quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Alforreca



Queria a gente entender 
As voltas que a vida dá.
Impossível compreender
Só o que em Deus conhecerá.

Num viver tão azedo,
Agitado, competitivo.
Como pode o verdadeiro
Irmanar-se com o inimigo.

Não será pedir de mais,
A quem de si exige tanto?
Que ao inimigo perdoe,
As horas de tanto pranto.

Vamos lá ver se nos entendemos,
Nesta vida atribulada.
Vemos crescer a cambada,
Que à nossa volta medra,
Enquanto que quem trabalha
Vive inerte como a pedra. 

17 comentários:

  1. Caro Zé,

    voltamos aos tempos em que a luta pelo pão de cada dia é cada vez mais renhida e o centro das n/ preocupações! Esta situação interessa ao Poder, pois não nos deixa energia mental para lutar contra a "cambada"...Só que se esquecem que para tudo há um limite!

    Gostei do post anterior, apesar de não ter comentado. A vida rural é a mais sã física e espiritualmente, e não tenho dúvidas que quando o colapso das bolhas dos mercados financeiros, finalmente acontecer, iremos com certeza voltar às origens, da proximidade e relação directa com a natureza, de onde nunca devíamos ter saído.

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  2. Zé,

    É uma realidade poética, ritmada e muito bem edificada!
    "Queria a gente entender
    As voltas que a vida dá."
    Acho que nunca desistiremos de o fazer... mesmo que não se encontrem as respostas. É claro que, às vezes, só apetece fechar os olhos... mas a cegueira apenas eleva o número de incompreendidos.

    Nunca desista, cada vez há mais verde na sua "árvore poética"!

    Beijinhosss

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  3. Zé nós entender entendemos o que não queríamos era que a vida desse essas voltas. Mas dá e dá porque há inimigos. Beijinhos
    Bom fim de semana

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  4. Zé, "Se segue a neutralidade, condena-te a viver sozinho, pois o neutro não é bom para amigo nem para inimigo."
    Por isso, nunca te cales, em versos ou em crônicas deixe seu coraçãozinho falar, bonito como este poema.
    Beijo.

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  5. Fenix,
    Bem-Haja por incentivar estes desabafos. Como já se disse noutros locais e ocasiões, quem não luta não merece receber vitórias. Nós lutamos com as armas que temos, que são as palavras.
    Quanto ao Mundo Rural, esquecido, propositadamente, por gente incompetente, há-de voltar a ter o seu lugar, porque é dele, em última instância, que há-de vir o sustento diário.
    Beijos
    Caldeira

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  6. JB,
    Como eu gosto de a ver por aqui. Obrigado pela visita. Pelas palavras simpáticas, mas imerecidas. Eu sei que sou um aprendiz que apenas tem vontade. Nada mais do que isso.
    Mas vale sempre a pena lutar pelos ideiais em que acreditamos.
    Muitos beijinhos.
    Caldeira

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  7. Brown Eyes,
    Tens razão, a vida prega-nos partidas, por causa dos invejosos, dos sem carácter. Por isso, também por isso, é preciso continuar a luta que nos há-de levar à vitória do amor sobre ódio, do bem sobre o mal, da justiça sobre a iniquidade.
    Não temos outras armas, utilizamos as palavras.
    Beijinhos e bom fim de semana
    Caldeira

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  8. Silviah,
    É preciso acreditar e, acreditando, lutar por um mundo melhor. Mais igualitário. Mais justo.
    Vamos, todos nós fazendo a nossa parte, conforme podemos e sabemos.
    Beijinhos
    Caldeira

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  9. Zé, quando puder faça-me uma visita, sua presença é importante pra mim.
    beijos.

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  10. Há o azedume, a animosidade, a rudeza... Mas há também o sorriso franco, a palavra gentil, a delicadeza de uma atenção... Feitas as contas, vale a pena...

    Um bom fim de semana

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  11. E.A.
    Vale a pena. É como a parábola de Sodoma e Gomorra, basta a presença de um justo para que a cidade não fosse destruida.
    Temos de pensar assim. Há muita gente boa neste País e por elas vale a pena lutar.
    Bom fim de semana
    Caldeira

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  12. Silviah,
    Já passei pelo seu magnífico palácio de encantamento. Deixei comentários nos dois últimos posts.
    Agradeço as suas palavras e incentivo.
    Beijinhos
    Caldeira

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  13. Obrigada Zé, não sabes o bem que sua presença me faz.
    bjs.

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  14. Tem sido difícil vir escrever, mas tenho lido. Estou a frequentar uma acção de formação que me obriga a muitas horas de trabalho.
    Obrigada por ter partilhado a minha dor. Ainda não sei nada da menina de quem falei.
    Quanto à sua veia é bem ver que está activa e em sentido acendente.
    O poema é dos que metralha...atire, zé, continuea fazer pontaria.
    Gostei muito da parte final do texto.
    Beijo

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  15. Ibel,
    Obrigado por ler o que escrevo. Agradeço-lhe os ensinamentos e as sugestões. Todos os aprendizes devem agradecer aos seus mestres e eu, como aprendiz sinto-me no dever de agradecer à Mestre.
    O valor das pessoas vê-se em pequenas (grandes) coisas. Uma Profesora com a sua experiência, ainda está disposta, a fazer formação contínua. Isto é que é exemplo para os mais jovens.
    Também gostaria de saber da evolução da menina que, como deve calcular, me tocou profundamente. Oxalá tenha melhorado o seu estado de saúde.
    Beijinhos
    Caldeira

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  16. Zé,
    A determinação é essencial em tudo, até no modo de fazer poesia. E a tua vai melhorando a olhos vistos. É que tu tens o essencial, a alma. Quando te conseguires libertar das amarras da forma, vais ver que tudo é mais fácil.

    Abraço

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  17. Agostinho,
    Muito obrigado pelo conselho. Sabes que eu sou da velha guarda, que aprendeu a contar as sílabas dos versos e a considerar boa poesia aquela que respeitava a métrica e a rima.
    Tenho muitas dificuldades em me libertar disso. Tenho sempre a sensação de que não escrevi nada de jeito.
    Vou ser teimoso. Vamos ver. Com a vossa ajuda, talvez consiga.
    Abraço
    Caldeira

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