quarta-feira, 28 de outubro de 2020

LISBOA!

 

A Lisboa das vielas,

Onde a brejeira rapariga,

Entoa uma cantiga,

Trinada à luz das velas.

 

Rapariga cantadeira,

Com a sua voz de encantar,

Deixa uma auréola ao passar,

Para os lados da Ribeira.

 

Logo o Chico do Cachené,

Se acerca da cantadeira,

Com a sua brincadeira,

Não a deixa nem larga o pé.

 

A rapariga com seu ar magoado,

Não lhe dá troco nem resposta,

Porque sabe que a sua aposta,

É, apenas, para cantar o fado.

 

Não há amor nem paixão,

Na abordagem do Chico,

Apenas um namorico,

Sem compromisso do coração.

 

Assim aparece o fado,

Cantado ao gemer da guitarra,

Com melodia, mas sem garra,

Porque é um fado triste, magoado.

 

Um fado da desgraçadinha,

Que se deixou enganar,

Pelo ar gingão do bem falar,

Deste típico alfacinha.

 

Chora, amargurada, a cantadeira,

Por ter deixado que o malvado,

A levasse a cantar o fado,

Triste, que não é a sua maneira.

 

 

 

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