Num mundo dinâmico, em movimento,
uma sociedade que não avança recua. É dos livros e da experiência vivida. Os
exemplos históricos estão aí para provar uma coisa que toda a gente vê.
Por isso se assiste, nas empresas
mais inovadoras, a uma constante investigação para a descoberta de coisas novas
ou, pelo menos, de melhoria das ferramentas, máquinas, utensílios e acessórios
que satisfaçam as exigências cada vez maiores e mais sofisticadas do mercado.
Ora, jamais haverá
desenvolvimento, inovação, bem-estar, sem educação. É este o vector que muda o
mundo. É a educação que promove a produtividade, que desenvolve a consciência
do ser, que permite a convivência pacífica entre os povos. Se falhar este pilar
social falha tudo o demais.
Pode dizer-se que houve um tempo
em que não havia escola e que a vida lá se foi desenrolando porque havia
família e esta transmitia valores e saberes. É verdade. Mas é apenas uma parte
dessa verdade. Se tudo fosse assim tão linear não teria sido necessário
inventar a escola, não acham? Porém, como a necessidade aguça o engenho, lá foi
inventada a Escola para transmitir Conhecimento e, mais do que isso, para abrir
horizontes para a procura de novos saberes mesmo depois da frequência da
escola. Por alguma razão as empresas preferem trabalhadores abertos à inovação,
disponíveis para novas aprendizagens e, por isso, recrutam os mais
habilitados academicamente.
Isto tudo para dizer que o nosso
País está a esquecer-se deste pilar social. Já hoje nos confrontamos com falta
de professores e, para agravar a situação, não há candidatos a exercer essa
profissão.
Por mais falácias que existam uma
coisa é certa: sem professores não há educação, sem educação não há
desenvolvimento, sem educação não há paz.
Sem professores não haverá
médicos. Não haverá juízes. Não haverá engenheiros. Não haverá tudo o resto. Se
não houver médicos não há hospitais e não haverá saúde. Sem juízes não haverá
justiça nem equidade. Sem engenheiros não haverá pontes nem comunicações.
Concluindo, sem professores será
o caos e a degradação social. O regresso à barbárie.
Então por que não há professores?
Pergunta legítima e sensata. Porque se desvalorizou a profissão. Porque se
desprestigiou a pessoa do professor. Porque se ofendeu a sua integridade física
e mental. Porque se lhes paga mal e lhes ofusca o futuro com colocações
saltimbanco. Porque, em jovem, não pode constituir família e, sobretudo, porque
se desrespeitou a profissão.
Os governantes não estão
preocupados por que só governam para o limite temporário de quatro anos e
querem votos. Quem vier atrás que feche a porta. Mas a factura vai ser pesada e
quem a vai pagar não são os que fizeram a despesa e isso é uma imensa
injustiça.
11/10/20
Zé Rainho
Sem comentários:
Enviar um comentário