quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Necessidade de Escrever

Tenho necessidade de escrever
E não sei como começar.
Bem ou mal aqui vai o que consegui,
P'ra o papel debitar.



Na penumbra do Sol-pôr
Apodera-se de mim a tristeza
De mais um dia que passou
Sem que eu fosse mais Eu.

Talvez seja das notícias, da crise,
Ou é mesmo natural.
Numa pessoa que descrê,
Da governança actual.

Estou inquieto e preciso de intervir,
De fazer alguma coisa.
Para que mude a nossa vida
Mas, também, todo o porvir.

Não sei se sou capaz
E se tenho imaginação.
Talvez esquecer a razão
E viver da emoção!

Sei que assim não estou bem,
E que preciso de mudar.
Vá-se lá saber por onde,
No meio desta confusão.

Duma coisa estou certo,
Assim não posso viver.
Preciso de fazer qualquer coisa
P’ra poder sobreviver.

Se sinto necessidade
De espevitar o meu Ego.
Só pode ser a saudade
Do que fui e já não sou!

A modorra e a descrença
Nunca construiu nada exigente.
É preciso outra atitude
Minha, tua e de mais gente.

11 comentários:

  1. Zé bem isto cada vez está melhor mas, falando das ideias que aqui deixaste, da necessidade de mudar, de fazer alguma coisa, sinto o mesmo. Dia 24 já vou fazer alguma coisa, será apenas um gesto pequeno mas contribuirá não só para gritar o meu desacordo como também a minha solidariedade para com todos os que estão desempregados e completamente destruídos. Beijinhos

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  2. Brown Eyes,
    Estivera eu em Lisboa e lá estaria a manisfestar o meu repúdio por esta classe políticca medíocre que nos levou a esta situação de miséria e, quem sabe, qualquer dia, de fome.
    Aqui, no portugalprofundo, pouco mais posso fazer do que entusiasmar os meus alunos da Universidade da 3ª Idade dos direitos e deveres de cidadania.
    Tens razão quanto aos desempregados. Na sua maioria são jovens à procura do primeiro emprego ou os pouco qualificados, muitas vezes casais com encargos, e isso é assustador.
    Ainda hoje falei com a minha filha mais velha e ela me disse que fará greve, sem apelo nem agravo.
    Beijinhos
    Caldeira

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  3. Seu manifesto poético é muito bonito, espero que seja lido por aqueles que detem o poder em Portugal e que tanto te indigna.
    Quero te ver bem, confiante em dias melhores.
    Bjs.

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  4. Silviah,
    Obrigado pela simpatia. Eu não sou poeta, nem sei escrever poesia. Tento dar os primeiros passos neste género literário.
    Quanto aos nossos governantes são uma corja e uns medíocres sem ética e sem valores morais.
    Vamos ter Fé. Isto há-de melhorar! Como diz a canção Brasileira "A vida vai melhorar".
    Beijinhos
    Caldeira

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  5. Zé,
    Passei para te dar um abraço mas, se me permites, sento-me um bocadinho.
    A coisa vai feia por aí, toda a gente o sente, mas, pior que isso, é que as pessoas já estão todas mentalizadas que o pior ainda está para vir. E tudo isto de uma forma resignada, como se fosse a condenação dos infernos. Que tristeza, meu amigo...!
    Quanto à poesia, tu vais dando conta do recado. E, conhecendo-te como te conheço, sei que não vais desistir até te sentires satisfeito. Força aí!

    Abraço

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  6. Obrigado Agostinho pelo incentivo, mas sinto-me pouco à vontade, mesmo incapaz. Vamos ver até quando?
    Quanto à vida comum é uma desgraça que nos deprime. E não é por mim - até sou um privilegiado - é pelos desgraçados que sentem a sua vida destruida, a cada dia que passa.
    Um grande abraço
    Caldeira

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  7. Poema interessante.
    Gostei das tuas palavras.

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  8. Zé,
    E que essa necessidade nunca termine, pois é um prazer lê-lo sempre, qualquer que seja o tipo de texto que escolha para o fazer.
    Continue, pois numa mensagem pertinente a sua poesia adoça-a ainda que numa serenidade que sabemos cada vez mais escassa.
    Escreva sempre desde que sinta gosto em fazê-lo e que esse gosto, por sua vez, alimente essa necessidade!

    Beijinhos!

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  9. Nilson Barcelli,
    Obrigado por apareceres por este espaço despretencioso. Obrigado também pela palavras simpáticas.
    Vou passar pelo teu espaço, logo que possa.
    Abraço
    Caldeira

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  10. JB,
    Que saudades! Que bom tê-la por qui.
    Eu tenho a consciência que sou um desastre neste género literário. Bem tento, mas, cada vez me convenço mais que sou uma aberração.
    O que me vale é o vosso apoio. Se não já teria desistido. Tenho consciência que ninguém é igual a ninguém, mas numa comparação consigo, com o AC, com a Ibel eu sou mesmo uma anedota. Não tenho mesmo jeito nenhum para isto mas a vontade de ser capaz, às vezes, leva-me a insistir.
    Beijinhos
    Caldeira

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  11. Zé,

    Acredite que, em relação ao que escrevo, já ouvi um pouco de tudo... Escreva o que sente e à sua maneira, tenho certeza de que dentro de si há da mais bela poesia!

    Beijinhos!

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