domingo, 8 de outubro de 2023

República

 

REPUBLICANISMO!

“O pensamento e a ciência são republicanos, porque o génio criador vive de liberdade e só a República pode ser verdadeiramente livre […] O trabalho e a indústria são republicanos, porque a actividade criadora quer segurança e estabilidade e só a República […] é estável e segura […] A República é, no Estado, liberdade […] na indústria, produção; no trabalho, segurança; na nação, força e independência. Para todos, riqueza; para todos, igualdade; para todos, luz."

— Antero de QuentalRepública, 11 de Maio de 1870

 

O Antero era um visionário. Era um poeta. Era um pensador, mas era, sobretudo, um homem solidário, um homem preocupado com o seu semelhante. Quando o Antero diz as palavras citadas acima, ainda não havia república em Portugal, mas já se conheciam algumas das virtudes dos regimes republicanos, em pleno século XIX.

Estamos em véspera do aniversário da implantação da república portuguesa, por isso, talvez não seja despiciendo, analisar alguns dos últimos acontecimentos que o regime permite e que, eventualmente, não o deveria fazer. Para tal recorremos à História.

D. José I, rei de Portugal, influenciado pelo seu influenciador, como hoje se diria, Marquês de Pombal decidiu em 1759 expulsar os Jesuítas que, na época, eram, tão só, os únicos educadores dos portugueses. Eram os professores. Com a sua expulsão o país andou para trás. Apesar das ideias pedagógicas de Verney, mentor de Pombal para a Educação, a História mostra que a política educativa de Pombal foi um desastre. Passados mais de dois séculos e meio os socialistas republicanos, laicos, herdeiros – eles julgam-se donos – do Iluminismo do século XVII, estão a pôr de pantanas a Educação em Portugal. As últimas declarações ouvidas ao PM nos últimos dias sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores, mostra isso mesmo. Não foi só a recusa da contagem, foi o tom, a irritação, o suor e o fácies que mostrou como este socialista trata a educação. Trata-a com desprezo.

Se na Educação já se deu uma nota pequenina se formos ver o que acontece na saúde então é o caos total. Não se conhecem as mortes, mas conhecem-se as dores e o sofrimento de quem está doente e tem de andar de herodes para pilatos à procura de quem resolva a sua situação de doença. As queixas dos doentes são mais que muitas e fundadas. As queixas dos bombeiros são tonitruantes, para não falar no acréscimo de despesas e esforço do pessoal com as ambulâncias a fazerem verdadeiros ralis com os doentes até os poderem deixar num hospital que os receba. Isto somado ao descontentamento dos médicos e dos demais profissionais de saúde que não tem paralelo nas últimas décadas.

Os dois sectores referidos, fundamentais numa sociedade democrática minimamente estruturada, não fiam sozinhos nesta fotografia a preto e branco totalmente desfocada e imperceptível. Vão acompanhados pelo sector da habitação, outro direito fundamental, mas que este socialismo esqueceu e que, agora, quer que sejam os outros a resolver. Esses outros são os senhorios e, em última análise, as autarquias porque o governo central se mostra totalmente incapaz de analisar o problema e definir uma estratégia para no curto, médio e longo prazos, se resolver este drama das famílias e dos jovens portugueses.

Se tudo isto é visível num governo inoperante, mas arrogante e totalitário, o parlamento não escape a este ditame. O responsável máximo do parlamento, a segunda figura do estado, numa atitude deplorável, desvaloriza a violência praticada contra os seus pares, eleitos como ele pelos eleitores portugueses e ainda deita lenha para a fogueira dizendo que os deputados agredidos foram provocadores. Dando de barato que até podem ter sido provocadores o que é o referido responsável tem a dizer de outros deputados que apoiam e proclamam que os senhorios deviam ser espoliados dos seus bens e que apoiam aqueles que partem montras de agências imobiliárias.

Podíamos ficar por aqui, porque o descrito ilustra bem aonde o socialismo republicano nos conduziu, mas ainda temos de referir aqueles meninos idiotas que não têm que fazer, não trabalham, não estudam e por isso têm tempo de interromper eventos como o lançamento de um livro, atirar ovos com tinta ao ministro do ambiente, ou pendurar-se em pontes e cortar estradas, numa total impunidade, sem que haja uma palavra de condenação e de repúdio para com este tipo de energúmenos.

Não podemos terminar sem referir a preocupação da Senhora Provedora de Justiça relativamente à degradação dos Serviços Públicos e o prejuízo que essa degradação e caos causam à população e a esta Entidade, as mais altas individualidades dizem, nada.

Amanhã deveríamos comemorar a democracia plena, o bem-estar do povo, a paz, a liberdade individual e não o podemos fazer porque a corrente socialista que sobreviveu à corrente republicana, defendida por Teófilo Braga, e domina integralmente o país, não nos permite festejar em pleno as ideias descentralizadoras e democráticas da República.

4/10/2023

 

Zé Rainho

 

 

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