sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sentimento de descrença!

Cheias no Paquistão
Fotografia tirada da Net

Pensando na vida, no dia que passa,
Nas circunstâncias, na gente,
Na paisagem, na cor, no pássaro, que esvoaça
Na terra molhada, pela chuva insistente,
Traz-nos ao espírito um desejo ardente,
De unirmos nosso coração ao ensejo que perpassa,
Pela mente e sentir de alguém indigente,
Por falta de oportunidade e de igualdade,
Na nascença, no lugar, no espaço, na mente,
 No País, na Nação e tempo que passa.

A falta de carácter e nobreza,
De quem domina e dirige os destinos,
De pessoas, que se arrastam na pobreza,
Faz que o nosso coração, alma, intestinos,
Se revolvam, lutem, emaranhem, estranheza.
Já que o Criador nos fez iguais e irmãos,
E não carrascos ou exploradores da presteza,
De quem de si, apenas, tem a tristeza,
Da origem e a desdita de nascer,
Numa terra em que o Ter é mais que o Ser. 

Os dias passam, esvai-se a esperança,
Num futuro onde o jovem e a criança,
Vislumbre espaço, oportunidade e condição,
De vir a ser alguém, com querer, opinião.
Para que a vida seja menos madrasta,
Gravosa, triste, miserável e gasta.
Mais amantíssima e carinhosa mãe,
Não só para alguns, mas para todos,
De forma a que o homem pederasta,
Não continue a humilhar o seu irmão.

19 comentários:

  1. Zé,
    O teu olhar circundante não gosta do que vê, e tem razões de sobra para isso. Há uma nuvem venenosa e traiçoeira que a todos vai minando, enquanto uma ínfima espécie, vivendo no pedestal, vai olhando a agonia, assobiando...

    Abraço

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  2. Zé,
    E que tristeza se sente quando aqueles que se encontram bem acomodados, usufruindo do muito que não lhes devia pertencer, não conseguem, não querem, nem tentam ver para lá do seu olhar... Que revolta agonizante ... Sempre haverá diferenças, é verdade, mas o essencial para que cada ser humano pudesse Viver não deveria ser sinónimo de Nada obrigando-os assim a sofrer na tentaviva de sobreviver...
    Tocaram-me as suas palavras na dura realidade e na realidade da imagem...

    Beijinho!
    Espero que os seus pais estejam melhores.

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  3. Zé,
    Nós vivemos num mundo de loucos, onde ter pouco é ruim e ter muito é pouco... Infelizmente!
    Sua descrença é plenamente compreensível.
    Bjs.

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  4. Catarina,
    Infelizmente é a realidade da vida.
    Abraço
    Caldeira

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  5. Agostinho,
    Como são verdadeiras as tuas palavras. Cada vez mais - se calhar é da velhice - me impressionam as desigualdades sociais.
    Abraço
    Caldeira

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  6. JB,
    É verdade o que diz. O mérito é desprezado. o "esperto" consegue tudo sem esforço. Este mundo sem valores, sem ética e sem moral só pode ter um fim: o desaparecimento através de guerras fratricidas.
    Obrigado pela preocupação. Os meus pais estão ligeiramente melhores, ainda que essas melhoras aos 90 anos sejam sempre relativas.
    Beijinho e Bom Fim de Semana.
    Caldeira

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  7. Silviah,
    Não posso estar mais de acordo. Isto é um Mundo de loucos. Estou convicto de que essa loucura vai pagar-se caro e que sofre mais são sempre os inocentes.
    Beijinho
    Caldeira

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  8. Amigo Zé

    Parabéns pelo post. Infelizmente não posso estar mais de acordo. Pensemos apenas que toda a era tem o seu colapso, e o desta aproxima-se a passos largos... depois será o renascer!

    Abraço amigo
    Ana Almeida

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  9. Zé,
    Dizem que é o homem que se constrói, mas, a alguns, até essa oportunidade é negada.
    É tão fácil fechar os olhos à injustiça. E a consciência não acusa a falta, pois se todos o fazem...
    O poema é muito rico. Gostei muito.

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  10. Ana,
    Com toda a certeza. Esta era terá o fim que merece e depois será só crescer. Basta que este povo ludibriado abra os olhos e veja a quem entrega a governação.
    Um abraço amigo
    Caldeira

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  11. E.A.
    Obrigado por ter gostado do poema. Sei que não tem valor literário mas tem sentimento. Mas é bom saber que ainda há muita boa gente com princípios e valores, como é este grupo de amigos que por este espaço passa.
    Beijinhos
    Caldeira

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  12. Olá Zé!
    Estou aqui invadindo a sua casa, mas é só para dizer que gostei do seu poema,embora se chamo o "Sentimento da Descrença", que infelizmente é uma triste realidade dos nossos dias.
    E também lhe quero dizer, que tenho seis seguidores com o nome de José, e só um é português
    se quiser se juntar a nós.

    Um abraço,
    José.

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  13. Ora Viva José!
    Como diria o outro, há mais marias na terra, no caso ~´a mais josés.
    Muito obrigado por passar por aqui. Fico-lhe grato. Vou segui-lo. Quero partilhar consigo preocupações sociais, revolta contra as injustiças, denunciar situações, no mínimo, criticáveis e, muitas vezes, criminosas.
    Vamos lá estabelecer contacto com mais assiduidade. Concordo com o sublinhado do título: "Sentimento da descrença", porque a descrença já é uma realidade pungente.
    Grande abraço amigo e apareça sempre. Eu vou juntar-me a si.
    Caldeira

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  14. Onde se disse ~´a queria dizer-se (há).
    Abraço
    caldeira

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  15. Zé, eu deixei aqui um comentário...cadê ele?
    não ficou?
    beijo

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  16. Em@
    Boa pergunta: Cadê ele? Não apareceu. Mas não sou capaz de dizer qual a razão.
    Venha outro.
    Beijo
    Caldeira

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  17. Tanto humanismo e comiseração pelo próximo.E que caminhada tem feito no mundo poético. Vejo que é dos combatentes, Zé!

    Quero muitos amigos destes.
    Enorme abraço.

    Como vão as coisas????

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  18. Ibel, Muito obrigado pelas palavras amigas. Eu gosto de lutar por aquilo em que acredito. E sempre tive a convicção de que a poesia é mais forte do que a prosa. Mas eu sou uma nódoa neste domínio. Mas quero melhorar. Obrigado pelo incentivo porque o sinto sincero e de quem sabe muito destas coisas. Logo é um valor acrescentado.
    As coisas por aqui vão um bocadinho melhores, ainda que lentas. E por aí, como vai a sua saúde? Já está melhor? Peço a Deus que sim.
    Beijinhos muito amigos.
    Caldeira

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