domingo, 4 de julho de 2010

Convívio

Hoje, 3 de Julho deveria ter estado com os meus amigos de há cerca de 35 anos. Conversar. Reviver memórias. Contar anedotas. Voltar - se é possível - atrás no tempo. A organização falhou. Tenho pena. Mas a vida tem desta coisas, quando parece que tira dá e a inversa é, igualmente, verdadeira. A minha mulher acompanha-me sempre nos convívios com os meus amigos que, de tão frequentes, também se tornaram amigos dela. Hoje, coincidência ou nem tanto, resolveram fazer o terceiro encontro dos fundadores do colégio de Penamacor. Amigos de infância dela. Quase todos também meus amigos ou, pelo menos conhecidos. E foi uma festa onde a amizade mais pura, veio ao de cima. Fora de tal modo que nem fome havia apesar de se começar a almoçar quase às 14 horas.
A minha mulher estava radiante. Veio encantada e cheia de contentamento por rever amigos que não via há 50 anos.
Eu senti-me em casa. Como nos convívios com os meus amigos, da vida militar, da vida académica, da vida associativa e cultural. Até me dei ao luxo de cantar uns fados de Coimbra do meu tempo, que já tem barbas.
Vale a pena viver estes momentos. A Felicidade, se é que existe, sente-se nestes momentos. Sente-se que a vida é bela e vale a pena vivê-la, abraçá-la com força, todos os dias como se, cada um deles fosse o último.
A Vida é bela. Viva a vida. Abaixo a crise. Abaixo o pessimismo. Abaixo o desânimo. Apesar das mazelas próprias da idade.

3 comentários:

  1. Poderia retirar outras frases do seu texto, mas escolho esta:
    "A Felicidade, se é que existe, sente-se nestes momentos....e vale a pena vivê-la, abraçá-la com força, todos os dias como se, cada um deles fosse o último."
    Não imagina o quanto me agrada ouvi-lo dizer isto, porque parece que, à excepção dos valores materiais e do desespero perdido no mundo dos conflitos, tudo o resta teima em se deixar para um amanhã, que nunca se sabe se há-de vir. Custa-me ver muita gente a viver desta forma...
    Gostei imenso de sentir a felicidade com que escreveu este texto.
    Neste caso, recordar é viver!
    Abraço amigo

    ResponderEliminar
  2. Os anos passam, para alguns sempre iguais. Não se constroem perspectivas, deixam-se rolar as coisas, simplesmente...
    Talvez fosse apenas mais um convívio. Daí a não surgir a determinação suficiente para que as coisas acontecessem. Um encolher de ombros,apenas. Ah, Zé Caldeira, onde se perdeu o brilho nos olhos de há 30 anos?
    Estou apenas a divagar, desculpa lá...

    Um abraço apertado!

    ResponderEliminar
  3. Agostinho!
    Tens razão "onde se perdeu o brilho nos olhos de há 30 anos?", mas não te quero sentir tão descrente, tão desanimado. Pareceu-me intuir essas sensações do teu comentário. Se não for assim, melhor. Fico mais contente.
    Lembra-te sempre: "atrás de tempo, tempo vem".
    Abraço grande.
    Caldeira

    ResponderEliminar