quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Barragem da Meimoa


A nossa barragem é um lago de água de média dimensão que potencia os recursos de toda a Beira Interior. É um local aprazível ainda que pouco rentabilizado. Serve, quase só, para o abastecimento de água potável às populações, de todo o concelho e ainda se prolonga pelos arrabaldes do concelho, nosso vizinho, Fundão. Serve, também, para o, pomposamente designado, regadio da Cova da Beira. Poder-se-á dizer que já não é pouco e, é verdade.
Mas será que não poderia servir para mais alguma coisa?
Referimos atrás o regadio da Cova da Beira e aqui começa a frustração. Era suposto que em terras de minifúndio se fizesse um emparcelamento que pudesse por a render o pontecial agrícola desta região. Acontece que chegaram aqui técnicos - engenheiros técnicos agrários e outros - acabados de sair das respectivas escolas de formação e hoje, estão reformados ou à beira da reforma, e de emparcelamento nem sequer 5% foi efectuado. Pior, destes 5%, a esmagadora maioria, mesmo emparcelado, não está legalizado. A maior parte dos donos dos terrenos já faleceram e os seus herdeiros não podem legalizar a sua parcela. Irónico não? Seria, se não fosse trágico. Ninguém, que não conheça esta realidade, consegue perceber o alcance e a dificuldade desta tragédia.
Mas não vamos falar mais desta "portuguesinha" forma de trabalhar e olhar para a (res)pública e para os dinheiros públicos, e a forma desregrada como se delapida o património, económico, nacional.
Falemos do potencial turístico. Pela imagem acima não vos parece que seria possível um aproveitamento turístico, rural, com qualidade, e que pudesse ser alternativo ao super povoado litoral de praias, abarrotadas de gente? Não seria mais tranquilizante e repousante, não ter de passar duas horas, para cada lado, da residência para a praia, num trânsito infernal e extremamente stressante?
Se calhar até seria possível. Com pequenos investimentos, dinamizar este potencial que a Natureza nos dotou. Mas os "sábios" poderosos e endinheirados, acham que o Interior, não é necessário para a economia e o desenvolvimento, harmonioso, deste País. Eles lá saberão porquê.
Par mim tenho, que os vindouros, nos hão-de culpar a todos, por este desleixo e esta incapacidade.

4 comentários:

  1. Amigo Zé

    Quando se fala em regionalização, há sempre alguém que diz que ainda seria pior, pois iria dar lugar ainda a mais "tachos", etc. Eu acho que o mal não estará na forma mas no conteúdo (neste caso no humano). No meu conceito de regionalização, haveria uma proximidade do Poder às populações, e seriam os naturais a tratar dos problemas da sua terra e a serem responsabilizados por cada acto. Mas o cerne da questão é que os humanos que estão "disponíveis" para a política e para a governação, seja ela centralizada ou regionalizada, não são os puros de coração!

    ResponderEliminar
  2. Fenix,
    Plenamente de acordo. Com a forma de regionalizar e com a apreciação dos disponíveis para governar.
    Mas isto tem uma razão de ser: a política está podre. Entregue a corruptos e incapazes.
    Por isso, cada pessoa com carácter e dignidade foge da política como o diabo da cruz, para manter a sua dignidade impoluta.
    Beijo
    Caldeira

    ResponderEliminar
  3. Concordo com ambos. Tanto que se poderia fazer nas regiões rurais. E esse área é linda.

    ResponderEliminar
  4. Catarina,
    É verdade! Terra pobre. Despovoada, mas de uma beleza, natural, extraordinária. E poderia ser rica. Bastava que houvesse interesse político e determinação, para se potenciar a fileira dos produtos endógenos, todos biológicos, já se vê.
    Beijos
    Caldeira

    ResponderEliminar