sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Nãooooooooooo.

"Quando mais nenhuma ave cantar no azul do Céu, certamente nos teremos transformado em robots"  (François De La Grange) 
Li, algures esta frase e fez-me pensar: Será que um dia, por acção ou omissão, nos transformaremos em robots? Depois continuei a pensar... cabeça pensa! Será que não deixámos já de ser Mulheres e Homens para sermos, no mínimo, marionetas, cujos cordelinhos são manobrados por outros, mesmo contra a nossa vontade? Será que temos vontade própria?
O que vemos e assistimos leva-nos a crer que a indiferença e a anestesia da vontade, individual e colectiva, nos transformou já em reles robots. Cuidado com as generalizações. Há excepções. Lá isso há. Mas a maioria não se estará nas tintas para tudo o que se passa ao seu redor não se importando de legar aos seus filhos e netos um País pior, em todos os aspectos, do que aquele que recebeu?
Corre na NET uma espécie de apelo ao voto em branco como forma de protesto? Mas será que esta gente pensa?
Neste momento só me ocorre o poema do Alegre, cantado primorosamente pelo Adriano: "pergunto ao vento que passa, notícias do meu País. E vento cala a desgraça, o vento nada me diz... Mas há sempre uma candeia. Em noites de escuridão. Há sempre alguém que resiste. Há sempre alguém que diz não!"
Aqui, modestamente, está uma voz que grita alto e bom som:  Nãooooooooooooooooo.

16 comentários:

  1. Zé há já muita gente que é um autêntico robot, o medo fê-los deixar de querer, deixar de pensar. Não lutam, não querem saber, não querem mudar nada, só querem usufruir o máximo que puderem e o resto que se lixe. Mas não são todos assim, felizmente. Mas mesmo estes têm o querer limitado, são tantas as proibições, tantas as limitações que até o nosso querer está limitado mas, enquanto tiver voz e alguma força continuarei a dizer que não, sempre. Beijinhos

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  2. Obrigado Brown Eyes. Estamos em sintonia. A este nojo dizer não, até que a voz me doa.
    Beijinhos
    Caldeira

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  3. Também sou das que resiste.Não vou calar a voz.
    Parabéns, Zé!

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  4. Ibel,
    Todos, faremos uma corrente imparável, e vamos demonstrar aos incompetentes e corruptos, que há gente séria e capaz, neste País.
    Beijinho
    Caldeira

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  5. Zé,
    Deixei uma breve nota no seu teXto anterior que explica a minha falta de assiduidade. :)

    Também digo sim ao NÃoooooooooooooooo!
    Estou a ficar saturada de tudo o que nos tem sido imposto!
    Ainda bem que continua a fazer soar a sua voz em ecos que (espero) ultrapassem a blogosfera!

    Beijinho!

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  6. Olá Zé, quero agradecer suas visitas, fico feliz em recebe-las, quanto aos comentários tenho postados todos que recebo, não sei o que está acontecendo, mas vou verificar.
    A propósito este texto é ótimo, principalmente para nós brasileiros nestes dias de eleições.
    Que todos tenham conciência e façam escolhas certas, apesar das poucas opções.
    bjs.

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  7. Excelente reflexão para ajudar a não nos transformarmos em robots! Acordemos, pois!
    Bem haja!

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  8. Queridos amigo(a)s JB, Silviah, Serrano,
    Obrigado pelas palavras simpáticas. É preciso resistir. Temos de denunciar. O desfalque nos Bancos, a prepotência dos políticos, a corrupção, constante se sistematicamente anunciada, vinda de todos os quadrantes deve merecer o nosso mais vivo repúdio.
    Beijos e Abraço.
    Caldeira

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  9. Zé,
    Olhamos em volta e constatamos que nunca, como agora, houve tanto acesso à informação. No entanto, ao observar a atitude das pessoas perante o que as rodeia, vêm-me à memória estas palavras da Agustina:
    "Demasiada lucidez é culpada num mundo de cegos, que com a cegueira se contemplam sem desastre de maior"

    Abraço

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  10. Agostinho,
    É verdade que o desinteresse de muitos pela coisa pública é desesperante. Acho que as palavras da Agustina que, na altura, faziam todo o sentido, me parecem um pouco desactualizadas porque esta cegueira é um desastre imenso, sem fim à vista.
    Abraço
    Caldeira

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  11. Em@,
    Somos dois. Somos muitos, Alguns apenas lhes falta a coragem de gritar, mas sentem a revolta.
    Beijinho
    Caldeira

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  12. Tem um presente pra você em meu blog, passe lá e pegue

    umcoracaoqueama.blogspot.com

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  13. Zé,
    O quotidiano é uma autêntica correria, e o dia, por mais que a gente o tente esticar, há-de continuar a ter sempre 24 horas. E passamos pelas coisas apressadamente, sem tempo para as fruir convenientemente.
    Vem tudo isto a propósito do último comentário que deixei aqui no teu arejado espaço. Tens razão, as palavras da Agustina estão fora de contexto do post. E hoje fiz questão de arranjar alguma disponibilidade para me sentar na sala do Portugal Profundo e tecer algumas considerações.
    Na verdade, Zé, a tua escrita é tão clara e o teu pensamento tão definido que, quando te começo a ler, já sei o que aí vem. Vantagens de te conhecer. Por outro lado, e cingindo-me agora mais ao teu texto, eu sei que tu dizes não, assim como tu sabes que os que aqui vêm comentar-te também dizem não. Isso está bem expresso nos diversos posts que vais escrevendo, e bem, por aqui. Assim sendo, quando a manifestação das intenções começa a ser muito sistematizada, a minha atenção tem tendência a desprender-se do texto. Mas isso é apenas uma característica minha. A minha mente necessita de abrir caminhos, procurar soluções. Desgraçadamente, ou não, é uma mente desassossegada, que carece de constante oxigenação…
    Agra já começas a vislumbrar um pouco melhor porque surgiram ali as palavras da Agustina. Conjugou-se uma leitura apressada com a necessidade de fugir ao óbvio, por de mais repetido.
    Espero ter sido minimamente claro, pois não há nada de melhor, nas relações que se pretendem claras, que o exercício da liberdade. E aqui eu sinto que tenho espaço para isso.
    O comentário vai longo, Zé, mas fica a disponibilidade para me começar a sentar aqui com mais tempo. Tu mereces isso e muito mais.

    Abraço

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  14. Agostinho,
    Como eu te compreendo, meu amigo. Quem tem tanto que fazer e tanto em que pensar. Quem sente que a sua vida, cada vez se complica mais, e o único momento de realização pessoal e profissional é o período de aulas, em que estás com os miúdos, vê-los crescer em altura e conhecimento. É muito natural que andes num desassossego constante e procures refugiar-te numa atitude mais construtiva. Isso só te fica bem e é demonstrativo que, também, fazes parte da molhe imensa dos que dizem NÃoooooo.
    Isto não quer dizer que não se aceitam discordâncias, muito pelo contrário, só a liberdade de expressão e acção são os fundamentos de uma verdadeira democracia, que eu me empenho em acreditar que ainda é possível reabilitar ao aparelhismo partidário que, em meu entender, é o cancro que a está aminar.
    Um grande abraço
    Caldeira

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  15. Peço desculpa pela gralha: onde se lê aminar queria dizer-se a minar.

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