sábado, 15 de janeiro de 2011

FMI

Vem aí o FMI!
Talvez sim, talvez não.
O que isto significa p'ra o comum cidadão?
O cinto mais apertado,
A pobreza a aumentar,
E o Povo alienado.

Descrente e descontente por não ter, em casa, pão,
Vendo ao redor os mandantes
A roubar, a extorquir, a viver como nababos,
Como se fossem donos e senhores,
Da terra, do mar, da vida de seres andantes,
Que labutam dia-a-dia, para viverem endividados.

Depois na Televisão,
Aparecem uns senhores, bem vestidos e fardados,
Com ar muito solene e alguma arrogância,
Apontar aos pobres seres, que devem estar calados,
Pois o saber dos senhores vale mais qu'a ignorância,
Dos que trabalham e lutam, para manter sua jactância.

Se estes aldrabões, armados em governantes,
Pensam que o Povo é jumento, esperem, chegará o tempo,
Em que por serem relevantes, os sofrimentos impostos,
Apenas aos que produzem  para a gente, alimento,
A revolta, inevitável, eminente, estará a postos,
Para derrubar tais tratantes.

10 comentários:

  1. Amigo Zé,

    Estamos a precisar de uma "revolução francesa", que a dos cravos não foi Popular!

    Beijos
    Ana Almeida

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  2. A forma que temos de derrubar tais tratantes é o voto consciente, não obrigatório, e para votar devemos saber em quem estamos votando, pois são eles que irão decidir, se escolhermos de maneira errada, na certa pagaremos.

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  3. Zé,
    É razoável sua indignação em prosa, muitos perdem o controle do caráter
    (Se é que possuem), Diante da possibilidade de vida fácil, e isto em qualquer área da sociedade,.
    “Para que o mal prevaleça, basta que o bem não faça nada”
    Usemos o que temos, nossas palavras, sábias como as suas.

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  4. Fenix,
    É verdade. Precisamos de uma Revolução à Francesa que a do 25 de Abril só serviu para os oportunistas. Mas eu à do 25 de Abril não chamaria revolução, antes designaria por Golpe de Estado porque foi isso que aconteceu. Serviu para alguns e o povo cada vez fica pior.
    Beijos
    Caldeira

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  5. Arnoldo meu caro,
    Tem razão quanto à responsabilização do voto. Mas um Povo pouco politizado, pouco culto e com taxa de analfabetismo literal, de cerca de 10% e analfabetismo funcional (ileteracia) superior a 50%, é difícil uma escolha acertada.
    Grande abraço
    Caldeira

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  6. Silviah,
    Podendo parecer uma "La Palissada" as suas palavras são profundas e verdadeiras. " para que o mal floresça, basta que o bem não faça nada". É o que acontece neste País com a perda de Valores Morais e a adulteração de uma História de virtudes.
    Por isso vale a pena lutarmos com as armas que temos e estas são, apenas, palavras.
    Beijinhos
    Caldeira

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  7. Fiz a experiência de ler o texto alto e depressa.O ritmo é extraordinário.Tente fazer o mesmo e verá a força que tem o poema.
    A sua procissão também já tem andores.
    Um abraço, meu amigo.

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  8. Ibel, minha cara amiga.
    Muito obrigado pela forma como ensina e pelo muito que me ensina. Nunca tinha pensado neste tipo de exercício. Vou fazê-lo. Agradeço-lhe muito o incentivo. Talvez um dia eu consiga escrever alguma coisa que valha a pena e isso fico, em grande parte, a devê-lo a si, que é a pessoa com mais saber e experiência nestas coisas.
    É evidente que com estas palavras não quero desmerecer os comentários de outros seguidores, que muito respeito e considero.
    Mas é que a sua forma de comentar me dá segurança e isso ajuda-me imenso.
    Beijinho
    caldeira

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  9. Zé,
    concordo plenamente com a Ibel em relação aos seus dois +ultimos poemas. aliás, nós devemos sempre lê-los em voz alta por causa dp ritmo...
    beijo
    __________
    quanto ao FMI se nós não nos impusermos a quem nos desgoverna ele vem aí sim. o que alíás nem seria a 1ª vez. tristes de nós que deixamos os outros governar anossa casa.

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  10. Em@,
    Obrigado por passar por aqui e deixar estes comentários tão incentivadores. Que eu tenho vontade de aprimorar este tipo de escrita, tenho. Porém também tenho consciência de que sou aprendiz nestas lides, com o inconveniente de ter interiorizado regras rígidas nos meus tempos de estudante, das quais tenho dificuldade em me libertar. E, vai daí, de vez em quando lá estou a cair na rima, na métrica silábica e esqueço o ritmo e a acção que são, por ventura, mais importantes.
    Quanto ao FMI, infelizmente para nós, já estará cá dentro a dar ordens. E eu lembro-me muito bem de em 1983, o Mário Soares, quando era PM, nos ter tirado o subsídio de Natal e o que isso doeu.
    Beijo
    Caldeira

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