que nunca soube respeitar o órgão de soberania executiva, ao qual presidiu por tempo demais e nos fez pagar caro a sua incompetência e o seu despotismo.

04/07/2025

Zé Rainho