domingo, 8 de julho de 2012

País Medievo!

Era uma vez um País que adormecera e jamais acordara. Ficou parado no tempo. Petrificou. Mas o País é, em primeira linha, o seu povo, dirão vocês. Têm toda a razão. Mais importante que as fronteiras é a identidade do Povo. Então, só posso concordar que foi o Povo que se fixou no passado.
Quando falamos da época Medieval vem-nos à memória o Senhor Feudal e os Servos da Gleba. O Primeiro e o seu séquito é parasitário, prepotente, usurário, usurpador, déspota, canalha, algoz, salafrário, ladrão. Poderíamos continuar a adjectivar negativamente tais personagens, já que todos os significados existentes no dicionário não seriam de mais para qualificar ser tão hediondo. A outra classe social é trabalhadora, contribuinte, sofredora, sem direitos e com muitas obrigações. Muitas outras qualidades se poderiam enunciar. Esta é a classe social que produz. Que desenvolve. Que progride.
Num País que parou no tempo, ainda que se diga que vive em Democracia, Liberdade, Paz, Progresso, é falso. É mentira.
Se não vejamos: - não é possível renegociar as parcerias público-privadas. Não é possível eliminar Institutos, Fundações, Observatórios, Entidades Reguladoras, Televisões, Empresas Públicas e Municipais, Transportes ferroviários e aéreos, altamente deficitários, porém, é simples, é fácil, é imediato roubar salários e pensões a quem tudo faz e fez para tornar o País num modelo avançado, de progresso e de desenvolvimento. Numa palavra aos trabalhadores actuais e pensionistas da Função Pública.
Está interiorizado na cabeça dos (des) governantes que não é possível renegociar com os agiotas. Com a Banca, com o Capital, com a Construção Civil, com os ricos, numa palavra. Com os trabalhadores já é possível rasgar contratos, anular, unilateralmente, expectativas de vida, roubar sustento, casa e pão. Em consciência pode dizer-se que não estamos perante Senhores e Servos?
Quem trabalha tem que estudar forte, feio e profundo, para alcançar conhecimento e certificação. Para a clique parasitária da política é possível certificar analfabetos, ignorantes, dando-lhes equivalências por cartas de recomendação de partidários e apaniguados.
Será este um País contemporâneo? Será este um Povo capaz de se governar a si próprio sem depender de chicos-espertos?   Certamente que não. Porque se fosse, há muito que tinha corrido a pontapé esta ralé social. Esta mediocridade parasita, corrupta, ladra. 
Se esta análise é válida para os responsáveis políticos centrais não é menos válida para os responsáveis locais, concelhios e regionais.
Por tudo isto e muito mais, que seria fácil equacionar, é que julgamos que este País do faz-de-conta, não é mais que um País Medieval.

2 comentários:

  1. Eu diria até que não é mais um país. Beijinhos

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    1. Com toda a certeza. É uma quinta onde os pulhas se empanturram com o saque.
      Beijinhos

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