domingo, 5 de dezembro de 2010

Esplendor


O azul que se confunde
Seja da água ou do céu.
Leva-nos à plenitude,
Da beleza natural,
Que só a sensibilidade,
De um olhar sereno,
Consegue achar normal.
Este olhar, ainda que belo,
Remete-nos p'ra pequenez
Do humano Ser,
Perante a grandeza
Do mar imenso,
Do Céu pleno de incenso.

Cores várias,
Arco-Íris incendiado,
No negrume das nuvens,
De gotícolas de água,
Em Céu carregado,
Que se transforma em chuva,
Que rega os campos,
Floresce a Primavera,
De um coração atribulado.

Depende do ângulo de visão
E dos olhos de quem vê.
Pode ser de mansidão
Ou, quem sabe?
De olhares perdidos,
P'ra lá do horizonte,
Sem esperança e com revolta,
P'la triste vida, que de fronte,
Lhe aparece pela frente.

É, talvez, pela injustiça
Que sente no coração.
P'la vaidade, luxo, devassidão,
Paredes meias co'a pobreza,
A fome, a miséria, a falta de pão.

Só olhos limpos e claros,
Livres de todos os apegos,
Poderão sentir prazer,
Neste olhar de mar e céu,
Onde consegue vislumbrar
Obra magnífica de Deus.

Quem assim consegue olhar,
Ver, apreciar, beleza, enfim.
Talvez possa dar ao Mundo,
A ideia de que é possível
Viver em harmonia,
Criador e criaturas,
Natureza e seus elementos,
Floresta, arbustos e capim.


16 comentários:

  1. Zé, hoje estou aproveitando meu domingo da forma que gosto, lendo, pessoas assim como você, criativo, inspirado, sensivel.
    Zé, falei com JB acerca de vocês, queria te pedir pra deixar eu postar um poema seu em meu site, me sentirei honradíssima, farei uma seleção linda lá. Se vc permitir é claro.
    Vou ficar uns dias fora, mas deixarei lá os poemas.
    Estou com problemas na minha net, acredito que só no final da semana resolva, mas não esqueça de mim
    meu site é: www.silviah.net caso queira olhar antes.
    bjs.
    Lindo poema.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Logo que acabe a correção dos testes venho dizer tudo sobre o que tenho lido.
    Hoje deixo um beijo para marcar presença e dizer que nunca a esqueço.

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  4. Há aí um "a" que deve ser lido "o".
    Abraço, Zé! Que progressos...

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  5. Amigo Zé

    Belo e profundo poema que retrata bem os sentimentos diversos dos que observam a mesma paisagem, tendo contudo como "filtro" a sua "paisagem interna"! Este assunto é algo que me toca profundamente, e em agradecimento brindo-o com este texto:

    "...Olha como lentamente caminha esse casal. Enquanto ele enlaça sua cintura, ela reclina suavemente a cabeça sobre o ombro amigável. E avançam por entre as folhas de outono que esvoaçam crepitantes... Na expiração do amarelo, do vermelho e do violeta. Jovens e formosos avançam, porém, para a tarde de uma névoa cinzenta. Uma garoa fria e os jogos das crianças, sem crianças, em jardins desertos.

    1. Para alguns, isto reaviva suaves e talvez amáveis lembranças. Para outros libera sonhos; para alguns mais, promessas que serão cumpridas nos dias radiantes que virão. Assim, diante de um mesmo mar, este se angustia e aquele, reconfortado, se expande. E mil outros, absortos, contemplam os penhascos gelados; enquanto muitos outros admiram esses cristais talhados em gigantesca escala. Uns deprimidos, outros exaltados, diante da mesma paisagem.

    2. Se a mesma paisagem é diferente para duas pessoas, onde está a diferença?..."

    (Excerto da Paisagem Externa de Silo)

    Beijos
    Ana Almeida

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  6. Silviah,
    Post no seu site o que quiser. Para mim é uma honra que só me resta agradecer.
    Beijinhos
    Caldeira

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  7. Ibel,
    Espero ansiosamente que tenha tempo e diponibilidade para me dar as "explicações" que necessito.
    Noutro comentário já deixei claro que a Ibel para mim é a MESTRE. Logo, eu como aprendiz, quero ser o mais atento possível.
    Beijinhos e obrigado por passar por aqui, apesar do excesso de trabalho.
    Caldeira

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  8. Ana,
    Forma extremamente elegante, correcta, e empolgante de mostrar os diferentes olhares.
    Eu é que lhe fico grato por ter lido e gostado do meu esboço de poema.
    Bem-Haja.
    Beijinhos
    Caldeira

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  9. Zé,
    Estive a ler e... tens uma alma enorme!

    Abraço

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  10. Zé,

    É um espelho de azul que nos apazigua a alma. Cada gota é palavra que nos enche os olhos e se faz poema.
    Esta beleza natural que tanto sofre e que tantas vezes renasce tem na sua essência todo o conteúdo dos seus versos, ora calmaria, ora tempestade, consoante os olhos de quem navega nesse azul.
    Do azul mais claro ao mais escuro, do céu à terra, há uma admiração eterna que tanto se deseja para a harmonia dos seres, que se deveriam olhar sem medidas, sem distância...
    Acredite, e agora que se desprendeu mais da rima, é cada vez mais delicioso ler os seus poemas. Em cada um, uma viagem, um sentimento, uma esperança...

    Os meus sinceros parabéns, Zé!

    Beijinho

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  11. Agostinho,
    São os teus olhos e o facto de seres meu amigo.
    De qualquer forma obrigado.
    Caldeira

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  12. JB,
    Muito obrigado pela sua opinião. É muito importante para mim. É uma aprendizagem ler a poesia que escreve. Uma sou apenas uma imitação.
    Muito e muito obrigado.
    Beijinhos
    Caldeira

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  13. Oi Zé, fiz a postagem, ficou muito linda, pus uma música de fundo
    Dá uma olhada depois.
    www.silviah.net
    Beijos, obrigada.

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  14. Olá Silviah,
    Muito obrigado pela postagem do meu poema na sua página. Eu não mereço tal deferência. Adorei a música de fundo. Meu Ego ficou no alto com suas palavras elogiosas, mas imerecidas.
    Muitos beijinhos

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  15. Esplêndido como ligas o azul à pureza, à capacidade de salvar o mundo. Beijinhos

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  16. Brown Eyes,´
    Foi a forma simples de homenagear a Natureza e o Belo que é este Universo. Nós é que, por vezes, passamos a vida sem olhar (ver).
    Beijinhos
    Caldeira

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