A Lisboa das vielas,
Onde a brejeira rapariga,
Entoa uma cantiga,
Trinada à luz das velas.
Rapariga cantadeira,
Com a sua voz de encantar,
Deixa uma auréola ao passar,
Para os lados da Ribeira.
Logo o Chico do Cachené,
Se acerca da cantadeira,
Com a sua brincadeira,
Não a deixa nem larga o pé.
A rapariga com seu ar magoado,
Não lhe dá troco nem resposta,
Porque sabe que a sua aposta,
É, apenas, para cantar o fado.
Não há amor nem paixão,
Na abordagem do Chico,
Apenas um namorico,
Sem compromisso do coração.
Assim aparece o fado,
Cantado ao gemer da guitarra,
Com melodia, mas sem garra,
Porque é um fado triste, magoado.
Um fado da desgraçadinha,
Que se deixou enganar,
Pelo ar gingão do bem falar,
Deste típico alfacinha.
Chora, amargurada, a cantadeira,
Por ter deixado que o malvado,
A levasse a cantar o fado,
Triste, que não é a sua maneira.
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