sábado, 15 de janeiro de 2011

Procissão



Imagem tirada daqui...

Lembrando o Vilaret saudoso,
Vem à mente a procissão,
Na aldeia, rústica, de tradição,
Sente-se que pode ser auspicioso.

As crianças que representam,
Os pastorinhos de outrora,
São aquelas que nos alentam,
E nos prometem nova aurora.

É sentida a beleza, até certa ternura
Da vida simples, singela,
De gente que na sua candura
Tem da vida muita agrura

De trabalho, luta e trela
Do Poder bruto, insensato 
Que na balança põe no prato
O número de votos grandela.

Esquece o mundo rural
De grande necessidade
Para a gente obter saciedade
De todo o fundamental.

Talvel um dia se lembrem, aqueles, cujo lema,
Se restringe à facilidade,
Dos espaços só vislumbrar,
A maior futilidade.

Na altura pode ser tarde,
E não seja muito plausível
Voltar atrás, e ver que arde
Tudo aquilo que é perecível

   




8 comentários:

  1. Perfeito seu clamor à volta da tradição, aos antigos momentos únicos, cada um canta sua fé como sente a necessidade.
    Eu canto a volta do amor, que já se esfria.
    Bjs.

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  2. Zé,
    Sempre na brecha a defender aquilo em que acreditas. Que nunca te falte o fôlego, amigo!

    Abraço

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  3. Silviah,
    Eu também acredito no amor, como alavanca do bem comum. A fé pode ajudar a espevitar esse amor. O que não exclui o amor mais humano, mais terreno, mais específico entre dois seres que se amam. Mas também os filhos, os familiares, os amigos e, mais amplamente, toda a humanidade.
    Beijinho
    Caldeira

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  4. Agostinho, meu amigo,
    Se não acreditarmos na vida, no nosso semelhante, no nosso amigo, na humanidade, o que nos resta?
    Eu quero acreditar em dias melhores. Não para mim mas para as crianças e jovens que se vêem sem esperança e sem futuro.
    Grande abraço
    Caldeira

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  5. Vem no adro a precisão
    e os meninos no andor
    têm palmilhar muito chão
    até que tudo esteja melhor

    Um abraço,
    José.

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  6. José,
    Bem pensado e melhor escrito. Mensagem muito profunda. Muito obrigado.
    Um abraço
    Caldeira

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  7. Uma delícia ter-me feito regressar a uns bons anos atrás... Ainda hoje tenho comigo os fatos que me vestiam para acompanhar a procissão... Sentia-se o olhar dos crentes, um ambiente contagiante ...

    É admirável o que consegue fazer chegar aqui na forma como escreve... sai-lhe da alma, não tenho qualquer dúvida!

    Beijinhos, Zé!

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  8. JB,
    Que bom vê-la por aqui. Bem-Haja pelo carinho das suas palavras. Como sabe aqui, apenas, está o princiante nestas lides poéticas. Que me sai da alma é verdade. Só digo o que penso. Se a fiz recordar bons tempos, fico feliz por isso.
    Beijinho, minha amiga.
    Caldeira

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