quarta-feira, 7 de julho de 2010

O TODO

O axioma matemático que nos faz enunciar que "o todo é a soma das partes", cá para mim está um tanto desactualizado ou, quiçá, nunca foi, inteiramente, verdadeiro. Se não vejamos: - Será que aquilo que designamos por "vazio" não ocupa um pedacinho de espaço no TODO?
No AMOR, por exemplo, não caberá muito mais do que é possível exprimir por palavras - os afectos, as emoções, a sexualidade, a amizade e muitos outros sentimentos - não farão parte integrante desse verdadeiro "motor" da humanidade?
No Humanismo não será necessário acrescentar aos direitos humanos, à liberdade, à igualdade, à fraternidade, conceitos puramente materiais, algo mais, no domínio Espiritual e Transcendente?
Dou por mim a pensar que há coisas que buscamos e jamais encontramos e outras que vêm ter connosco sem as procurarmos e isso, vai para além da matéria e até da substância.
Na circunstância e a ter alguma validade este tipo de raciocínio parece-me que o TODO é muito maior que a soma das partes.

6 comentários:

  1. Caro Professor Caldeira,
    Começo por lhe agradecer o convite que me enviou para aqui vir partilhar este espaço de que lhe ficamos devedores. Cá estou. E venho com alegria e gratidão. Alegria porque tudo o que me fale da nossa Beira levanta a minha vida. Gratidão porque os seus belos textos - li-os todos - vão ajudar-me a crescer e a continuar a minha Formação. Que isto de "aprender até morrer" para mim é um desejo permanente.
    Pronto, cá estou e virei enquanto me deixar.
    Naquele seu "post" sobre autoestradas com portagem paga ou sem portagem devo dizer-lhe que a milhões da habitantes da faixa litoral também não fazem qualquer proveito "infra-estruturas" faraónicas (CCB, estádios, casas da música...) que serviram/servem interesses ocultos e cujos investimentos haviam de ser de melhor utilização num desenvolvimento sustentado das condições de vida das populações. É "impossível" ir da Margem Sul para a Capital sem pagar portagens e há quem o faça todos os dias... para receber menos de 1000 euros mensais, a trabalhar todo o dia, com enorme dispêndio de tempo e combustível em filas intermináveis e sem lugares de estacionamento. Mesmo pago. Aqui paga-se tudo.
    O desgoverno, quando existe, apanha sempre o "mexilhão". No Interior ou no Litoral, nos meis rurais ou nas cidades...
    Desgoverno é desgoverno, pronto!

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  2. O tema que aqui apresenta é extraordinariamente interessante em termos de reflexão.
    Entendo (na minha simples forma de ler) que o seu raciocínio faz TODO o sentido, pois também considero que o TODO vai muito além dessa soma das partes.
    Reflectindo um pouco consigo, se me permite, num exemplo muito simples: a soma das letras, em palavras, em frases (...) formam o TODO, o texto. Mas o seu raciocínio leva-me para o além texto, para o NADA que não se vê e que faz parte desse TODO e refiro-me ao sentir, a todas as viajens que fazemos, a todas as recordações e vivências despoletadas,a todos os valores que são desencadeados a partir do texto...
    O silêncio, (a falta de palavras?), encerra esse tal "vazio" que, no meu ver, ocupa tanto, mas tanto no TODO que nos preenche!!!

    "Dou por mim a pensar que há coisas que buscamos e jamais encontramos e outras que vêm ter connosco sem as procurarmos"
    Gostaria de reforçar esta transcrição que fiz do seu texto:

    Procuro e não encontro
    num todo que não tem nada
    nas palavras cabe tão pouco
    da alma indagada
    um gesto, um olhar,
    um todo do nada
    e tenho tanto por perto
    na impressão de não ter nada.

    Interessante reflexão, independentemente da validade do meu comentário!:)
    Abraço amigo

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  3. Zé Caldeira,
    Gosto de te ver assim, activo, a questionar, a interrogar, a procurar...
    Vestes por inteiro o direito ao exercício de cidadania, e ainda bem. Precisamos de mais como tu, é o que é. Força!

    Um abraço

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  4. Meu caro Colega Serrano!
    Obrigado por andar por estes sítios. è uma honra para mim tê-lo como meu seguidor. Eu também tenho nos meus favoritos o seu "Palavras só palavras".
    Tem razão em tudo o que diz. Não se admite que se pague portagem na Ponte "Salazar" 25 de Abril quando não há alternativa e já está mais do que paga pois está em funcionamento desde 6 de Agosto de 1966 (vai fazer 44 anos) quando há 3 pontes sobre o Douro sem qualquer portagens. Mas isto dava pano para mangas, se escalpelizássemos todos os casos de injustiça gritantes. Mas basta o que diz: desgoverno é desgoverno.
    Abraço amigo
    Caldeira

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  5. Caríssima JB fico muito grato pelo seu comentário ao meu último Post. Como o enriqueceu com sentido primoroso de análise com as suas palavras e respectiva ordenação: quer em prosa quer em verso.
    Bem-Haja por passar por aqui. Espero que sinta o mesmo prazer que eu sinto quando viajo pelo seu blogue. Enriquecemo-nos mutuamente.
    Abraço amigo
    Caldeira

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  6. Meu caro Agostinho
    Como fico feliz por passares por aqui e deixares os teus comentários. Vamos fazer uma corrente de força que pode não mudar o Mundo, mas que faça com que ele não desmorone com o nosso empurrão.
    Abraço amigo
    Caldeira

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